Teste: Triumph Speed Twin 1200 – A herdeira da velocidade

Na história da Triumph o nome Speed Twin carrega uma herança difícil de igualar. A nova moto não se inspira apenas no passado, mas também na brilhante trajectória da Street Twin, a clássica - moderna mais vendida na actualidade. Será a Speed Twin uma moto de nicho ou uma potencial líder de vendas?

Texto: Hugo Ramos

A primeira Speed Twin foi uma das motos mais importantes da história do construtor britânico. Desenhada por Edward Turner e apresentada em 1938, a moto estreava o primeiro motor bicilíndrico paralelo inglês, tornando-o na base de inspiração de todos os outros que vieram depois. A Triumph demorou até voltar a usar o nome de uma das suas mais celebradas motos, mas achou finalmente a formula para destacar uma moto merecedora desse nome. A Speed original conseguiu a proeza de ser mais potente, mais leve e com mais binário que as suas competidoras monocilíndricas, a esta nova não se pediria menos.

A base de desenvolvimento da Speed Twin foi a Thruxton, a moto que na gama da Triumph personaliza o verdadeiro espírito Café Racer. Mas se podemos dizer que a Speed é uma Thruxton menos equipada, também podemos dizer que é uma Bonneville com esteroides.
O melhor mesmo é apresentar a novidade, deixá-la ganhar o seu próprio espaço e
assumir a sua identidade.

[cq_vc_sidebyside card1title=”DESTAQUES” card1titlecolor=”#000000″ card1content=”Cilindrada: 1200 cc

Potência: 97 cv
Peso: 196 kg
Preço: 13200 euros” card1contentcolor=”#000000″ dividerbg=”#ffffff” dividercolor=”#333333″ card2avatar=”image” card2image=”21103″ cardshape=”cq-rounded” cardstyle=”customized” card1bg=”#FAEF15″ card2bg=”#FAEF15″]

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Moto nova

A Speed Twin tem tantas peças novas, criadas propositadamente para si, que é impossível não ser vista como uma novidade por direito próprio. O propósito da Triumph foi fazer uma moto de estilo retro, mas com uma melhor capacidade dinâmica, uma agilidade superior e sensações de condução ainda mais apuradas. Um pouco como a moto de 1938, uma revolução no conceito roadster. Mas tudo isto com uma etiqueta de preço mais acessível a um maior número de motociclistas, com a pretensão objectiva de dominar tabelas de vendas.

A Speed Twin monta o bicilíndrico paralelo de 1200cc na versão High Power. Tem os mesmos 97 cavalos de potência que a Thruxton e uma banda sonora feita à sua medida
pelos escapes cónicos. O motor tem algumas melhorias, permitindo um emagrecimento
de 2,5 Kg graças ao uso de novas tampas mais leves e uma cobertura de cames em
magnésio. Na parte ciclística, o quadro é novo e desenhado para a Speed Twin, com
um braço oscilante em alumínio adaptado da Thruxton. As suspensões são fornecidas
pela KYB e têm especificações modestas, sendo a forquilha convencional não regulável
e os amortecedores traseiros apenas reguláveis na pré-carga de mola.

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Com um nome de respeito, a mais recente das Triumph partiu da base da Thruxton, mas foi melhorada em diversos aspectos.

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Os travões têm proveniências distintas, sendo o sistema frontal de duplo disco e montagem axial fornecido pela Brembo e o simples conjunto traseiro fornecido pela Nissin. As jantes de sete braços em alumínio poupam uma grande parte dos 10 quilos de peso que a Speed
Twin tem para a Thruxton, contribuindo também para as melhorias dinâmicas que
tornam a moto mais ágil.

No contacto com o solo estão os muito eficientes Pirelli DiabloRosso 3, que depois de aquecerem têm um excelente comportamento em todas as situações na estrada. No capítulo electrónico, a Speed tem os já habituais três modos de motor (Rain, Road e Sport), que ajudam a mudar o carácter do mesmo, controlo de tracção desligável, ABS, luzes em LED com DRL, tomada USB debaixo do banco, imobilizador na chave, embraiagem assistida e instrumentação electrónica e analógica, num duplo mostrador muito bem conseguido esteticamente e com toda a informação muito legível e bem apresentada.

  FICHA TÉCNICA

[vc_toggle title=”MOTOR E TRANSMISSÃO” style=”rounded” color=”orange”]

Tipo dois cilindros paralelos, 4T, refrigeração líquida
Distribuição árvore de cames à cabeça, 4 válvulas por cilindro
Cilindrada 1200 cc
Diâmetro/Curso 97,6 x 80 mm
Potência máxima 97 cv/6750 rpm
Binário máximo 112 Nm/4950 rpm
Alimentação electrónica multiponto sequencial
Transmissão Final Corrente
Embraiagem assistida, multidisco em banho de óleo
Caixa de velocidades seis velocidades

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Quadro Tubular em aço com berços de alumínio
Pneu dianteiro 120/70-17”
Pneu traseiro 160/60-17”
Suspensão dianteira forquilha KYB, ø41 mm, curso 120 mm
Suspensão traseira dois amortecedores laterais
reguláveis em pré-carga e 120 mm de curso
Travão dianteiro dois discos de ø305 mm, pinças Brembo
de quatro êmbolos
Travão traseiro disco de ø220 mm, pinça flutante de dois
êmbolos Nissin

[/vc_toggle][vc_toggle title=”PESO E DIMENSÕES” style=”rounded” color=”orange”]

Comprimento máximo 2285 mm
Largura máxima 760 mm
Altura do assento 807 mm
Distância entre eixos 1430 mm
Ângulo de coluna de direção/trail 22.8º/93,5 mm
Avanço n.d.
Capacidade do depósito 14,5 litros
Peso a seco 196 kg

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Velocidade e agilidade

A Triumph escolheu a ilha Balear de Maiorca para apresentar a Speed Twin. O dia de condução foi passado na Serra de Tramuntana, com as suas reviradas estradas de bom alcatrão. O plano parecia perfeito, não fora pelo muito frio que se fazia sentir e que não permitia com facilidade que as estradas secassem da humidade da noite. Durante a manhã deu para valorizar fortemente os punhos aquecidos e o modo Rain do motor que acciona com maior facilidade o controlo de tracção, necessário muitas vezes pelas condições do  piso. Quando o sol começou a subir no céu, as estradas foram secando e a Speed começou a mostrar do que é feita.

O motor 1200, presente em várias motos  da gama Triumph, está cada vez mais refinado e a electrónica melhor desenvolvida para cada modelo e para a sua utilização. Neste caso, a saída é bastante forte desde médias rotações, com a necessidade de se usar a suave caixa de seis relações para melhorar as acelerações, mas com o motor a puxar forte de forma limpa até velocidades improváveis.

A ciclística, apesar dos elementos com menores especifi cações, funciona de maneira muito competente, com as suspensões a terem um papel muito neutro entre o conforto e boas reacções a andar depressa. Os travões estão em excelente plano, com a travagem frontal a ser muito potente e doseável. Os consumos são na ordem dos 5L/100Km, em ambiente de teste fizemos, pela informação da instrumentação, na ordem dos 5,4L/100Km. A autonomia não é brilhante, o depósito apenas tem capacidade para 14,5L, sendo as visitas às bombas de combustível um pouco mais frequentes.

 

 

A grande diferença da Speed Twin para a Thruxton, para além dos componentes, é a posição de condução. Monta um guiador e foi também revista na posição dos poisa-pés, que estão rebaixados em 4mm e 38mm para a frente. O banco é mais baixo, a apenas 807mm do chão, mas no entanto tem mais espuma, fazendo dele mais confortável para longas distâncias. A posição é bastante boa, podendo a Speed Twin ser conduzida de forma tranquila, com os braços abertos e a sentir o vento no tronco e capacete, mas está num ponto em que é fácil cerrar os dentes, baixar o tronco e desafiar as curvas com atitude desportiva.

No encadeamento revirado da Tramuntana, tentando seguir de perto o simpático e divertido piloto Gary Johnson (vencedor de duas corridas na Ilha de Man), a Speed é uma moto muito divertida de conduzir. Muito fácil de meter em curva e com excelente travagem. Há alguma brusquidão do motor no modo Sport, mas é natural, já que aqui se busca que tudo esteja disponível ao menor toque do acelerador. No geral, a diversão está assegurada e o objectivo da marca conseguido. A Speed Twin é mais fácil ágil que a Thruxton e muito mais desportiva que a Bonneville.

 

Estilo próprio

Apesar dos mais de 80 acessórios disponíveis no catálogo da Triumph para tornar a Speed Twin ainda mais única para cada cliente, a moto parece já de origem uma customização. Nas decorações cinzenta e vermelha, as linhas do depósito são pintados à mão e os detalhes são de muito bom gosto. As tampas, logótipos, tampão de depósito Monza e guarda lamas, tudo contribui para uma imagem muito forte e até algo musculada, fazendo da Speed Twin uma moto que cativa logo à primeira vista pelo seu estilo. Há também uma
linha de equipamento disponível com a imagem do modelo.

O preço é competitivo, a partir de 13.200€, o que permite à Speed disputar tabelas de vendas com grande parte das roadsters de inspiração retro, mas também com modelos naked mais utilitários. A Triumph está numa senda de lançamentos muito assertivos, este é mais um. Mais uma moto que vai dar muito que falar, como o nome não poderia deixar de antever!