Veio do Sumbe, capital do Kuanza Sul, e está na liça pela vitória na Copa Motoval. Victor da Silva Barros começou a correr de moto aos 16 anos, nos triciclos de transporte de pessoas, também conhecidas como ‘moto kupapa’ e aos 36 estreia-se no Mundial de Supersport, e logo na equipa dominadora nos últimos anos, a Evans Bros. O amigo Miguel Praia deu uma ajuda!
Esta insólita surpresa surgiu da insistência da Parkalgar Yamaha e de Miguel Praia. A Ten Kate não tinha lugar na equipa e só depois do campeonato garantido na Catalunha por Andrea Locatelli é que a Evan Bros acedeu a preparar uma segunda R6 para o angolano.
O compatriota de Vuti e Sandro Carvalho – lembram-se? – contou com o habitual apoio do seu tio que já o havia trazido para Portugal depois de vários títulos no país natal. Barros terá de ganhar as duas mangas da Motoval para levar de vencido Ricardo Silva, algo que não se afigura de todo fácil perante a sua inexperiência de correr sob a chuva que se prevê para o próximo fim-de-semana
“Estou a realizar um sonho”, confessou Barros, sempre com o seu tio e Miguel Praia a apoiá-lo na pista do Estoril. “Não é fácil, nem um bocadinho. Estou na equipa campeã mundial. A Evans Bros fez uma moto para mim e só para esta prova. Mas está difícil a minha adaptação a esta moto, que é completamente distinta da minha da Copa Motoval”.
Victor Barros ficou quase a seis segundos do melhor registo de Rafael de Rosa. “Estou a lutar muito com a moto. Não consigo curvar com ela como faço com a minha ‘superstock’. A moto é mais alta e a resposta dos pneus ‘slick’ é completamente diferente. O Francisco Batista, que é o meu técnico, está a ver com o Max da Evans Bros o que vamos mudar para sábado, para além das dicas que o Miguel Praia. Baixei de 1’48” para 1’46”5 e acho que no sábado ainda vou melhorar mais, pois na Motoval já rodei em 1’45” aqui. Eu também vou ter de adaptar o meu estilo, travar mais tarde e acelerar mais cedo. Vamos baixar a altura do assento, colocar os avanços como na minha moto e alterar a afinação das suspensões. Tenho de ganhar conforto e confiança, mas estou a curvar de forma mais lenta”. Força Victor, estamos juntos!
Texto: Fernando Pedrinho Martins
Fotos: Vitor “Schwantz” Barros