O circuito do Estoril foi palco de mais um grande fim de semana de corridas de motos. O Campeonato Nacional de Velocidade realizou ali mais uma ronda, e, naturalmente, os Troféus de Naked Bikes (TNB) também estiveram em pista para aquela que foi a terceira prova do calendário da temporada 2023.
Após uma muito emocionante segunda ronda no circuito de Jerez, os pilotos dos Troféus de Naked Bikes voltaram a um ambiente mais conhecido, e desta feita o plantel apresentou-se reforçado com o regresso de pilotos como António Reis na Aprilia Tuono #8, ou ainda Duarte Amaral na BMW S 1000 R #10. Ambos estão ainda a recuperar das suas lesões, mas voltaram a integrar o TNB conferindo um colorido ainda mais especial a esta ronda no circuito do Estoril.
Destaque, ainda antes de começarmos a falar na qualificação e corridas dos TNB, para o aparecimento em modo de estreia de uma novidade que em breve irá integrar este campeonato e na nova categoria TNB3, e, claro, dará também origem a um novo troféu monomarca.
O promotor dos TNB conseguiu colocar em pista um protótipo de uma Honda CB750 Hornet, já “vestida” com os componentes necessários a competir.
De acordo com as informações já reveladas, a moto continuará a ser desenvolvida, tendo este primeiro teste sido importante para verificar opções técnicas concebidas pelo promotor e desenvolvidas pela Ixil, pela Techno Carbone, pela EMC e pela FMB Racing.
Outro dos objetivos era validar o modelo de pneus sugerido pela Dunlop e o enquadramento futuro desta classe no CNV Moto. Para tal, foi convidado o piloto Bruno Salreta, que nesta época participa no Campeonato Nacional de Supermoto.
O piloto cumpriu com as expectativas do promotor, da FMP, do MCE, da Dunlop e, naturalmente, da Honda Portugal, permitindo assim avançar com o processo de desenvolvimento.
TNB Estoril II – Treino Cronometrados
João Curva (#54), cada vez mais à vontade com a BMW S 1000 R, elevou a fasquia para 1m48.109s conseguindo a sua primeira “pole position” da temporada, tendo sido acompanhado no segundo 48 somente pelas S 1000 R Cup de Duarte Amaral e Ricardo Almeida (#31).
O ritmo estava forte e apenas as motos alemãs (e respetivos pilotos) conseguiram rodar naquele registo.
Logo a seguir, a abrir o segundo 49, qualificou-se a primeira TNB2, a Triumph Street Triple 765 de Frédèric Bottoglieri (#11) que continua a surpreender tudo e todos com os seus 765 cc e 130 cv. Incrível! A Aprilia Tuono V4 de Luis Franco (#22) foi a melhor entre as máquinas de Noale, seguida de outra Tuono, a de Miguel Sousa (#5), que fechou a segunda linha da grelha de partida ao ser o piloto mais rápido daqueles que rodaram no segundo 50.
Ricardo Pires (#14), a mostrar estar numa fase de franca evolução, consegue pilotar a sua Suzuki GSX-S1000 ao ponto de bater o seu recorde pessoal ao registar 1m50.919s, sendo seguido de muito perto pela segunda melhor Street Triple 765, a do francês Romain Bérton (#83) que bateu também o seu recorde pessoal ao registar 1m50.982s.
A BMW M 1000 R de Paulo Vicente qualificou a rodar no segundo 51, sendo que Daniel Coelho (#40) com 1m52.179s em Kawasaki Z900 bate também o seu recorde pessoal, seguida pela S 1000 R de Nuno Farias (#21).
A Triumph Street Triple 765 de Cyrille Schertenleib (#74) ficou qualificada à frente da Kawasaki Z900 de Marcos Leal (#73). Seguiu-se a S 1000 R de Marco Perez (#49), a Aprilia Tuono de António Reis, mais uma Tuono de Anselmo Vilardebó (#12), com a última TNB a qualificar na oitava linha da grelha de partida a ser a S 1000 R de Luis Metello (#6).
Com os 23 pilotos alinhados na grelha de partida (somando então os TNB e ainda os TLC) os semáforos apagam-se e é a BMW S 1000 R de Ricardo Almeida quem faz o “holeshot” na frente das naked alemãs de Amaral e Curva, alterando a ordem da linha da frente, e deixando antever uma grande corrida até à bandeira de xadrez.
Na passagem da linha de meta no final da primeira volta, Amaral passa Almeida levando atrás de si Curva, num duelo entre BMW, pois a Aprilia de Sousa, apesar do excelente arranque, perdia logo numa só volta 2 segundos para o trio da frente.
João Curva, entretanto, passa Duarte Amaral na volta seguinte, iniciando um duelo entre estes dois que irá durar até ao final, com repetidas trocas de posição, e ambos a elevarem o ritmo ao conseguirem rodar no segundo 48, depois no segundo 47, com Curva a conseguir mesmo registar 1m46.927s na última volta, vencendo a Corrida 2 dos Troféus de Naked Bikes por 11 milésimas de segundo sobre Duarte Amaral.
Pelo caminho ficou também um novo recorde dos TNB no circuito do Estoril, batendo por 0,117s o anterior que era da Aprilia Tuono de Pavel Bogdanov, colocando as motos naked no segundo 46 pela primeira vez!
A S 1000 R de Ricardo Almeida, ao rodar no segundo 49/50, não consegue acompanhar o duo da frente e ainda vê a melhor TNB2, a Street Triple de Bottoglieri, passá-lo na quarta volta e depois foi a vez da Aprilia Tuono de Luis Franco fazer o mesmo, mas na 8ª volta. Ainda assim, Ricardo Almeida conseguiu aguentar o último lugar do pódio da S 1000 R Cup.
Bottoglieri, depois dos brilharetes em corridas anteriores, faz esta Corrida 1 dos TNB num ritmo endiabrado (49/48 segundos), mas a penalização de uma dupla “long lap” por falsa partida, parcialmente executada, originou uma penalização adicional de 6 segundos, fazendo-o baixar a 5º da geral, mas assegurando na mesma a vitória na classe, tal era o seu avanço sobre a também Triumph de Bérton.
A Tuono de Luis Franco herdou assim o terceiro lugar da geral, posição igual na classe TNB1. A fechar o pódio das TNB2 ficou a Triumph Street Triple 765 RS de Schertenleib que termina a corrida no 12º lugar da geral, apesar de bater o seu recorde pessoal ao registar 1m51.132s.
Enquanto a ApriliaTuono de Miguel Sousa terminava em 6º da geral, depois de ter sido passado pela de Franco, a M 1000 R de Paulo Vicente manteve um duelo com a melhor das TLC, a de Rodrigo Amaral, conseguindo chegar na frente desta por somente 2 décimas de segundo.
A Suzuki GSX-S1000 de Ricardo Pires termina a seguir, em 8º da geral, depois de um animado duelo com a Triumph de Bérton e a S 1000 R de Nuno Farias. A Z900 de Marcos Leal andou toda a corrida em duelo com a outra Z, a de Coelho, até este cair na curva 1 à oitava volta, conseguindo, no entanto, regressar à corrida e classificar-se na frente das últimas TLC, revelando o “rookie” uma enorme resiliência.
A S 1000 R de Marco Perez consegue vencer o duelo com a TLC de Márcio Silva e a Aprilia Tuono de António Reis, com este a bater o seu recorde pessoal ao registar 1m53.538s ainda a recuperar da lesão. A Tuono de Vilardebó e a S 1000 R de Metello rodaram no seu ritmo, acima do segundo 55, fechando a classificação das TNB1 na frente da última TNB2, a de Daniel Coelho que, como referimos, tinha sofrido uma queda ao ser um pouco mais ambicioso numa tentativa de ultrapassagem ao seu rival das Z da marca de Akashi.
O pódio da classe TNB1 vê assim duas BMW acompanhadas de uma Aprilia, e o pódio TNB2 tem o pleno da Triumph pela terceira vez nesta época.
Animados com a performance do “nosso” Miguel Oliveira no MotoGP, alguns pilotos dos Troféus de Naked Bikes aproveitaram o “warm up” de domingo para afinar mais qualquer coisa nas suas motos, mas foi a desistência de Miguel Sousa, devido a questões pessoais, que surpreendeu o coletivo dos TNB e obrigou a refazer a grelha de partida a partir da sexta posição
Apagados os semáforos, é outra vez a S 1000 R de Ricardo Almeida a mostrar-se como a mais forte na chegada à primeira curva, seguido desta vez pelas de Curva e Amaral e pela Triumph de Bottoglieri.
Mas no final da primeira volta era já a BMW S 1000 R de João Curva que liderava a corrida e já com quase 1 segundo sobre os rivais mais próximos. Duarte Amaral “desperta” na volta seguinte, sobe o ritmo para o segundo 47 e na terceira volta já está na liderança da corrida. A rodar sempre na casa do segundo 47, mas com Curva sempre à espreita de uma oportunidade, Amaral aguenta a liderança até à penúltima volta, mas vê Curva ultrapassá-lo na última volta, repetindo este a vitória outra vez pela diferença mínima.
Mais uma grande corrida dos TNB, o que revela que esta fórmula de competição é uma “receita de sucesso”!
Ricardo Almeida não consegue seguir os dois pilotos da frente, apesar de rodar num ritmo bastante forte, e ainda tem de ceder o lugar ao invariável vencedor da classe TNB2, Bottoglieri, que ao rodar consecutivamente abaixo do segundo 49 com a sua Triumph assegura o 3º lugar à geral!
Almeida ainda vê a M 1000 R de Paulo Vicente aproximar-se no final da corrida, mas este teve de se preocupar com a Aprilia Tuono de Luis Franco que, depois de passar a Street Triple de Bérton à sexta volta, aperta o ritmo, chega ao segundo 48, mas fica a apenas uma décima de Vicente na versão mais exótica da naked da BMW Motorrad.
Bérton, aproveitando a “boleia” de Luis Franco, consegue bater o seu recorde pessoal ao rodar em 1m49.571s, mas no final da corrida é penalizado com 36 segundos por não cumprir a dupla “longa lap” atribuída pela falsa partida e ao ignorar o “ride through” consequente, relegando-o assim para 16º da geral apesar de cortar a meta em 7º, entregando o habitual 2º lugar na TNB2 ao “rookie” Daniel Coelho com a sua Kawasaki Z900.
O estreante nestas andanças arrancou motivado para esquecer o azar da Corrida 1, aplicou-se, andou em batalha com a Z900 de Marcos Leal durante toda a corrida, mas na última volta mete o “turbo”, bate o seu recorde pessoal (agora em 1m51.939s) e supera a ST765 RS de Schertenleib por 0,084s que por sua vez, ajudado pela Z de Coelho, superou Leal também na última volta.
Na luta pela nona posição da geral, a S 1000 R de Nuno Farias segue atrás da Suzuki GSX-S1000 de Ricardo Pires sempre no mesmo ritmo até à última volta, onde Farias decide, também ele, ficar com a posição, para frustração de Pires. Logo atrás, a S 1000 R de Perez, com melhor ritmo nesta corrida, consegue recuperar do mau arranque e ascender do 17º lugar da primeira volta para o 11º da geral.
A Aprilia Tuono de Vilardebó consegue o 15º da geral na frente do penalizado Bérton, da Tuono de Reis, e ainda da S 1000 R de Metello.
Terminada a terceira ronda da temporada dos Troféus de Naked Bikes, assim ficam as classificações:
1 – João Curva – BMW S 1000 R – 136 pontos
2 – Frederic Bottoglieri – Triumph Street Triple 765 – 113 pontos
3 – Paulo Vicente – BMW M 1000 R – 85 pontos
4 – Luis Franco – Aprilia Tuono V4 – 72 pontos
5 – Ricardo Almeida – BMW S 1000 R – 64 pontos
TNB1
1 – João Curva – BMW S 1000 R – 145 pontos
2 – Paulo Vicente – BMW M 1000 R – 104 pontos
3 – Luis Franco – Aprilia Tuono V4 – 81 pontos
TNB2
1 – Frederic Bottoglieri – Triumph Street Triple 765 – 150 pontos
2 – Berton – Triumph Street Triple 765 – 111 pontos
3 – Marcos Leal – Kawasaki Z900 – 78 pontos
1 – João Curva – 150 pontos
2 – Ricardo Almeida – 104 pontos
3 – Luis Metello – 70 pontos
1 – Luis Franco – 145 pontos
2 – Miguel Sousa – 105 pontos
3 – António Reis – 64 pontos
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