Desde 2009 quando surgiu a primeira geração da superdesportiva da marca de Munique, que os motociclistas adeptos dos modelos desportivos e que querem registar os melhores tempos por volta em circuito têm na BMW S 1000 RR uma proposta muito sólida e aliciante. A RR da BMW Motorrad agitou por completo o segmento das “mil”, equipada com muita tecnologia e um potente motor quatro cilindros em linha que não deixava ninguém indiferente.
Os anos passaram, a BMW Motorrad incumbiu os seus engenheiros de apresentarem inovações em cada noa geração da S 1000 RR, e a superdesportiva alemã manteve-se como uma das propostas mais competitivas do segmento.
E num segmento onde se procura oferecer e mostrar aos motociclistas todo o poderio da marca, a BMW Motorrad aproveitou a S 1000 RR para desenvolver motos verdadeiramente especiais. Por exemplo, a HP4 Race, moto para uso exclusivo em pista, levou o exotismo a um novo patamar.
Mais recentemente foi a M 1000 RR, uma moto especial e afinada ao detalhe para obter os melhores tempos por volta. Essa M 1000 RR, que hoje em dia vemos no Mundial Superbike, por exemplo, conta com uma série de particularidades que são agora aproveitadas para a nova geração de 2023 da BMW S 1000 RR.
Wolfgang Wallner, responsável pelo projeto da nova “S1K RR”, faz questão de destacar algumas das principais características que podemos encontrar nesta novidade para o próximo ano: “Tem um motor mais potente, suspensões e chassis evoluídos, novos sistemas Brake Slide Assist e DTC Slide Control, para além de aerodinâmica otimizada e uma traseira redesenhada. Isto permitiu-nos elevar a performance da RR para um novo patamar”.
Mas o que é que podemos encontrar na BMW S 1000 RR que permita afirmar que a superdesportiva alemã subiu de nível?
O motor continua a ser de arquitetura quatro cilindros em linha. Com 999 cc e refrigeração por líquido, mantém a aposta na tecnologia ShiftCam, que permite controlar o tempo de abertura e o curso das válvulas mediante uma série de parâmetros predefinidos e que têm como objetivo otimizar a potência e binário disponíveis a baixos e médios regimes, mas sem esquecer a potência pura atingida nos mais elevados regimes.
De facto, o motor da nova S 1000 RR tem como “redline” as 14.600 rpm.
O motor tetracilíndrico ganha potência. Passa a disponibilizar 210 cv às 13.750 rpm, enquanto o pico de binário de 113 Nm é atingido às 11.000 rpm. Uma nota que a BMW Motorrad destaca neste motor mais evoluído de nova geração é o facto das curvas de potência e binário definidos pela marca permitirem ao condutor da S 1000 RR utilizar, numa faixa mais alargada de rotações, a potência e binário gerados pelos quatro cilindros.
E como é que a BMW Motorrad ajuda o condutor a aproveitar mais rapidamente os 210 cv e 113 Nm?
Uma das primeiras novidades a este nível é a transmissão final mais curta. A cremalheira passa de 45 para 46 dentes, maximizando a tração. Por outro lado, a admissão adota o desenho derivado do sistema estreado na M 1000 RR, nomeadamente o desenho da caixa de ar, o desenho das condutas de admissão e ainda o comprimento menor das trompetas de admissão. Desta forma a nova S 1000 RR consegue fazer com que seja gerada uma maior carga de ar que entra para o motor, particularmente a velocidades mais elevadas.
Para “abraçar” e suportar o motor quatro cilindros, os engenheiros da BMW Motorrad redefiniram diversos parâmetros do quadro denominado “Flex Frame”.
Para permitir ao condutor da nova S 1000 RR sentir melhor o que a moto está a fazer debaixo de si, o Flex Frame fabricado em alumínio conta com parâmetros de rigidez que permitem obter maior flexibilidade lateral, com a estrutura principal do quadro apresentar diversas aberturas nas áreas laterais.
O “feedback” transmitido pela ciclística ao condutor é ainda otimizado para maior precisão graças à introdução de novidades na geometria do chassis. A este nível destacamos o ângulo da coluna de direção que aumenta 0,5 graus, o “offset” dos triângulos de direção é reduzido em 3 mm, enquanto a distância entre eixos aumenta em 16 mm.
Com um design que mantém basicamente as mesmas linhas da geração anterior, a nova BMW S 1000 RR destaca-se pela utilização de um novo e completo pacote aerodinâmico, derivado, mais uma vez, da especial M 1000 RR. As grandes asas laterais permitem, de acordo com a marca, gerar uma enorme carga descendente sobre o eixo dianteiro, e desta forma ajudam a eliminar a tendência natural da roda dianteira em descolar do asfalto em plena aceleração.
Por outro lado, a introdução deste evoluído pacote aerodinâmico garante também maior estabilidade, fator particularmente notório nos momentos de travagem.
Ao nível do design também não podemos deixar de referir que a traseira da nova S 1000 RR foi redesenhada, está mais elevada, e a cablagem do sistema de iluminação traseiro foi simplificada, permitindo remover mais facilmente todos os elementos que não são necessários numa utilização em pista.
E se tudo isto é já motivo para ficarmos interessados em testar a nova S 1000 RR, a verdade é que esta novidade 2023 da BMW Motorrad conta com mais novidades para além das já referidas! Nomeadamente, ao nível das opções eletrónicas.
De série, a BMW S 1000 RR continua a disponibilizar quatro modos de condução, cada um com parâmetros específicos de potência disponibilizada ou interferência das ajudas eletrónicas à condução. Existem ainda os modos de condução opcionais Pro. O controlo de tração DTC é também de série, mas como novidade para 2023 apresenta a função Slide Control, que dá uso a um sensor na direção da moto.
O sistema Slide Control permite ao condutor optar entre dois ângulos de derrapagem predefinidos, medidos pelo sensor na coluna de direção. À saída de uma curva em plena aceleração, e enquanto não é atingido o ângulo selecionado para o Slide Control, o sistema DTC permite que a roda traseira derrape. Apenas quando esse limite é atingido é que o controlo de tração intervém, cortando a força passada pela roda traseira ao asfalto, e permitindo à moto recuperar a estabilidade e aderência para sair da curva o mais rápido possível.
E se o sistema que permite derrapar como um profissional à saída de uma curva é impressionante, o mesmo se pode dizer do sistema que permite entrar em curva com a traseira da S 1000 RR toda “atravessada”, como vemos os pilotos profissionais fazer em pista.
A função Brake Slide Assist do ABS Pro, permite também definir um ângulo de derrapagem máximo, e o sistema controla a derrapagem da roda traseira enquanto o condutor está a travar para entrar em curva.
Refira-se ainda que a BMW Motorrad instala na nova S 1000 RR sistemas como Hill Start Control (opcionalmente o Hill Start Control Pro), o sistema de arranque Launch Control, ou ainda o quickshift bidirecional Shift Assitant Pro, também ele modificado no seu funcionamento de forma a permitir a sua utilização em qualquer gama de rotação do motor.
Continuando na ciclística, a suspensão dianteira de série está a cargo de forquilha invertida com bainhas de 45 mm, com sistema de cartuchos fechados e afinação total. Na traseira encontramos na nova S 1000 RR um monoamortecedor fixo a um braço oscilante, com pivot ajustável graças ao kit M de série, com desenho e construção derivados do mundo da competição, e que é igualmente totalmente ajustável nos mais diversos parâmetros.
Opcionalmente as suspensões da S 1000 RR podem ser melhoradas graças à aplicação de um sistema com controlo eletrónico e função semi-ativa. Neste caso as afinações das suspensões são ajustadas automaticamente e de acordo com os diferentes modos de condução.
Todas as opções e ajustes eletrónicos são realizados e visualizados através do painel de instrumentos TFT, de 6,5 polegadas, a cores. A BMW Motorrad permite ao condutor da S 1000 RR optar entre quatro modos de visualização diferentes das muitas informações disponibilizadas no painel de instrumentos, sendo que, como novidade para 2023, e para maior comodidade do condutor, as definições do último modo de visualização selecionado são mantidas mesmo quando a moto é desligada.
E por mais equipada de série que a nova S 1000 RR esteja, a verdade é que a BMW Motorrad disponibiliza ao condutor uma série de opções que permite personalizar a superdesportiva de acordo com o seu gosto e necessidades.
Opcionais BMW S 1000 RR
– Pack M – pintura M, poisa-pés M, tampão do depósito de combustível em preto, jantes de carbono M com fitas decorativas, grafismos M e assento desportivo M. Em alternativa às jantes de fibra de carbono M, o cliente poderá optar pelas jantes forjadas M.
– Pack Dynamic – modos de condução Pro, suspensões eletrónicas DDC, punhos aquecidos, cruise-control.
– Pack Race – corrente endurance M, sistema de escape com ponteira em titânio M (ou em alternativa sistema completo em titânio).
Quanto às novas cores e decorações disponíveis, a BMW Motorrad revela que a nova S 1000 RR estará disponível em Blackstorm metalizado, Style Passion em Racingred não metalizado e a opção mais desportiva Lightwhite não metalizado / BMW M.
Fique atento a www.motojornal.pt pois iremos continuar a acompanhar de perto a chegada desta novidade da BMW Motorrad ao mercado nacional, e assim que possível teremos o teste completo à S 1000 RR na Revista MotoJornal. A não perder!