Os segredos da autonomia das motos elétricas

Neste artigo respondemos a algumas dúvidas sobre um dos pontos fulcrais de uma moto elétrica. Descubra aqui alguns dos segredos da autonomia das motos elétricas.

autonomia das motos elétricas

As motos elétricas estão a conquistar o seu espaço no mundo das duas rodas. Para muitos trata-se de aplicar na prática uma consciência ambientalista. Para outros, e com aumentos recorde dos preços dos combustíveis semana após semana, será mais uma questão económica a opção de comprar uma moto elétrica. Mas neste tipo de veículos uma das maiores questões é a autonomia das motos elétricas.

A primeira coisa que deve ter em conta quando pensa neste assunto é: o que é a autonomia?

De uma forma simples, podemos definir autonomia como a distância, medida em quilómetros, que podemos percorrer numa moto elétrica usando toda a energia armazenada nas baterias antes de ter de as recarregar. No caso de uma moto com motor a combustão interna estamos a falar nos quilómetros percorridos usando os litros de gasolina armazenados no depósito.

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autonomia das motos elétricasUm dos segredos da autonomia das motos elétricas é a forma como esta é afetada de forma mais intensa por fatores como a temperatura ambiente, o peso da moto, a forma como conduzimos e, em particular, como aceleramos, ou a velocidade e inclinação da estrada.

A isto tudo somamos ainda as características técnicas desenvolvidas pelos fabricantes de motos elétricas, que, através de algumas opções, conseguem garantir um pouco mais de autonomia.

Já vimos qual é a definição da autonomia das motos elétricas. Mas há alguma forma de medir essa autonomia e que seja universal?

A autonomia é um fator fundamental para todos aqueles que utilizam uma moto elétrica. Sabendo qual a autonomia da sua moto elétrica, o motociclista pode facilmente calcular de quanto em quanto tempo tem de carregar as baterias. Para ajudar a garantir que os motociclistas sabem qual a autonomia das motos elétricas, foi criada uma forma de medição denominada WLTP – Worlwide Harmonised Light Vehicles Test Procedure.

O acrónimo WLTP tornou-se num dos mais conhecidos desde que foi implementado há poucos anos. O ciclo WLTP, embora não sendo perfeito, é uma das formas mais fidedignas de saber qual a real autonomia das motos elétricas.

A autonomia das motos elétricas é bastante afetada pelo tipo de via e velocidade. Por exemplo, não é a mesma coisa conduzir em meios urbanos ou numa autoestrada. A velocidade média necessária para circular dentro de uma cidade é muito menor do que para circular numa autoestrada. Neste caso andar devagar levará a um gasto menor da energia acumulada nas baterias.

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autonomia das motos elétricasBaterias das motos elétricas: a fonte da energia

Vamos partir da premissa que as baterias de uma moto elétrica são o equivalente ao depósito de combustível de uma moto com motor a combustão interna, que funciona à base de gasolina. No caso das motos elétricas, é nas baterias que se armazena a energia usada para alimentar o motor elétrico, que em algumas motos está posicionado no cubo da roda traseira.

A grande maioria das baterias das motos elétricas é feita de iões de lítio. Em média, este tipo de baterias tem uma vida útil que varia entre 1000 e 1500 ciclos de cargas completas. Têm como vantagens sobre outro tipo de baterias o facto de serem relativamente seguras, uma maior capacidade de armazenamento de energia, e, claro, garantem por isso maior autonomia das motos elétricas. As baterias atuais podem ser carregadas mesmo que não estejam a 0% de energia.

Alguns fatores devem ser tidos em conta no caso das baterias das motos elétricas. Nomeadamente a temperatura ambiente, a travagem regenerativa e ainda o próprio peso da moto.

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autonomia das motos elétricasSeja o frio ou o calor extremo, a temperatura ambiente tem uma grande influência na capacidade de carga / descarga da energia nas baterias das motos elétricas. Por outro lado, os sistemas de travagem regenerativa permitem à moto recuperar parte da energia cinética gerada nas travagens e desacelerações. Dessa forma, as baterias recebem um pouco de energia “à borla”, o que, claro, maximiza a autonomia. Há motos que permitem inclusivamente selecionar o nível de “força” da travagem regenerativa.

Outro fator a ter em conta na autonomia garantida por um determinado conjunto de baterias de uma moto elétrica é o peso. As baterias de uma moto são, inevitavelmente, significativamente mais compactas do que as baterias usadas nos automóveis elétricos. Se a moto for demasiado pesada, o nível de exigência em termos de consumo de energia aumenta exponencialmente. E isso resulta numa menor autonomia das motos elétricas.

Mas na medição da autonomia das motos elétricas devemos ter em conta outro fator: a inclinação. Neste caso estamos a referir-nos à inclinação da estrada que pretendemos percorrer. Uma estrada com uma inclinação superior obriga a gastar mais energia do que uma estrada que seja mais plana, com menos subidas e descidas.

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autonomia das motos elétricasA bateria de uma moto elétrica garante a autonomia suficiente para uso diário?

Ainda que a autonomia dependa da capacidade de armazenamento de energia de uma determinada bateria, podemos dizer que hoje em dia uma moto elétrica já garante uma autonomia suficiente para um uso diário.

Mesmo as mais pequenas scooters elétricas permitem percorrer mais de 50 km entre cargas. Claro que estamos a falar numa utilização em cidade. Ao nível das motos elétricas e maior dimensão, a autonomia em utilização mista – cidade e extra-urbana – está cada vez mais próxima dos 200 km.

Conselhos para maximizar a autonomia das motos elétricas

– Ter cuidado com os ciclos de carga. O fabricante da moto elétrica indica a forma correta do motociclista carregar a bateria. O cumprimento correto da forma de carregar a bateria pode ter um bom impacto na vida útil da mesma;

– Verifique se vai conduzir a moto elétrica num dia demasiado quente ou demasiado frio. Já referimos que temperaturas extremas reduzem a autonomia. Mas a temperatura ambiente também tem influência na velocidade do carregamento da bateria;

– Utilize o acelerador de forma progressiva. Uma moto elétrica, ao contrário de uma moto com motor a gasolina, disponibiliza toda a performance do motor assim que começamos a acelerar. Não deve acelerar de forma abrupta se quiser maximizar a autonomia, pois é no momento de aceleração forte que se regista maior consumo de energia;

– Escolha um percurso mais eficiente. Com isto queremos dizer um percurso mais plano, que não inclua tantas subidas e descidas. Nem sempre será o caminho mais rápido ou direto para o seu destino. Mas muitas vezes a escolha de um percurso eficiente do ponto de vista energético pode compensar os quilómetros que tem de fazer a mais;

– Não leve peso desnecessário na moto! Já vimos que mais peso resulta em maior consumo de energia. O melhor é levar consigo na moto todo o equipamento ou pertences pessoais que realmente necessita.