A realizar-se pela quarta vez como uma competição isolada, tendo despertado o interesse dos pilotos nas motos clássicas de Enduro durante os International Six Days Enduro de 2016, em Espanha, o FIM Enduro Vintage Trophy de 2024 promete voltar a trazer a intensidade e recordações de outros tempos de volta às pistas. Para este ano teremos uma Seleção Nacional de Portugal composta por três pilotos: António Oliveira, António Silva e João Paulo Fragoso.
Este trio de ‘jovens’ pilotos lusos terá pela frente uma missão complicada frente a outras 15 nações, até porque, no seguimento do 3º lugar obtido em 2022 e do 5º lugar obtido em 2023, numa edição disputada em Santiago do Cacém, as expectativas estão num nível elevado.
A apresentação desta Seleção Nacional de Portugal para o FIM Enduro Vintage Trophy decorreu esta quinta-feira na sede da Federação de Motociclismo de Portugal (FMP), em Lisboa, com a presença dos três pilotos.
Portugal irá participar pela terceira vez com uma Seleção Nacional no FIM Enduro Vintage.
Em 2022, em Santiago do Cacém, o trio português foi composto por António Silva, João Paulo Fragoso e Luís Guerra, alcançou um 3º posto na competição principal, o Troféu Vintage Veteranos. No ano passado, em Cerdanya, António Silva e João Paulo Fragoso foram acompanhados por António Oliveira, terminando no 5º lugar da classificação por países.
Para além do trio que compõe a Seleção Nacional, vão alinhar também este ano, a título individual, o atual Campeão Nacional de Enduro Veteranos, Manuel Moura (que, devido aos seus ‘jovens’ 45 anos de idade, não pode alinhar na competição principal), e o presidente da Comissão de Enduro da FMP, e ex-piloto, Pedro Mariano. Ambos estarão inseridos na classe Open.
A competição irá ter como cenário a localidade de Camerino, em Itália, sendo que toda a ação estará ‘espalhada’ por quatro dias (4 a 7 de setembro).
Quanto aos três pilotos, podemos destacar que António Oliveira (58 anos) estará aos comandos de uma Honda CR250 de 1979 com um kit Mugen 360 cc, na classe B4. António Silva (61 anos) vai competir em B3 com uma KTM GS250 de 1979. E por fim temos João Fragoso (67 anos) que terá como companheira uma Honda CR250 de 1975 na classe A3.
Para os nossos leitores menos conhecedores desta competição, podemos realçar que o FIM Enduro Vintage Trophy passou a ser uma competição isolada a partir de 2021, em Itália, prova que teve como vencedor o conhecido Stéphane Peterhansel que ajudou a França a vencer à geral no que diz respeito à classificação de seleções.
Este ano surgirá pela primeira vez uma alteração ao regulamento que atribui um “handicap” baseado na soma da idade do piloto e da moto, multiplicado por um fator pré-definido, que irá gerar uma compensação nos tempos de cada especial.
O FIM Enduro Vintage Trophy disputa-se ao longo de quatro dias. No primeiro dia, quarta-feira, para além das verificações técnicas e administrativas, tem apenas lugar uma prova de aceleração.
Seguem-se dois dias com uma estrutura e percursos típicos de uma prova de Enduro, finalizando-se no sábado com a tradicional especial de Motocross final, com partidas em linha, a exemplo do que se faz nos ISDE.
A prova conta com duas divisões principais.
O Vintage Veterans Trophy para equipas nacionais de três pilotos, todos acima dos 50 anos de idade, e o Vintage Silver Vase, categoria para equipas de três pilotos acima dos 40 anos de idade, bem como participantes em representação de clubes e em nome individual.
Quanto às motos, estão divididas pelas seguintes classes, sendo que as três primeiras são aquelas em que têm de alinhar as equipas de seleções nacionais:
A – Classic 75 (motos construídas até 1975)
B – Classic 79 (motos construídas até 1979)
C – Classic 83 (motos construídas até 1983)
X – Evo 1986 (motos construídas até 1986)
Open 1991 (motos construídas até 1991)
Cada uma destas classes (excetuando a Open, que não tem distinção de cilindradas) está depois subdividida com base nas cilindradas.
A Itália dominou o Troféu em 2022 e 2023, mantendo o mesmo trio de pilotos na sua seleção nacional: Giorgio Grasso, Tullio Pellegrinelli e Enrico Tortoli, os mesmos que irão alinhar pela ‘Squadra Azzurra’ este ano.
Haverá que contar ainda com outras formações de peso, como a França (Thierry Magnaldi, François Borsotto e Didier Tirard), a Alemanha (Uwe Weber, Johannes Steinel e Bert Von Zitzewitz) ou os Estados Unidos (Fred Hoess, Marc Grossman e Billy Burns), para além de nomes inscritos a nível de clube ou individual, como é o caso de Stéphane Peterhansel, que alinha pelo Gilera Club Arcore (mas de Yamaha…) ao lado da sua mulher, a conhecida ex-piloto do Dakar, Andrea Mayer Peterhansel.
Entre os 420 pilotos inscritos no total, encontram-se os membros de 16 seleções nacionais: Portugal, Itália, Austrália, Áustria, Alemanha, Bélgica, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Hungria, Países Baixos, Polónia, República Checa e Suíça.
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