Texto: Vitor Martins
A Honda actualizou a sua gama CRF para 2020, quer nas versões de enduro, quer nas de motocross quer nas de estrada. Se para 2017 as 450 receberam alterações de fundo – incluíndo a introdução de um novo modelo, a CRF450RX -, para 2020 voltam a ser actualizadas, especialmente no que diz respeito ao conjunto electrónico. Quer a Honda CRF450R de motocross quer a CRF450RX de todo-o- terreno viram os seus mapas da injecção PGM-FI optimizados, assim como o do Launch Control.
A grande novidade é a introdução do controlo de tracção, denominado Honda Selectable Torque Control (HSTC), com três modos diferentes seleccionáveis. O objectivo é minimizar o patinar da roda traseira e maximizar a tracção tendo em conta o tipo e as condições do terreno, e também a experiência do piloto. Contudo, ao contrário do controlo de tracção de outros modelos da marca, o HSTC nas CRF não usa sensores de velocidade nas rodas; a ignição e a injecção são ajustadas quando a velocidade de subida das rotações do motor é superior a determinado ritmo. O nível 1 é o menos interventivo, o 2 é intermédio e o 3 o mais interventivo, adequado para as condições mais lamacentas e escorregadias. Os níveis são alterados por um botão que ao ser pressionado vai consecutivamente passando ao nível seguinte. O HTSC pode ser desligado. As CRF 450R e 450RX beneficiam ainda do Launch Control em três níveis, e de três modos de utilização do motor com o Engine Mode Select Button (EMSB): Standard, Suave e Agressivo.
No que diz respeito à ciclística, o quadro comum à R e à RX já tinha sido revisto na actual versão e por isso permanece inalterado para 2020. Em ambos os modelos o braço oscilante viu a sua rigidez aumentar, e as suspensões foram actualizadas, com novas molas na forquilha Showa e melhoria da compressão de baixa velocidade, enquanto que o amortecedor traseiro Showa recebeu novas válvulas. A bateria passou a estar numa posição mais baixa. Enquanto que a CRF 450RX usa um depósito de combustível de 8,5 l construído em plástico, a R usa um depósito de 6,3 litros em titânio. As CRF 250 R e CRF 250RX recebem um novo quadro e braço oscilante, oriundos das versões 450. Nas suspensões, a forquilha recebeu novas válvulas.
No motor, os mapas de ignição e injecção foram revistos, de modo a melhorar o binário entre as 6000 e as 10 000 rpm, e a potência máxima, atingida às 12 000 rpm, foi melhorada em 4%, enquanto que o binário máximo, atingido às 8000 rpm, cresceu 8%. A melhoria do binário foi ainda mais significativa a médios regimes, subindo 10% às 10 000 rpm em relação à versão anterior. Para estas melhorias contribuíram também o redesenho dos colectores de admissão e escape, assim como ao aumento de volume do filtro de ar em 10%. As relações da caixa de velocidades foram alteradas, agora com a 2.ª mais próxima da 3.ª para minimizar a perda de rotação; os carretos da 3.ª e 4.ª receberam um novo tratamento superficial para melhorar a durabilidade, e foi implementado um sensor que permite usar três mapas diferentes de ignição: um para 1.ª e 2.ª, outro para 3.ª e 4.ª e outro ainda para 5.ª.
As CRF 250 contam com Launch Control e Engine Mode Select Button (EMSB). Quanto às versões de estrada CRF450L, CRF250L e CRF250 Rally permanecem tecnicamente inalteradas, mas receberam nova decoração.
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