Os condutores portugueses têm assistido nos tempos mais recentes à proliferação dos radares fixos de controlo de velocidade. Na verdade, em território nacional tem sido implementada uma rede destes radares que fazem parte do Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO), e que, como bem sabemos, têm vindo a permitir ao governo português “encaixar” avultadas verbas em multas cobradas aos condutores portugueses.
Agora, e de acordo com a mais recente comunicação da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), os condutores portugueses serão ainda mais controlados, pois durante o primeiro trimestre de 2023 entram ao serviço nada menos do que 50 novos radares de controlo de velocidade!
Na realidade, estes novos radares que se juntam e aumentam a cobertura do sistema SINCRO, iniciado em 2016, estavam previstos entrar em funcionamento há mais tempo. Mas a ANSR confirma que existem atrasos “Com o fornecimento dos equipamentos decorrente da situação excecional nas cadeias de abastecimento resultantes da pandemia da doença covid-19, da crise global na energia e dos efeitos resultantes da guerra na Ucrânia”.
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Destes 50 novos radares, 30 vão ser instalados em Locais de Controlo Velocidade Instantânea (LCVI) e 20 em Locais de Controlo Velocidade Média (LCVM), estando previsto que 80% sejam colocados fora das autoestradas, ou seja, no interior de meios urbanos onde a velocidade legal prevista no Código da Estrada é mais baixa e onde, normalmente, os limites não são respeitados.
A ANSR adianta mesmo estes novos radares que serão ativados nos primeiros meses de 2023 vão permitir detetar a velocidade instantânea, mas 10 são também capazes de calcular a velocidade média num determinado trajeto.
De acordo com a ANSR, o SINCRO procede atualmente à fiscalização da velocidade dos condutores através “Da medida da velocidade instantânea do veículo, ou seja, da sua velocidade no instante em que passa no local de controlo de velocidade”.
Já os novos radares LCVM vão permitir “A fiscalização da velocidade praticada pelos condutores através da medida da velocidade média do veículo entre dois pontos predefinidos na estrada”.
E quanto é que custará aos cofres do Estado Português a aquisição destes novos radares?
Segundo a ANSR, os contratos de fornecimento e instalação dos novos radares de controlo de velocidade vão custar cerca de 5,6 milhões de euros.
A rede SINCRO é composta atualmente por 62 locais de controlo de velocidade instantânea instalados em várias estradas da rede rodoviária nacional equipados com 58 radares.
Desde que entrou em vigor este sistema de radares de controlo de velocidade, foram registados um total de 1.562.780 infrações, tendo sido 2020 (420.609), 2021 (349.139) e 2019 (323.589) os anos com maior número de multas.