Aqui na redação da revista MotoJornal não desejamos pura e simplesmente o fim dos motores a combustão interna. Até porque, tal como pode saber mais clicando aqui, o início de uma era onde os combustíveis sintéticos como o da Zero Petroleum começam a ganhar força pode significar o prolongar da vida dos motores a combustão. Mas é inegável que soluções alternativas surjam no mercado, e desta feita o fabricante indiano TVS opta mesmo por algo bastante diferenciado.
De acordo com um registo de patente que escapou ao controlo da marca indiana, uma das maiores naquele país, em breve poderemos ver na estrada uma scooter TVS equipada com motorização híbrida.
Esta proposta, ou pelo menos o seu conceito, apresenta a particularidade de juntar um motor elétrico a uma célula de combustível de hidrogénio.
É verdade que a ideia de se utilizar hidrogénio no mundo das duas rodas não é novidade absoluta. Marcas como a Suzuki e o seu protótipo de maxiscooter Burgman a hidrogénio que durante alguns anos marcou presença no Salão de Milão EICMA, ou mesmo a Yamaha, mostraram que existe espaço para desenvolver um conceito deste género numa moto.
Porém, a indiana TVS vai mais longe.
Na imagem divulgada e que acompanha o registo de patente, esta scooter híbrida apresenta uma bateria de iões de lítio escondida na plataforma plana onde o condutor coloca os pés. No painel frontal ou avental, um conjunto de duas botijas servem para armazenar o hidrogénio, sendo facilmente acessíveis para reabastecimento através de um bocal específico.
O motor elétrico desta scooter híbrida utiliza a unidade que a marca desenvolveu e aplica na já comercializada iQube, ficando colocado no cubo da roda traseira. A potência, se permanecer inalterada, será de 4,4 kW, sendo a energia fornecida pela célula de combustível que se encontra debaixo do assento.
A utilização das baterias permite que a scooter armazene energia, seja através de carregamento na tomada elétrica, seja também através do sistema de recuperação de energia, que aproveita os momentos de desaceleração ou travagem para recarregar a bateria em andamento, prolongando a sua autonomia.
Convém referir que a bateria de iões de lítio não será utilizada pela TVS para alimentar em exclusivo o motor elétrico, mas serve apenas de elemento adicional onde a marca indiana vai buscar energia para complementar o hidrogénio.
Quando o condutor desta TVS desejar um “boost” de potência, bastará carregar num botão e o motor elétrico ganha mais alguns “eletrões” de forma permitir que a scooter registe velocidades mais elevadas, necessárias para, por exemplo, ultrapassar outros veículos ou garantir que numa subida com inclinação mais acentuada a scooter não seja obrigada a circular mais devagar.
Neste momento a scooter híbrida com motor elétrico alimentado por hidrogénio e bateria da TVS não tem data de comercialização confirmada. Para já tudo o que existe é o conceito em registo de patente.
Mas não deixa de ser uma ideia diferente e um caminho que poderá ser possível de ser desenvolvido, sendo claramente diferente da proposta híbrida da Kawasaki que combina um motor a combustão interna e um segundo motor elétrico.