Miguel Oliveira foi o vencedor do GP da Estíria, batendo Jack Miller e Pol Espargaró na última curva do Red Bull Ring.
A corrida foi interrompida devido à queda de Maverick Viñales no final da recta da meta; ao ficar sem travões, o piloto espanhol atirou-se para o chão e a sua moto foi embater sozinha na barreira de protecção, incendiando-se. Era Joan Mir quem estava no comando – com quase 2 segundos de vantagem -, na frente de Takaaki Nakagami e Jack Miller, com dores no ombro depois da queda de sábado. Miguel Oliveira estava em sétimo, na frente de Andrea Dovizioso, quando a corrida foi interrompida depois de 16 voltas.
A segunda partida foi dada para uma corrida de 12 voltas apenas; os pilotos a ocuparam na grelha de partida a posição que ocupavam quando a corrida foi interrompida.
Miguel Oliveira chegou ao quarto lugar logo na primeira volta e pouco depois passou chegou ao terceiro lugar passando por Joan Mir.
Tudo decidido na última curva
Jack Miller e Pol Espargaró protagonizaram uma grande batalha pela vitória que se intensificou na última volta. Foi a oportunidade que Miguel Oliveira aproveitou para ficar mais perto; nas últimas curvas Miller e Espargaró deram tudo o que tinham, mas acabaram por alargar na última curva: Miguel Oliveira preveu a manobra e stava no sítio certo para tirar partido, batendo ambos a caminho da bandeira de xadrez.
«Primeiro que tudo, eu queria ter a certeza de que era a última volta. Durante toda a corrida eu não conseguia ver onde estava o meu pit board, por isso não sabia se o quarto estava perto de mim ou não, e estava completamente focado na frente», disse Oliveira depois de ouvir o hino nacional no degrau mais alto do pódio.
«Quando vim para a última volta eu vi que o Pol começou a manter uma trajectória defensiva e pensei que eles os dois podiam perder muito tempo, e eu podia tirar partido disso. Na última curva deixei os dois a lutar e vim pelo interior. Quando vi a bandeira de xadrez e e ninguém ao pé de mim foi alegria pura! Estou tão feliz por dar a primeira vitória a esta equipa. É um grupo de grandes seres humanos, muito profissionais sempre e merecem. Merecemos esta vitória depois de todas as dificuldades que passámos desde o ano passado. Viemos para a esta temporada com um grande potencial, mas por uma razão ou outra, não conseguimos, mas finalmente estou feliz por ser um daqueles tipos que dá este troféu à equipa».
Mudança de pneus
Miguel Oliveira tinha saído inicialmente com pneus de composto médio em ambas as rodas, mas depois da interrupção saiu para a segunda partida com um pneu duro à frente e um médio atrás.
«Tive a sorte de ter uma segunda oportunidade na corrida, porque mudei de pneus, e acho que isso me permitiu ser mais competitivo na segunda corrida», explicou Miguel Oliveira, acrescentando que «numa corrida de 12 voltas é difícil prever o que vai acontecer, porque não precisamos de pensar na gestão dos pneus ou do combustível. Deste modo é, digamos, uma corrida mais fácil. Eu sabia que o Pol e o Jack estavam fortes e acho que não conseguiria ultrapassá-los se a corrida continuasse. O Pol começou a tapar os buracos, o Jack tentou ganhar nas últimas curvas, eu sabia que podia tirar partido disto. Tentei ser seguro e inteligente, e mantive-me pelo interior na última curva e ser o primeiro a chegar à meta», concluiu o piloto português.
Foi a primeira vitória de vitória de Oliveira na categoria rainha, no seu 150.º GP, a primeira para a Tech3 e aconteceu na 900.ª corrida da categoria rainha do Mundial. Miguel Oliveira foi o 112.º piloto diferentes a ganhar uma corrida de MotoGP/500.
Jack e Pol descrevem a última volta, surpreendidos por Miguel
Jack Miller não contava ser ultrapassado por Miguel. «Ele apanhou-me de surpresa. Pensava que a luta era entre o Pol e eu. Não saí muito bem da curva sete, o Pol faz muito bem esse sector até à oito e eu conseguia ouvi-lo muito perto de mim. Eu sabia que ele ia tentar passar. Travei máximo que pude, trocamos de posição e eu só pensava ‘não pises o ver, não pises o verde’ e depois ouvi vrooom, e era ele (Oliveira) a passar por mim!», contou o australiano.
«Parecia a última volta duma corrida de Moto3!», disse Pol. «Eu puxei na frente, mas na última volta fui lento porque estávamos a lutar. Também pensei que era apenas o Jack e eu na luta pela vitória. Quando cheguei à curva nova pensei que era a minha última oportunidade para vencer a corrida, fui pelo interior, a trajectória foi boa, mas quando abri o acelerador, e estamos a lutar contra uma Ducati, esperamos sempre que ele tente de novo, travam tarde e e aceleram muito bem e na última curva o Jack tentou, como eu tentaria, e ambos alargámos e o Miguel aproveitou a oportunidade para vencer a corrida. No final são corridas e desfrutámos de uma boa corrida, eu era primeiro na última curva, mas estas coisas acontecem», disse o espanhol depois de conquistar o pódio.
O líder do campeonato, Fabio Quartararo, voltou a sofrer de problemas de travões e terminou apenas em 13.º.
Com a vitória, Miguel Oliveira subiu ao 9.º lugar do campeonato, e a KTM perdeu as concessões e os respectivos benefícios. Para além disso, a BMW, como patrocinadora deste GP, oferecia um M4 ao vencedor, e Oliveira já tem a sua chave…
Moto2 e Moto3
Jorge Martin foi o primeiro a cruzar a meta no final duma muito animada corrida de Moto2. Porém o piloto espanhol excedeu os limites da pista na última volta e foi penalizado com a perda de uma posição. O vencedor foi assim Marco Bezzecchi, com Martin a ser relegado para segundo e Remy Gardner a fechar o pódio.
Animação foi o que não faltou na corrida de Moto3, e no final foi Celestino Vietti quem alcançou a sua primeira vitória no Mundial batendo Tony Arbolino e Ai Ogura. Alberta Arenas foi quinto e mantém a liderança do campeonato.
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