O futuro do Circuito do Estoril continua a ser um dos temas em destaque entre a comunidade de “petrolheads” em Portugal. O icónico autódromo que tem como pano de fundo a esbelta Serra de Sintra, e que fica a pouca distância de Lisboa, já esteve por diversas vezes na sua história para ser vendido. Mas, por uma razão ou outra, o negócio nunca avançou.
Porém, isso vai mudar. E quem o diz é a entidade que tem a propriedade do Circuito do Estoril.
A Parpública, em declarações divulgadas pelo portal online Sapo24, e no seguimento de informações inicialmente reveladas em janeiro deste ano, que anteviam a venda do traçado português, confirma que o negócio será concretizado em breve e anuncia mesmo que tudo ficará resolvido durante o 2º trimestre de 2024.
“O objetivo consiste em alienar o Circuito ao melhor preço, na salvaguarda do interesse público, depois da avaliação das propostas que vierem a ser apresentadas”, refere a Parpública.
Esta mesma entidade confirma que já foi contactada por diversos potenciais interessados na aquisição do Circuito do Estoril, sendo que nenhum dos contactos já realizados tem qualquer carácter vinculativo. De acordo com as informações mais recentes, existem três grupos interessados na compra. Dois grupos exclusivamente portugueses, e um terceiro grupo que é um consórcio de empresas portuguesas e estrangeiras.
Aliás, o processo de venda do circuito vai ainda obrigar a uma correta avaliação do valor do mesmo. E quem alerta para essa questão é mesmo Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais.
De acordo com este responsável político, a empresa que gere o Circuito do Estoril está avaliada num valor abaixo da fasquia dos 10 milhões de euros, um valor que Carlos Carreiras considera como sendo bastante abaixo do valor real. Convém também não esquecer que o município liderado por Carlos Carreira esteve, em 2015, perto de concretizar a compra por um valor de 4,92 milhões de euros.
Esse negócio viria a cair por terra quando o Tribunal de Contas analisou a situação e deliberou que o Circuito do Estoril “Desenvolve atividades com o intuito exclusivamente mercantil e a sua aquisição pela Câmara de Cascais, não terá salvaguardado os interesses da população do município”.
Depois disso, e há cerca de dois anos, a venda do Circuito do Estoril esteve novamente para acontecer. Mas o processo de avaliação atrasou a finalização do negócio.
Entretanto, a Associação Baixo Ruído, que representa os moradores da área exígua ao traçado, colocou uma ação em tribunal devido ao ruído relacionado com as atividades do Circuito do Estoril. Essa ação judicial continua “viva”, mas a Parpública refere que tal não deverá afetar o valor do negócio quando este vier, eventualmente, a ser concretizado.
Teremos agora de aguardar por mais atualizações a um processo que tem conhecido avanços e recuos. Recordamos que o Circuito do Estoril passou para a esfera do Estado Português em 1997, quando o Grupo Grão-Pará, fundado pela luso-brasileira Fernanda Pires da Silva, entregou o circuito como pagamento de dívidas ao Fisco e Segurança Social.
Desde então que a pressão imobiliária naquela local tem apresentado grandes constrangimentos ao normal funcionamento do circuito, sendo que a venda coloca um grande ponto de interrogação sobre o futuro do Circuito do Estoril.
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