A Corrida 1 da derradeira ronda da temporada 2023 do Mundial Superbike foi um verdadeiro “déjà vu” de tantas outras corridas a que assistimos este ano. Alvaro Bautista (Aruba.it Ducati) dominou por completo os acontecimentos no circuito Jerez Ángel Nieto, e logo no primeiro “match point” para fechar as contas do título Superbike, o piloto de Talavera de la Reina não desperdiçou a oportunidade com mais uma exibição perfeita.
Bautista ainda sofreu bastante pressão por parte do seu maior rival este ano, Toprak Razgatlioglu (Pata Yamaha Prometeon), com o piloto turco a levar a sua YZF-R1 ao limite, como só ele sabe, na tentativa de se manter colado à traseira da Panigale V4 R, e esperar que, com essa pressão, o campeão em título cometesse um erro que colocasse em causa o resultado final.
Porém, Alvaro Bautista não cedeu à pressão, não deixou qualquer porta aberta para que Toprak Razgatlioglu conseguisse “meter roda”, e a partir de meio da corrida vimos acontecer o que tantas outras vezes aconteceu nesta espetacular temporada de Mundial Superbike.
A Ducati #1 começou a abrir uma pequena margem para a Yamaha #54 perseguidora, e assim que a distância entre os dois primeiros e grandes rivais pelo título aumentou para pouco mais do que o comprimento de uma moto, Alvaro Bautista “disparou” rumo à vitória na Corrida 1, e, claro, garantindo assim um título em que a dado momento parecia garantido facilmente, mas graças a um esforço final de Toprak Razgatlioglu apenas ficou decidido nesta ronda final no traçado andaluz.
O lugar final do pódio nesta primeira corrida do Mundial Superbike em Jerez ficou para a segunda Yamaha oficial, pilotada pelo italiano Andrea Locatelli, mas este já a cruzar a meta com uma diferença de mais de 9 segundos para Alvaro Bautista, ele que tinha conseguido, também a meio da corrida, bater em duelo direto o seis vezes campeão SBK, Jonathan Rea (Kawasaki Racing Team), pela terceira posição, numa luta que, curiosamente, envolveu então os dois novos companheiros de equipa em 2024 pois Rea estará na Yamaha ao lado de Locatelli.
No final da Corrida 1, e para além das habituais celebrações, que desta vez incluíram um equipamento completo em dourado, Alvaro Bautista foi prontamente felicitado pelos pilotos de SBK, mas, principalmente, viu o seu título ser reconhecido pelos grandes rivais Toprak Razgatlioglu e Jonathan Rea, que fizeram questão de parar ao lado do piloto e ao longo de alguns minutos estiveram os três à “conversa” perante o delírio da “afición” do clube de fãs de Bautista.
Para Alvaro Bautista esta é a melhor forma de culminar uma temporada cheia de sucessos. E os números podem não ficar por aqui!
A caminho do bicampeonato no Mundial Superbike, Alvaro Bautista colocou a sua Ducati Panigale V4 R por 25 vezes no primeiro lugar no final de uma corrida em 2023, incluindo as corridas “longas” e a Superpole mais curta. É o novo recorde de vitórias numa só temporada de Superbike para o piloto de 38 anos que vai defender o título novamente aos comandos de uma Panigale V4 R preparada pela Aruba.it Ducati em 2024.
Em reação à conquista do segundo título, e com as emoções ainda no “redline”, Alvaro Bautista refere que “Eu sinto-me muito feliz! Agora estou a começar a perceber o que alcançámos. Estou muito feliz e muito orgulhoso da minha equipa e das pessoas, pois tivemos um ano incrível. Vencemos muitas corridas, a nossa performance em quase todas as situações foi boa. A melhor forma de encerrar a temporada é defendendo o título. Os meus dois títulos anteriores foram conquistados na Austrália e na Indonésia, um pouco longe de casa. Tudo bem, podemos aproveitar para festejar com a equipa e amigos, mas não é a mesma coisa que celebrar com família, os amigos de verdade, com a equipa e com todos os fãs. É como um sonho tornado realidade! Não é fácil conquistar um título em casa. Estou muito feliz por vencer, mas muito feliz por ter a hipótese de comemorar com todos!”.
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