O Grande Prémio de Portugal de MotoGP terminou no passado domingo 26 de março, mas a verdade é que ainda se continua a escrever muito sobre a primeira ronda da temporada 2023. E é precisamente sobre o futuro desta ronda portuguesa que falamos agora, pois o CEO da Dorna, empresa promotora do Mundial de Velocidade, Carmelo Ezpeleta, falou ao portal alemão SpeedWeek – clique aqui para ver o artigo original – sobre o futuro do GP de Portugal.
Para Carmelo Ezpeleta, a presença do Autódromo Internacional do Algarve não está claramente garantida para 2024. E, mais uma vez, tudo parece estar relacionado com questões de segurança do traçado algarvio, nomeadamente a questão da gravilha nas escapatórias, um tema que a Revista MotoJornal já aqui tinha abordado antes do GP de Portugal de MotoGP.
Para o responsável espanhol, em declarações ao SpeedWeek, “A menos que o estado das escapatórias de gravilha mude completamente, não teremos um evento de MotoGP aqui no próximo ano. Isso está bem claro”.
Uma clara ameaça de Ezpeleta que pretende com isto pressionar o AIA a levar a cabo mais melhoramentos nas escapatórias de gravilha que tanto têm dado que falar.
E vai mais longe: “Com a situação atual, que tem feito muitas vítimas, Portimão 2024 não terá lugar no calendário. Temos pedidos suficientes de outros países e circuitos. Deixei isso bem claro aos portugueses. Sem escapatórias de gravilha em conformidade com os regulamentos, o Autódromo Internacional do Algarve não receberá uma homologação de Grau A para 2024, então não poderá ser incluído no calendário dos GP”.
Recordamos que os pilotos de MotoGP já tinham sido críticos para com as escapatórias do circuito algarvio, e neste caso com as características das escapatórias de gravilha, reclamando das dimensões e formato das pedras de gravilha, mas também do estado da gravilha em si, menos profunda e demasiado compacta, o que impede que piloto ou moto abrandem quando chegam à gravilha, e, em vez disso, ganhem alguma velocidade ou entrem numa espiral de rotações que causa mais danos.
Entre o teste oficial de MotoGP e o GP de Portugal, e aproveitando os dias de teste das categorias Moto2 e Moto3, o AIA realizou algumas obras de melhoramento nas escapatórias, introduzindo um tipo de gravilha diferente em zonas específicas de algumas escapatórias. Isso foi claramente visível durante o passado fim de semana, com escapatórias a apresentarem dois tipos de gravilha diferente, facilmente percetível devido às cores, mas também às dimensões e formato das pedras.
No sentido de obtermos mais esclarecimentos sobre esta situação que ameaça a realização do Grande Prémio de Portugal de MotoGP em 2024, a Revista MotoJornal contactou o Autódromo Internacional do Algarve por telefone.
Tal como da primeira vez em que colocámos a questão relacionada com eventuais problemas de gravilha logo após o teste oficial de MotoGP antes do início do campeonato, a resposta que conseguimos por parte do AIA mantém-se inalterada, ou seja, não há comentários a esta situação ou até mesmo à ameaça de Carmelo Ezpeleta.
Ainda de acordo com o já referido portal alemão, a Dorna pretende que o Autódromo Internacional do Algarve realize as obras de melhoramento das escapatórias até à ronda portuguesa do Mundial Superbike, que este ano se realizará de 29 de setembro a 1 de outubro.
Fique atento a www.motojornal.pt para estar a par de todas as novidades de MotoGP, e vamos continuar a acompanhar a evolução desta situação que poderá deixar Portugal fora do calendário do Mundial de Velocidade já a partir de 2024.