Durante o Grande Prémio da Argentina de MXGP, prova que decorreu no passado fim de semana e deu o arranque da temporada 2024 do mundial, os organizadores do campeonato Infront e representantes da Federação Internacional de Motociclismo (FIM) reuniram para, entre vários assuntos em agenda, discutir a presença de motos elétricas lado-a-lado com as motos a combustão que atualmente competem no Mundial de Motocross.
Dessa reunião surgiu uma declaração de interesses por parte da Infront e FIM de criar uma classe de apoio ao MXGP, dedicada exclusivamente às motos elétricas. Ou seja, a decisão foi de manter separadas as competições entre motos elétricas e motos a combustão.
De acordo com o comunicado das entidades que gerem o Mundial de Motocross MXGP, a vontade atual é de criar em 2026 a já referida classe de apoio, que vai disputar cinco ou seis rondas durante a temporada europeia do MXGP. O foco está em garantir que nos próximos dois anos os responsáveis do mundial e os fabricantes de motos trabalhem em conjunto para criar as regras que permitam uma competição que seja equilibrada e interessante.
Com o tema das motos elétricas vs motos a combustão em voga, não foi preciso esperar muito tempo para que um dos fabricantes de motos elétricas de motocross, a Stark Future, decidisse entrar em “pista” para se mostrar contra esta iniciativa da Infront e da FIM.
De acordo com o comunicado hoje divulgado pela Stark Future, é do seu entendimento que a segregação das motos elétricas, relegando-as para um plano secundário no Mundial de Motocross através de uma competição específica, não é o caminho a seguir para a modalidade e para a indústria em geral.
Para a Stark Future, o foco dos responsáveis do mundial deveria estar centrado na integração das motos elétricas num mundo ainda exclusivo das motos, trabalhando em paralelo com os fabricantes deste tipo de motos na criação de um conjunto de regulamentos que permitisse, em breve, ver em pista as motos elétricas a enfrentarem as motos equipadas com motor a combustão interna.
No comunicado dos especialistas em motos elétricas, ficamos a saber que “A criação de uma classe separada, tal como proposto pelo MXGP, compromete a essência da competição e arrisca dificultar o progresso. Em vez de acolher a inovação, esta estratégia fragmenta o campeonato e dilui o nível da competição. A Stark Future advoga a integração das motos elétricas na atual competição MXGP, o que iria promover a inovação e beneficiar uma comunidade alargada de motocross enquanto oferecia melhores audiências no programa do MXGP”.
A Stark Future pede à Infront e ao MXGP que reconsiderem a proposta de criar uma classe separada para as motos elétricas, pedindo que tanto na classe principal MXGP e na classe MX2 seja possível aos pilotos que assim o queiram fazer, competir com motos elétricas contra pilotos que competem com motos a combustão.
Veremos qual será a reposta da Infront e da FIM ao desafio lançado por um dos principais fabricantes de motos elétricas para motocross. Este tema tem vindo a tornar-se cada vez mais no foco dos amantes do motociclismo, em particular da vertente “off road”, com responsáveis dos campeonatos a começarem agora a estudar a possibilidade de integrar as motos zero emissões na competição.
Porém, e salvo algumas exceções, estas motos continuam a estar afastadas de uma competição direta com as motos equipadas com motor a combustão interna, pelo que em breve deveremos ter mais novidades sobre o tema.
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