Depois do que fez nos testes de Sepang Miguel Oliveira está já no Qatar para os derradeiros dias de preparação com vista á temporada 2019, a sua primeira no mundial MotoGP e que arranca no próximo dia 8 no traçado junto á cidade de Doha.
No final do primeiro contacto a sério com a KTM RC16 e com a configuração base para este terceiro ano de existência da moto austríaca, ficou claro que Miguel Oliveira é parte ‘activa’ no desenvolvimento da moto fruto de toda a sua experiência nessa área que começou com a Honda em 2011 quando foi ele quem primeiro ‘traçou’ a moto que os japoneses se estrearam em Moto3, e que ele utilizou igualmente e levou até ao seu primeiro pódio em Barcelona.
Desenvolveu ainda a Mahindra, a KTM com que foi vice-campeão em 2015 e no ano seguinte Brad Binder foi campeão e naturalmente a KTM Moto2 que levou ao terceiro lugar do campeonato em 2017 e ao segundo posto em 2018. São poucos os pilotos com estes ‘cartões de visita’ no paddock.
Em Losail e ainda antes do arranque do campeonato, Miguel Oliveira e toda a estrutura da KTM, que pela primeira vez vai ter quatro motos no pelotão, vão testar mais uma longa série de componentes e soluções para aquela que será a primeira RC16 deste ano, que por força de estar sob o regulamento que permite evoluções ao longo do ano irá com toda a certeza evoluir com o decorrer da época, não sendo igualmente segredo que a KTM aguarda pela recuperação de Dani Pedrosa de forma a que este possa ajudar o quarteto de pilotos que competem no campeonato, sendo para já apontada como data para o regresso o dia seguinte ao GP de Jerez, quando todo o pelotão testar no circuito andaluz.
Esperam-se por isso dias intensos de trabalho para Miguel Oliveira, dando continuidade ao processo de desenvolvimento de uma moto que terá que ficar ‘terminada’ no que diz respeito a aerodinâmica antes do arranque do campeonato, pois o regulamento não permite evoluções nessa área depois de começarem as corridas. Mas tal como na Malásia os engenheiros da KTM deverão trazer novas soluções já de acordo com as reacções dos pilotos aquando do teste e isso significa mais uma vez que Miguel Oliveira será parte activa desse processo, dividindo tarefas com Zarco e Espargaró.
Em Sepang a KTM não escondeu que levou quase tudo novo, desde chassis a braço-oscilante e mesmo soluções ao nível da suspensão – sem esquecer o motor que tanto agradou aos pilotos – no que foi o arranque de um processo de preparação de época que deverá continuar em Losail. Se Miguel Oliveira fosse herói da banda desenhada e não das pistas do MotoGP poderíamos dizer que tinha pela frente os trabalhos de Astérix, que foram 12 mais precisamente, mas parece ser antes o caso de um trabalho de equipa onde os trabalhos serão divididos, como ficou bem claro no alinhamento dos pilotos da marca quando se fecharam as boxes em solo asiático. A partir de hoje Miguel Oliveira inicia a derradeira fase de preparação da época já em contagem decrescente rumo á estreia na categoria maior, um degrau onde nunca nenhum piloto luso esteve.