Yamaha Tracer 900 2018, aventura em estrada

Há muito que mundo das motos de aventura se fundiu com o das motos de viagem. Com a Tracer 900 GT a Yamaha levou esta junção mais longe e do lado as aventureiras ficou a silhueta alta, a posição de condução e o conforto, no resto a estrada é o foco.

Durante os três anos que tem já de mercado, a Yamaha Tracer 900 tem conquistado muitos clientes. É uma moto que oferece as qualidades de uma moto desportiva ligeira e ágil, mas com o conforto de uma turística. Num mercado que se tem visto depurado dos modelos turístico-desportivo puros, esta foi uma agradável adição. Este ano a Yamaha renovou o modelo com pequenas alterações que vieram ao encontro dos pedidos dos clientes. Pare esta remodelação foi mantido o DNA do modelo, aumentada a versatilidade e a funcionalidade, um desenho melhorado, e a criação de uma versão melhor equipada, a GT.

[cq_vc_sidebyside card1title=”DESTAQUES” card1titlecolor=”#ffffff” card1content=”Cilindrada: 847 cc
Potência: 115 CV/10.000 rpm
Binário: 87,5 Nm/8.500 rpm
Peso: 215 kg
Preço:
Tracer 900 – 10.595 €
Tracer 900 GT – 12.595 €” card1contentcolor=”#ffffff” dividerbg=”#ffffff” dividercolor=”#333333″ card2avatar=”image” card2image=”10706″ cardshape=”cq-rounded” cardstyle=”customized” card1bg=”#5967ea” card2bg=”#e2791d”]

Melhor ergonomia, mais conforto

Para a Yamaha o segmento onde a Tracer 900 se insere é muito importante, já que representa 22 por cento das suas vendas. É uma moto que consegue oferecer qualidades que apelam a clientes experientes, que podem “vir” das desportivas, roadster ou de outras turístico-desportivas. Assim nesta versão de 2018, melhorou o comportamento com uma ciclística que aumenta a estabilidade. Mas o conforto também um dos pontos focados. O assento tem um desenho novo, com melhor apoio quer para o condutor como para o passageiro.

A protecção aerodinâmica aumentou com um ecrã maior que agora tem regulação em altura muito fácil de utilizar. A posição de condução é a mesma, mas o assento foi redesenhado para oferecer maior conforto e pode ser reguládo em altura. O passageiro foi alvo de alguma atenção, com um novo desenho do assento e uma nova colocação dos pousa-pés e das pegas, na busca de um maior nível de conforto para as grande distâncias. Juntamente com as novas protecções de mãos mais compactas, esta redução significa que a Tracer 900 está mais estreita 10 cm ao nível do guiador. Ganhou a posição de condução e a facilidade de utilização em ambiente urbano, dando um pouco mais de versatilidade a esta turístico-desportiva.

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O motor é o mesmo utilizado no modelo anterior, o CP3 de 847 cc e três cilindros. É uma unidade agradável de utilizar e com prestações muito dinâmicas. Esta unidade mantém os 115 cv de potência máxima e 87,5 Nm de binário. Possui três modos entre os quais podemos escolher, uma resposta mais directa, normal e suave. Ao longo dos duzentos quilómetros que fizemos fomos mudando e acabámos por usar maioritariamente o normal e o suave.

No modo normal o motor da Tracer tem uma resposta bastante directa mas sem ser brusco como fica no modo mais directo. Este é impressionante nos momentos de iniciais de utilização. Ao fim de algum tempo, numa condução em estrada, acabamos por nos cansar da precisão de pulso necessária na reabertura do acelerador em curva. O modo suave atrasa um pouco a resposta do motor. É estranho quando se começa a usar, mas garante um grande conforto quando se quer andar devagar, e deverá ser útil em condições de piso de pouca aderência.

O controlo de tracção tem dois níveis e pode ser desligado. Tal como nas restantes versões deste motor tricilíndrico, o modo menos actuante dá-nos algum tacto de tracção da roda traseira antes de actuar o que permite alguma diversão em condução mais empenhada. Este tricilíndrico da Tracer é dono de uma resposta sempre forte. Permite uma condução muito divertida e rápida. Por outro lado não apresenta praticamente vibrações sendo confortável em tiradas longas.

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Na geometria da Tracer 900 a Yamaha trabalhou para responder a algumas críticas quanto a estabilidade em recta. Para tal aumentou o comprimento do braço oscilante em 60 mm, de 532 mm para 592 mm. Ao longo de todo o percurso realizaram-se várias troços em autoestrada e a Tracer manteve-se sempre imperturbável, mesmo com o ecrã na posição mais alta e com as malas instaladas. É uma moto que se sente muito segura, mantendo a mesma estabilidade em curvas rápidas. Inspira confiança e incita-nos a rodar sempre numa toada alta.

As suspensões funcionam bem. Oferecem um bom nível de conforto com o seu curso generoso, na versão base. Sem que esta apresente qualquer problema, assim que rodamos com a GT nota-se que esta consegue oferecer ainda mais estabilidade, tacto de condução e, ao mesmo tempo, aumentar o nível de conforto. Estas suspensões totalmente afináveis da Kayaba fazem uma leitura mais precisa das irregularidades mantendo tudo mais controlado.

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Com um preço que ultrapassa em pouco os dez mil euros, a Tracer 900 é uma moto que oferece bastante. A percepção de qualidade é elevada, ainda que a parte por trás das ópticas merecesse um maior cuidado estético. Até porque é parte da moto que o proprietário mais vê quando a conduz. De resto nota-se uma boa evolução face ao modelo anterior, em especial na zona traseira. O novo subquadro com os suportes de malas bem integrados e o novo farolim dão um ar mais robusto à Tracer.

Este modelo oferece já um bom nível de equipamento electrónico na versão base, como o controlo de tracção e modos de motor presentes. Caso não baste, a versão GT acrescenta o cruise control, quick-sifter, punhos aquecidos e painel de instrumentos em TFT. Isto na electrónica. A estes juntam-se as malas laterais e as suspensões de melhor qualidade e totalmente reguláveis.

A GT custa mais dois mil euros, um custo contido se o equipamento oferecido estiver na nossa lista de necessidades. Por 12 595 euros a versão mais equipada é, ainda assim, mais acessível que as suas duas mais directas adversárias, a Ducati Multistrada 950, que custa 13 595 euros, e a Triumph Tiger Sport, que é vendida por 13 950 euros

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Yamaha Tracer 900
O ecrã de protecção pode ser regulado em altura facilmente com uma mão, através de uma pega que fica por cima do painel de instrumentos.


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Yamaha Tracer 900
OS COMANDOS da Tracer 900 GT obrigam a um período de adaptação para o conseguirmos usar em andamento. Através deles podemos aceder a muitas funções onde se inclui o cruise control

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Yamaha Tracer 900
OS COMANDOS do lado direito dão-nos acesso à ignição do motor e aos Menus de gestão da Tracer. É muito intuitivo e fácil de regular

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Yamaha Tracer 900
Na Tracer 900 GT o painel é uma unidade TFT a cores que oferece uma informação com gráficos mais apelativos e um acesso mais fácil aos menus de acerto da electrónica.

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Yamaha Tracer 900
Na Tracer 900 base o painel é um painel digital “clássico” com dois mostradores onde toda a informação tem uma leitura muito fácil e simples.

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Yamaha Tracer 900
A parte traseira das ópticas dianteira está muito exposta não resultando bem esteticamente. Tem o lado positivo de ser fácil acertar a altura dos feixes de luz.

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Tracer 900 GT, duplicar oferta

A Tracer 900 tem realizado uma boa fatia das vendas da Yamaha nos últimos tempos. Em 2017 este modelo representou metade do número de motos turísticas que a Yamaha vende, o segundo segmento mais importante da marca. Para reforçar este potencial de vendas, para 2018, a Yamaha melhorou a Tracer em vários dos aspectos que mais eram criticados e duplicou a oferta com a inclusão de uma nova versão. A Tracer 900 GT é a versão mais equipada da Tracer, com inclusão de suspensões totalmente reguláveis de melhor qualidade, sistema de malas e muito equipamento electrónico onde se destacam na condução o cruise control e o quick-shifter e no conforto os punhos aquecidos.

Mais estabilidade

Para testarmos as novas Tracer 900 e 900 GT, a Yamaha convidou-nos para a apresentação mundial em Espanha. A sul de Granada estende-se uma rede de estradas que oferece todo o tipo de traçados, rápidos, lentos, de bom piso e com revestimento de qualidade mais duvidosa. Perfeito para se ficar com uma boa amostra de como a Tracer 900 se comporta em diferentes situações. Nos mais de 200 km que fizemos ficou evidente que estabilidade é algo que não falta a este modelo. Foram muitas as situações em que rodámos a velocidades elevadas quer com a versão base como com a GT e a frente manteve-se aprumada. É certo tem uma direcção bastante sensível, é isso que lhe dá a agilidade que tantos utilizadores destacam do modelo anterior.

A agilidade de sempre

É fácil levá-la de trajectória em trajectória mesmo sendo uma moto de suspensões altas. O único ponto menos positivo prendeu-se com alguma falta de tacto no pneus dianteiro. É difícil perceber o que se passa com este e forçar um pouco mais de velocidade nas entradas em curva e por vezes tende a alargar a trajectória na saída. Com um acerto na suspensão dianteira estes último problema desapareceu, mas nunca senti total confiança na frente. Talvez a escolha de pneus não seja a perfeita para quem dá mais valor ao lado desportivo da moto. Mas a Tracer não foi pensada para disputar entradas em curva ao milímetro.

Conforto surpreendente

O lado turístico da Tracer foi alvo de atenção nesta renovação e gostei particularmente da protecção aerodinâmica. É muito boa para este tipo de moto, protegendo perfeitamente tronco e cabeça, mesmo tendo o ecrã posicionado a meia altura. Este passou a ser regulável, com um sistema simples que é facilmente operado em andamento. A posição de condução pouco mudou face à versão anterior, apenas o guiador foi ligeiramente encurtado, juntamente com as protecções de mãos, que vem facilitar a circulação em transito citadino. Sentamo-nos alto, o assento também tem afinação, com o tronco relativamente direito, mas com um bom controlo da direcção. O assento oferece uma boa área de apoio quando nos chegamos para trás, e na frente é suficientemente estreito para facilitar a colocação dos pés no chão.

GT ou versão base, qual escolher

Entre as duas versões o aspecto mais importante, até porque será o mais oneroso e difícil de trocar, é a vantagem das suspensões. Acima de tudo é o funcionamento mais refinado das colocadas na GT que mais nos convence. Existe um melhor controlo dinâmico e mais conforto, não é uma diferença desmesurada, até porque a Tracer base funciona bem. A diferença de 2000 € entre as duas pode ditar a escolha pela mais acessível, ainda que a GT ofereça argumentos quase incontornáveis para quem as viagens são um dos objectivos da sua moto.

[cq_vc_thumbnailcaption images=”10727″ onclick=”customlink” backgroundcolor=”#d1d1d1″ caption=”Fica a saber ao detalhes todas as características técnicas e equipamento da nova Tracer 900.” captionbutton=”CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS” buttonlink=”url:https%3A%2F%2Fmotopt.pt%2Fyamaha-tracer-900-gt-a-tecnica%2F||target:%20_blank|” thumbnaillink=”url:https%3A%2F%2Fmotopt.pt%2Fyamaha-tracer-900-gt-a-tecnica%2F||target:%20_blank|”]

Em conclusão

Com a responsabilidade de dar continuidade às boas vendas do modelo anterior, que atingiu as 30000 unidades desde que foi lançada em 2015, as duas novas Tracer 900 e Tracer 900 GT chegam ao mercado português com preços bastante interessantes. As melhorias que receberam respondem a muitas das críticas que eram feita ao modelo anterior. Está mais confortável com o novo ecrã, assento e ergonomia, tanto para o condutor como para o passageiro. A sua versatilidade na utilização em cidade aumentou com a menor largura ao nível do guiador. Está ainda mais adaptada à utilização em estrada aberta, com a maior estabilidade. Se estas razões não forem suficientes para convencer a compra da Tracer base, a versão GT ainda melhor equipada pode fazer a diferença.