A nova família Tiger 800 aumenta o patamar de qualidade, com mais de 200 melhorias tanto na ciclística como no motor. A Tiger 800 tem muita tecnologia nova, que melhoram as prestações e a capacidade de serem práticas numa utilização quotidiana. O motor tricilíndrico de 800 cc foi revisto, tendo agora uma menor inércia, o que garante uma reacção mais imediata a cada solicitação do acelerador electrónico (ride by wire). A potência gerada é agora de 95 cv, a que se juntam seis modos de condução e diferentes respostas do mesmo. Fomos até Marrocos, para em dois dias de teste percebermos o que realmente melhorou nesta renova trail da Triumph.
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FICHA TÉCNICA
Tipo | 3 cilindros, 4 tempos, refrigeração líquida, DOHC, 4 válvulas |
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Cilindrada | 800 cc |
Compressão | 11,3:1 |
Potência máxima | 95 CV/9.500 rpm |
Binário máximo | 79 Nm/8.050 rpm |
Alimentação | Injecção electrónica, sequencial multiponto |
Escape | Sistema de escape 3-1 |
Embraiagem | Multidisco, banho de óleo |
Transmissão final | corrente |
Caixa de velocidades | 6 velocidades |
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Quadro | tubular em aço |
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Braço oscilante | Duplo braço em alumínio fundido |
Pneu dianteiro | XRT: 100/90-19 XCA: 90/90-21 |
Pneu traseiro | 150/70-17 |
Suspensão dianteira | XRT: Forquilha invertida Showa de 43 mm, 180 mm de curso XCA: Forquilha invertida WP de 43 mm, 220 mm de curso |
Suspensão traseira | XRT: Monoamortecedor Showa, 170 mm de curso XCA: Monoamortecedor WP, 215 mm de curso |
Travão dianteiro | discos flutuantes de 305 mm, pinças Brembo, ABS comutável |
Travão traseiro | disco de 255 mm, pinça Nissin, ABS comutável |
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Altura | XRT: 1350 mm XCA: 1390 mm |
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Altura do assento | XRT: 810 – 830 mm XCA: 840 – 860 mm |
Distância entre eixos | XRT: 1530 mm XCA: 1545 mm |
Angulo direcção | XRT: 23,8 º XCA: 23,4 º |
Avanço | XRT: 86,6 mm XCA: 93,5 mm |
Peso em ordem de marcha | XRT: 202 kg XCA: 208 kg |
Capacidade do depósito | 19 lt |
[/vc_toggle][vc_toggle title=”PREÇOS” style=”rounded” color=”orange”]
Triumph Tiger 800 XR | 11.000 € |
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Triumph Tiger 800 XRx | 12.550 € |
Triumph Tiger 800 XRt | 14.350 € |
Triumph Tiger 800 XCx | 13.450 € |
Triumph Tiger 800 XCA | 14.850 € |
Site | http://www.triumphmotorcycles.pt/ |
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Dois felizes tigres
Diga depressa: um tigre, dois tigres, três tigres…! Este trava-línguas descreve na perfeição o que se vive dentro do motor da nova Triumph Tiger, os três cilindros, três tigres a explodir com rapidez a gasolina e a darem-nos uma experiência que muito pouco tem a ver com travar o que quer que seja. O nome Tiger é um dos mais queridos da marca, já está no mercado desde 1936, quando a Triumph lançou a Tiger para os ISDT, International Six Days Trials, nos quais ganhou por três vezes a medalha de ouro. Na nova vida da Triumph, iniciada em 1991 pela mão de John Bloor, a Tiger regressou em 1993 como uma maxi trail de 900cc, ainda no conceito modular que a marca tinha para produzir os seus modelos. A primeira 800 nasce em 2010, surgindo logo com duas gamas distintas, uma mais estradista, a XR (apesar da designação ter vindo mais tarde), e outra mais aventureira, a XC, a pensar no fora de estrada. Apesar do forte impacto no mercado, a XC esteve sempre debaixo de alguma críticas devido às características do motor no todo o terreno e também à posição de condução demasiado estradista. A Triumph repensou a sua gama Tiger na totalidade para 2018, apresentando de uma assentada a nova 1200 (que testámos na edição passada) e as novas 800, que divergem cada vez mais uma da outra, para que o foco esteja na experiência diferenciada que cada motociclista pretende para a sua companheira de aventura.
Tiger 800, duas gamas
A Triumph fez mais de 200 alterações na Tiger 800, a maioria é transversal aos dois modelos, com o objectivo de obter melhor ergonomia, mais tecnologia, melhorar o carácter e sonoridade do motor e elevar a qualidade percepcionada do produto. A nível mecânico, a caixa de velocidades foi mudada, passando a ter uma primeira velocidade mais curta e sendo revistas todas as folgas entre engrenagens, conseguindo-se mais precisão e menos inércia. O escape é todo novo, com um fluxo de gases melhorado e uma ponteira mais pequena que aumenta a sonoridade do mesmo. O quadro e restante ciclística foram amplamente revistos, mudando a posição de condução e toda a ergonomia do modelo. Na componente tecnológica, o novo TFT domina a atenção do piloto, com muita informação e possibilidade de escolha da apresentação da mesma. Novo “joystick” para controlar todos os novos modos de condução e restantes funções, muito mais intuitivo, fácil de usar e retro-iluminado. Faróis de led e muitos mais confortos, como bancos e punhos aquecidos nos modelos topo de gama. Há quatro modelos da XR, desde a entrada de gama, passando pela XRx normal e baixa, terminando na topo de gama XRt. Nas XC há apenas dois modelos, a XCx e a XCa.
Destino aventura
Para o primeiro contacto com as novas 800, a Triumph levou-nos até Marrocos, a porta da aventura para quem sai da Europa. Ficámos bem perto do Atlas, que no inverno significa muito frio e neve, que claro está, apanhámos! As condições dos dois dias de teste foram bastante duras, com o primeiro dia de estrada a ter períodos de chuva e o segundo de off-road, apesar do sol ter aparecido, a ter algumas partes bastante enlameadas e escorregadias. Mas estas britânicas nasceram numa ilha debaixo de tempo complicado e enfrentam tudo com muita facilidade. A XR continua a ser uma moto excelente. Muito focada na estrada e no conforto que uma trail estradista consegue oferecer a quem a conduz, a XR é confortável, previsível e sempre muito aprumada em tudo o que faz. O motor está ainda mais cheio e linear, puxando muito bem de baixas e com menos hesitações que o anterior. Nota-se com clareza o trabalho a nível da caixa e escape, com mais precisão no engrenamento e uma sonoridade mais grave e audível vinda da ponteira. A travagem está num nível excelente, fácil de dosear e com muita potência, ajudando e muito a superar os muitos perigos de uma estrada marroquina cheia de pedras, lama e água. As suspensões da XR são fornecidas pela Showa e têm um papel muito importante no conforto da moto. São mais moles que as WP da XC, mas têm uma leitura muito boa da estrada só perdendo capacidade quando o terreno piora drasticamente. A posição de condução contínua a ser estradista, inclinando o corpo um pouco para a frente, mas resultando bem no ataque às curvas. O novo écran, largo e com deflectores laterais, é regulável em altura, em cinco posições, de forma muito fácil, que pode ser feita em andamento apenas com uma mão, está bem desenhado e protege muito bem o condutor. Nota-se a preocupação com a melhoria da qualidade, tudo em ambos os modelos está bem montado e com materiais de qualidade, sendo o novo TFT e comandos uma prova disso mesmo.
Aventura à séria
Se a XR tem uma evolução previsível, melhora o seu comportamento estradista e capacidades turísticas e de dia a dia, o que a torna na melhor opção para quem quer uma trail para estrada com capacidades para fazer alguns estradões, já a XC dá muitos passos em frente na sua missão de se tornar uma verdadeira moto de aventura. Em primeiro lugar a Triumph finalmente corrigiu a posição de condução da XC e agora sentamo-nos numa trail de aventura. Os pés estão no sítio, os braços estão no sítio e podemos enfrentar o que aparecer, seja sentados, seja em pé. Pela primeira vez a marca homologou a utilização de pneus mistos e os Pirelli Scorpion Rally foram os escolhidos. Se na estrada a XC é super competente em tudo, a curiosidade residia no que passou a fazer fora dela e a surpresa foi excelente. Os dois modos de motor Off-Road e Off-Road Pro estão disponíveis, se bem que o Pro é outro nome para Old School, pois todas as ajudas electrónicas são desativadas. No modo Off-Road, ficamos ainda com ABS na frente e um pouquinho de controlo de tracção, que pode ser uma ajuda em terrenos que envolvam maior precisão do acelerador para os menos experientes. Depois de rodar com ambos, penso que o Pro só deverá ser escolhido quando o condutor for muito experiente, porque o outro dá liberdade para nos divertirmos em maior segurança. A suspensão WP faz uma leitura muito boa do terreno e sem ter uma altura gigante é fantástica na maioria das situações, embora num ou dois saltos tenha chegado ao fim do seu curso. Ainda assim, ajuda bastante a colocar a tracção dos três cilindros na terra e aí trabalha muito bem. A grande maioria das trail de aventura tem apenas dois cilindros, tornando-se uma “norma” na classe, na realidade parece-me que há vantagens em dois momentos, nas descidas pronunciadas, onde se “calam” com menos facilidade, obrigando a Triumph a um maior jogo de embraiagem e na passagem de obstáculos inesperados, como um rego ou uma vala, em que é necessário rodar punho e puxar o guiador, mas fiquei muito surpreendido com o tri e com a forma como a electrónica o ajuda a ser endurista. O que lhe falta em saída imediata de baixas, compensa em tracção e na forma como empurra a moto para a frente, com power slides gigantes e nas subidas parece que vamos a ser empurrados por uma mão invisível, com uma resposta a médias rotações brilhante. A ciclística está muito boa, a moto parece pequena e leve debaixo de nós e não há nada que mereça uma crítica mais objectiva, sendo a Tiger XC finalmente uma trail aventura de pleno direito, uma moto a considerar por todos os que querem fazer uma utilização mista da moto.
Tigresa
Com a XR a evoluir como modelo de referência e a XC a ganhar uma nova alma aventureira, as Tiger 800 dão um salto enorme na qualidade e usabilidade das duas gamas. A escolha será difícil, mas claramente mais motociclistas poderão ter a moto que melhor se encaixa no seu estilo de vida e condução, as Tiger estão preparadas para tudo!