Na internet, facilmente podemos “tropeçar” num anúncio de vendas de capacetes contrafeitos “topo de gama” ou “gama média-alta”. Estão à venda um pouco por todo o lado online, e a uma fração do preço das unidades originais. Para encontrá-los basta pesquisar em sites internacionais de vendas, como o E-Bay, Amazon, ou em plataformas congéneres asiáticas. Facilmente são também encontrados em grupos locais de vendas nas redes sociais (Facebook e Instagram, etc.), ou até mesmo em sites nacionais de pequenos anúncios.
Estas falsificações são uma realidade comum à escala mundial e transversal a muitos produtos, mas comprar um capacete falsificado encerra um potencial de perigo que se pode tornar numa fatalidade. E isso mesmo foi o que acabou de demonstrar uma televisão britânica, a ITV, numa reportagem divulgada esta semana.
Recorrendo ao British Standards Institution, a entidade equivalente ao Instituto Português da Qualidade, que aprova e define normas de qualidade e segurança para os produtos e serviços em território nacional, a reportagem da ITV submeteu capacetes contrafeitos a testes de impacto e verificou a sua total desintegração numa prova que simula uma colisão a 50 km/h.
Um especialista da BSI, Mark Mayo, descreveu estes resultados como sendo “chocantes e uma tragédia eminente por acontecer”. Depois do teste constatou que após o primeiro impacto, “o capacete abriu totalmente, o que deixa a cabeça totalmente exposta a danos maiores. Este é um resultado deveras chocante, e pensar que há pessoas a utilizar estes capacetes é muito preocupante. As fatalidades vão acabar por acontecer aos utilizadores destes capacetes contrafeitos.”
Estas falsificações, de medíocre qualidade em matéria de segurança, são anunciadas de várias formas, e muitas vezes nem sequer os vendedores omitem que são “réplicas”. Todavia afiançam que são de “alta qualidade”, ou “réplicas perfeitas” e “com todas as certificações” e/ou “homologações” necessárias. Nada mais falso, conforme demonstraram os testes da British Standards Institution, que também comprovou que as unidades originais passaram nas mesmas provas.
Outro interlocutor do canal britânico ITV nesta reportagem foi Selina Lavender, do Motorcycle Action Group, que sublinhou: “todos nós devemos alertar as pessoas para terem cuidado. Neste caso, não se trata apenas de uma falsificação estética! Geralmente, as pessoas com menos dinheiro e as que são novas no mundo das duas rodas são aqueles que vão adquirir estes produtos. Este negócio afeta aqueles que não têm bem noção das implicações. É preciso divulgar esta situação!”.