A Dorna Sports acaba de anunciar uma importante alteração que certamente terá impacto na performance dos protótipos de MotoGP: o fornecedor exclusivo de pneus para a categoria rainha passará a ser a Pirelli!
O acordo foi oficialmente anunciado esta manhã, com a Pirelli a tornar-se no fornecedor exclusivo de pneus para MotoGP a partir da temporada 2027. Isto significa que nesse ano não só teremos novos regulamentos técnicos, em particular a estreia dos motores 850 cc, mas também veremos os protótipos ‘calçados’ pelas borrachas da marca italiana.
A Pirelli iniciará então em 2027 um contrato válido por cinco anos. Desta forma teremos a marca a desenvolver e disponibilizar os seus pneus até final da temporada 2031.
Para o fabricante italiano de pneus entrar, tem de sair alguém. Esse alguém, claro, é a Michelin. O fabricante francês sai de cena depois de mais de uma década de compromisso com o MotoGP. Foi em 2016 que a marca de Clermont-Ferrand e do famoso Bibendum (o boneco que é imagem de marca) assumiu a missão de entregar às melhores motos de competição os seus pneus protótipo, em substituição dos japoneses da Bridgestone.
Leia também – MotoGP: O Guia Completo da temporada 2025
Piero Taramasso, responsável da Michelin para o MotoGP, já tinha referido durante o recente Grande Prémio da Tailândia que a marca francesa estava interessada em continuar como fornecedor exclusivo de pneus para a categoria rainha quando se iniciasse a nova era das 850 cc a partir de 2027.
Porém, Taramasso sabia que existiam ‘outros’ fabricantes de pneus a tentarem ficar com esse contrato. Não era difícil adivinhar quem seriam esses ‘outros’ fabricantes.
Refira-se que a Michelin irá continuar a trabalhar com as equipas e pilotos para evoluir os seus pneus ao longo dos próximos dois anos, até chegar ao fim o seu contrato.
Ainda recentemente Piero Taramasso revelou alguns detalhes sobre um novo pneu dianteiro que será testado em 2025, e fará a sua estreia em competição em 2026, o que revela que o compromisso da marca francesa para com o campeonato não parece alterar-se, mesmo sabendo já que o seu contrato não será renovado.
Do lado da Dorna Sports, esta mudança é justificada de uma forma relativamente simples: com a entrada da Pirelli na categoria principal MotoGP, os responsáveis pelo Mundial de Velocidade procuram que os pilotos usufruam de pneus do mesmo fabricante enquanto competem nas diversas categorias.
Isto porque a Pirelli já fornece as categorias Moto3 e Moto2, bem como grande parte dos campeonatos que integram o projeto Road to MotoGP. Assim, a marca italiana passará a deter o domínio absoluto do fornecimento de pneus. E esse domínio inclui, para além de alguns campeonatos nacionais, o fornecimento exclusivo dos pneus do Mundial Superbike e Supersport.
Veremos o que acontecerá à performance dos protótipos com a mudança de fornecedor de pneus. A Pirelli tem utilizado nos campeonatos onde está presente, pneus ‘normais’ de competição. Pneus que inclusivamente estão disponíveis ao comum motociclista. Porém, os pneus para MotoGP terão de ser verdadeiros protótipos. A Bridgestone demorou alguns anos até ‘afinar’ os compostos de borracha e a estrutura dos seus pneus protótipo antes de entrar na categoria rainha.
Se a entrada da Pirelli nas categorias Moto3 e Moto2 servir de exemplo, basta recordar que estas motos equipadas com os pneus italianos bateram inúmeros recordes em diversos circuitos ao longo do primeiro ano em que os utilizaram.
Ainda de acordo com a Dorna Sports, serão em breve anunciados detalhes sobre as especificações e alocação de pneus da Pirelli para MotoGP. Refira-se ainda que a Pirelli irá também fornecer os pneus para o Mundial MotoE, a competição exclusiva de motos elétricas, e que atualmente também utiliza pneus Michelin.
Como curiosidade, nota ainda para o facto de que a Pirelli fornece também os pneus do maior campeonato de automóveis, a Fórmula 1. O contrato da marca com a F1 termina em 2027, mas tem a opção de prolongar por mais um ano. Desta forma a marca italiana terá o monopólio dos principais campeonatos de motos e automóveis. Isto numa altura em que a Liberty Media, que detém os direitos da F1, continua a aguardar pela decisão da Comissão Europeia sobre o negócio de aquisição do MotoGP, com a Autoridade da Concorrência a ter de decidir se o negócio infringe as leis da concorrência impedindo o monopólio por parte da Liberty Media.
Fique atento a www.motojornal.pt para estar sempre a par de todas as novidades do desporto em duas rodas. E siga-nos no Canal Oficial da Revista Motojornal no WhatsApp para receber todas as notícias atualizadas diretamente no seu telemóvel de forma ainda mais prática!