Se algum adepto do motociclismo de competição, e neste caso da casa de Hamamatsu, ainda tinha alguma réstia de esperança que o fabricante japonês poderia voltar atrás com a intenção de abandonar MotoGP ou o Mundial de Resistência FIM após o final da temporada 2022, essa esperança foi hoje “esmagada” pelo comunicado oficial divulgado pela Suzuki Racing.
Toshihiro Suzuki, presidente da Suzuki, garante que esta decisão não terá impacto ao nível da performance das equipas de fábrica da marca nos campeonatos MotoGP e também no Mundial de Resistência FIM, campeonato onde são os campeões em título com a equipa Yoshimura SERT Motul.
O grande entrave à oficialização da saída da Suzuki Racing destes campeonatos estava no acordo que teriam de finalizar com a Dorna, promotor do Mundial de Velocidade.
Carmelo Ezpeleta, CEO da Dorna, talvez a recordar o que tinha sucedido com a Kawasaki há uns anos, já tinha avisado que a marca japonesa não podia sair tomando uma decisão de forma unilateral, até porque recentemente tinham assinado um novo acordo que os obrigava a permanecer em MotoGP por um período alargado.
A penalização caso não chegassem a acordo seria muito elevada.
Ficámos então agora a saber que a Suzuki Racing chegou mesmo a acordo com a Dorna para uma rescisão amigável do contrato que as unia. Não se sabe oficialmente qual o valor em euros que a Suzuki foi obrigada a desembolsar para manter a boa relação com a Dorna, porém, os rumores apontam para um valor que será de 20 milhões de euros. Apesar de ser uma quantia assinalável, está ainda longe daquilo que a Suzuki Racing estaria a investir anualmente no seu projeto de MotoGP.
Para um segundo plano fica a saída da casa japonesa do Mundial de Resistência FIM.
Campeões em título com a equipa Yoshimura SERT Motul, a Suzuki também confirma aquilo que desde um primeiro momento tinha ficado a “pairar no ar”, ou seja, também não teremos mais a GSX-R1000 em pista neste campeonato do mundo sob a égide da Federação Internacional de Motociclismo, e uma competição onde a Suzuki tem um enorme palmarés.
E qual a razão que leva a Suzuki a obrigar o seu departamento de competição Suzuki Racing a sair de cena em MotoGP e no FIM WEC?
De acordo com o comunicado oficial da Suzuki, a saída das várias competições fica a dever-se a uma necessidade de redirecionar os esforços na divisão de motos de estrada e em iniciativas sustentáveis.
Toshihiro Suzuki refere que “A competição de motos sempre foi um local desafiante para a inovação tecnológica, incluindo a sustentabilidade, e também o desenvolvimento dos recursos humanos. Esta decisão significa que vamos construir um novo negócio de motos redirecionando as nossas capacidades tecnológicas e recursos humanos que cultivámos através das nossas atividades na competição, para investigar outros caminhos para uma sociedade sustentável. Gostaria de expressar a minha maior gratidão para os nossos fãs, pilotos e investidores, que se juntaram a nós desde que decidimos regressar ao MotoGP. Eu vou continuar a dar o meu melhor para apoiar o Alex Rins e o Joan Mir, a equipa Suzuki Ecstar, e ainda a Yoshimura SERT Motul para competirem de forma competitiva até ao final da temporada”.
É desta forma que o presidente da Suzuki dá por encerrado o fim dos projetos da marca em MotoGP e também no Mundial de Resistência FIM.