A Federação Internacional de Motociclismo fez saber que o Colégio de Comissários de MotoGP recebeu uma queixa sobre uma possível violação dos regulamentos sobre treinos.
O comunicado não menciona o nome do(s) prevaricador(es), mas um dos suspeitos é Fabio Quartararo, como reportado pelo site espanhol Motorsport. O piloto francês rodou em meados de Junho no circuito de Paul Ricard com uma Yamaha R1 que, alegadamente, tinha componentes não permitidos a um piloto de MotoGP.
O alegado prevaricador será ouvido em audiência durante o fim-de-semana do GP de Espanha; se se confirmar que violou as regras, poderá ser castigado. Mas dada a pouca gravidade do incumprimento, poderá não ir além de uma reprimenda.
O regulamento de MotoGP estabelece claramente o tipo de motos que os pilotos podem usar em treinos privados. O parágrafo c) do artigo 1.15.1 do regulamento dos grandes prémios prevê que os pilotos de MotoGP podem usar uma moto da mesma cilindrada da sua de competição. Mas neste caso as únicas alterações que podem ser feitas são a adaptação da moto ao uso em circuito (retirar luzes e espelhos, trocar pousa-pés e manetes, escape, melhorar o sistema de travagem e suspensões, etc. e tem que usar pneus disponíveis comercialmente). O regulamento não prevê outras alterações e mesmo estas têm que ser comunicadas antecipadamente ao Director Técnico do campeonato.
Componentes não permitidos
Segundo publicações nas redes sociais, Fabio Quartararo usou uma Yamaha YZF-R1 da Techsolutions preparada para competição, com componentes ‘ilegais’ à luz do regulamento de MotoGP.
O comunicado da FIM recorda ainda que, ao abrigo da decisão publicada a 27 de Maio, não são permitidos mais testes privados até ordem em contrário. Isto contempla todas as categorias do Mundial, à excepção dos pilotos das equipas de concessão de MotoGP.
No caso dos pilotos de Moto2 e Moto3 as regras para as motos a usar em treinos privados são um pouco diferentes. Se as motos tiverem a mesma cilindrada daquela que usam em competição, tem que ser um modelo homologado para a estrada; para além disso, os pilotos de Moto2, se rodarem num circuito que receba grandes prémios, não o podem fazer com uma moto que use um motor do mesmo fornecedor oficial da categoria e que tenha uma diferença de menos de 100 cc ou seja, não podem rodar em nenhum dos modelos Triumph com o motor 765.
Algo semelhante acontece com os pilotos de Moto3. Se os treinos acontecerem num dos circuitos de grande prémio, se a moto usada for da mesma marca daquela que usa na competição, tem que ter pelo menos 50 cc de diferença – ou seja, tem que ter menos de 200 cc ou mais de 300 cc.