A BMW R 1300 GS é atualmente uma das motos mais desejadas do mercado. Já o era na anterior versão “1250”, mas agora, totalmente renovada está ainda mais apetecível – mais informação e teste nas revistas Motojornal 1564 e Motojornal 1565. Quem já a experimentou fala dela com entusiasmo.
Quem ainda não o fez tem os níveis de curiosidade no máximo. Foi isso que sentimos das muitas conversas que tivemos com os participantes que nos abordaram no “O Nosso Dakar” durante os três dias de evento – reportagem na edição 1567. A vontade de saber mais sobre esta nova “big trail” é muita, e nós também tínhamos vontade de a voltar a conduzir depois da experiência na apresentação internacional.
DESTAQUES
BMW R 1300 GS (+ info)
Preço: 20.750 €
Cilindrada: 1300 cc
Potência: 145 cv
Peso a cheio: 237 kg
Voltar aos comandos da BMW R 1300 GS, depois de a ter testado na apresentação internacional, foi uma excelente ocasião para confirmar todas as impressões iniciais. Nos primeiros metros, as formas compactas, a menor altura e aparente leveza da “1300” voltaram a sobressair. As alterações – é uma moto totalmente nova – trabalharam para a tornar ainda mais acessível a todo o tipo de utilizadores.
Com a renovada eletrónica, ajudas à condução ainda mais eficientes, a BMW R 1300 GS está transformada numa moto muito segura. Apoia muito na condução, algo que se nota ainda mais em situações extremas, como as que apanhámos nestes três dias. Possibilita a utilizadores menos experientes fazerem coisas que não se atreveriam na condução “séria” fora de estrada.
Muito segura
Os níveis desta ajuda podem ser definidos, como é usual, e nós utilizamos maioritariamente o modo Enduro Pro, que liberta grande parte do potencial de todas as qualidades do novo Boxer. No entanto, mantém sempre uma “rede de segurança” que nos salva quando estamos quase a passar o limite. Uma das situações mais evidentes é a forma como a BMW R 1300 GS permite que a traseira derrape de forma controlada e suave, sem ultrapassar um ângulo seguro.
Senti-me o “rei das atravessadelas” sem nunca ter apanhado um susto. Além de espetacular, permite-nos ter uma condução mais fluida e conseguimos apontar a moto para onde queremos com o acelerador. Um estilo de condução bem ao jeito de um piloto muito experiente no fora de estrada, algo que não sou.
Tudo sempre seguro, mesmo quando a lama surge repentinamente à saída de uma curva e já vamos de “punho trancado”, a traseira “segura-se” como que por magia. Em tom de brincadeira, entre o grupo com que rodava, dizíamos que a BMW R 1300 GS vem equipada com “duas mãozinhas”, uma de cada lado. Sempre que abusamos, elas estão lá para nos agarrar e manter tudo na vertical.
BMW R 1300 GS preparada para o “off-road”
Para esta ocasião, usámos uma BMW R 1300 GS equipada com pneus mistos, os Metzler Karoo 4 – uma grande evolução em relação aos Karoo 3 – que garantiram um bom equilíbrio entre a utilização dentro e fora de estrada. Em estrada, a BMW R 1300 GS mostra um comportamento muito bom, com a frente segura e bem plantada.
Graças à renovada estrutura do Telelever, temos agora uma ainda maior “comunicação”, que nos permite perceber até onde podemos ir com este tipo de pneus mistos, menos eficientes no asfalto. Fora de estrada, sentimos melhor o que se passa com a roda, podendo atuar antecipadamente a pequenos deslizes. Com um ainda melhor entendimento das condições de aderência disponíveis, conseguimos conduzir de forma mais confiante e com mais segurança.
O motor revelou aquilo que seria de esperar, uma unidade com um funcionamento mais suave, muito fácil de dosear. É sempre cheio desde muito baixas rotações e com uma resposta ainda mais forte nos regimes altos, conseguindo fazer mais rotação do que as anteriores unidades.
Leia também – BMW R 1300 GS em teste, Revolução ou evolução?
Embora continuemos a gostar muito do seletor de caixa mais “justo” e que obriga a menor curso para trocar de mudança, no fora de estrada mais intenso, como o que vivemos nestes dias, o quickshifter revela-se algo sensível, cortando o motor a cada toque que damos no seletor. A solução é afastar mais o pé do mesmo, para evitar toques acidentais.
O conforto
Quem faz este tipo de utilização mista, sabe que tem de sacrificar o conforto em estrada para poder ter uma moto eficiente e minimamente divertida em “terra”. Com a BMW R 1300 GS temos as duas coisas, e quando falamos de conforto é conforto à séria. A proteção aerodinâmica, a posição de condução, o assento, são qualidades desta germânica que nos fazem sentir muito bem-vindos a bordo.
As suspensões eletrónicas fazem desaparecer, como que por magia, buracos, regos, pedras, tudo o que são irregularidades do piso. O nosso corpo agradece ser poupado a estes desconfortos e ao fim de três dias sentimos a diferença no menor nível de cansaço.
Com o novo desenho interno do motor, que engenhosamente colocou as correntes de distribuição separadas, uma na frente do cilindro e a outra atrás do cilindro – antes eram ambas na frente – permitem que externamente os cilindros passem a ser simétricos. Deixou de haver “aquele” cilindro mais próximo da perna que está sempre a bater na nossa canela.
Esta característica torna-se ainda mais importante quando andamos fora de estrada, já que permite que movimentemos os pés mais livremente sempre que os temos de colocar no chão. Outro aspeto que sobressaiu durante estes dias é a forma como os joelhos encaixam na moto quando conduzimos de pé. O desenho contínuo entre as laterais do assento e as tampas do depósito de combustível, garantem uma superfície plana e macia que não massacra o interior das pernas.
A BMW R 1300 GS volta a conseguir fazer a proeza de ser uma “big trail” de referência, como tem sido com todas as anteriores quando se “apresentam ao serviço”, melhor em praticamente todos os aspectos.
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