Com o lançamento da R18 a BMW voltou ao segmento cruiser, que tinha abandonado desde o fim da produção da R 1200 C em 2004.
A principal característica da R18, que foi totalmente feita de raiz, é o seu motor boxer; com 1802 cc é o maior feito até hoje pela marca bávara.
Roland Sands viu no Big Boxer um diamante em bruto para lapidar mais uma das suas criações, e assim nasceu a R18 Dragster.
«Com um motor que é claramente a peça central, imediatamente pensei em ‘muscle cars’. A minha família sempre gostou de andar rápido, e o meu pai era ‘drag racer’, por isso pensei que fazia sentido desmontar a moto até ao seu essencial e fazê-la de novo para ser rápida numa pista recta», explica o californiano, que celebrará o seu 46.º aniversário dentro de dias.
Sands transferiu a ideia para o papel antes de deitar mão à obra. «No final, a magia acontece quando damos vida ao rascunho», diz ele.
Apesar de a BMW ter concebido a R18 de modo a ser facilmente personalizável pelos proprietários, Roland Sands e a sua equipa foram bem mais longe, e da moto original ficou praticamente apenas o motor. O quadro, apesar de manter a geometria original, foi altamente alterado: perdeu a suspensão traseira e foi transformado numa unidade rígida. Numa transformação que demorou cerca de três meses e meio, o motor também não foi poupado e recebeu – ou não fosse uma dragster! -um componente ‘divertido’, um sistema de óxido nitroso. Este não foi fácil de implementar: «A electrónica foi a coisa mais difícil com que tivemos que lidar, porque ao implementar o sistema de óxido nitroso, tivemos que descartar o escape e alterar drasticamente a admissão», explica Sands.
Do estirador para a drag strip
O escape original foi substituído por uma mais curto tipo megafone e, para além do motor, foram mantidos outros elementos originais da R18, como o depósito e o farol dianteiro (mas com um aro diferente). A suspensão esta a cargo de uma forquilha telescópica oriunda na R nineT, enquanto que o sistema de travagem dianteiro foi retirado de uma S1000RR.
Depois de completado o projecto, só havia uma coisa a fazer: levar a R18 Dragster a uma ‘drag strip’. «Todas as motos precisam de recursos diferentes, dependendo da construção, materiais ou peças especiais. Todos os novos conceitos são um processo de aprendizagem, mesmo depois de ter construído mais de 200 motos. Queremos sempre perceber o tipo de moto que estamos a construir, é a chave para a manter autêntica e funcional», diz Sands.
Para além da Dragster, Roland Sands criou também dois conjuntos de componentes em alumínio para o lançamento da R18. Denominados ‘Machined’ e ‘2-Tone-Black’, estes kits incluem jantes de tamanhos diferentes das originais da R18. São compostos ainda por suportes e risers para o guiador, caixa do velocímetro, punhos, manetes e espelhos e ainda elementos estéticos do motor e escapes. Alguns destes componentes foram usados na R18 Dragster.