No início do século a Yamaha apresentou a T-Max. Com o motor fixo no quadro ao contrário de uma scooter normal, em que propulsor e braço oscilante são um só e se movimentam com a roda acompanhando o trabalho da suspensão, a T-Max revolucionou o sector. Juntou o comportamento de ciclística típico de uma moto, a todos os confortos e facilidades proporcionadas pelas scooter.
O facto do motor ser independente da suspensão traseira, permite um funcionamento muito mais acertado da parte desta, além de que o motor pode ser instalado bastante mais para a frente, conseguindo uma melhor distribuição de pesos. Rapidamente este conceito conquistou o mercado e não apenas o de utilizadores de scooters mais pequenas, mas também dos utilizadores de motos grandes que agora podiam ter um veículo mais prático para o dia-a-dia sem ter de sacrificar o seu gozo de condução e a liberdade para entrar numa autoestrada e percorrê-la ao ritmo, ou mais rápido, que o restante tráfego.
O comparativo Maxi Scooter desportivas encontra-se na edição Nº 1486 da Motojornal em https://fast-lane.pt/produto/motojornal-1486/
As restantes marcas não tardaram a procurar oferecer soluções semelhantes a este modelo de sucesso, e bons exemplos disso são as duas adversárias que se juntam neste trabalho.
Kymco AK 550
Tendo chegado ao mercado com o claro objetivo de ocupar um lugar de destaque, passados aproximadamente dois anos, a Kymco AK 550 apresenta-se neste comparativo, como a mais “experiente” do grupo. Esta scooter tem um desenho pensado para ser uma concorrente direta da T-Max, suplantando- a ligeiramente em cilindrada na altura do lançamento. Procurou ser também mais eficaz no comportamento dinâmico e conseguiu realmente destacar-se nesse campo. Tem a sua ciclística desenhada com base num quadro em alumínio, com o motor diretamente fixo a este.
O bicilíndrico paralelo tira partido de ser de conceção muito recente para garantir a maior potência do lote com 54 cavalos, mesmo já não sendo o de maior cilindrada. Continua a ser uma surpresa no capítulo dinâmico, com uma ciclística que deixando-nos sempre satisfeitos, em especial quando andamos rápido com ela. A sua direcção é directa, precisa na forma como traça as trajectórias, e apresenta grande agilidade na mudança de direcção, quase tão eficaz quanto a SYM.
O comparativo Maxi Scooter desportivas encontra-se na edição Nº 1486 da Motojornal em https://fast-lane.pt/produto/motojornal-1486/
As suspensões são excelentes, com um funcionamento preciso a filtram as irregularidades do piso, e garantem conforto e controlo dos movimentos da scooter. Absolutamente fantástica é a capacidade de travagem conseguida pelo conjunto dianteiro com pinças Brembo, muito potente e direto. É fácil controlar a dose que queremos aplicar e isto torna-se um aliado fantástico quando se quer andar depressa.
O conforto conseguido pela AK é bom, mas não é neste capítulo que se mostra como uma referência dentro do segmento. O assento é espaçoso, largo, mas com uma esponja firme. O mesmo se passa com o passageiro, mas cuja posição é boa e bem apoiada na frente, pelo pequeno encosto do condutor. Das três é a que oferece a menor protecção aerodinâmica, por ter o ecrã ligeiramente mais estreito na parte superior.
A Kymco AK 550 está disponível no mercado com as cores Preto e azul Cosmos. Custa 10.249 € (em campanha até ao final de março, pelo valor de 8999€).
Sym Maxsym TL
Depois de ter apresentado e colocado no mercado a grande Maxym 600 Executive, uma scooter de cariz funcional e bastante mais dedicada ao conforto, a Sym apresentou em final de 2019 a bem mais desportiva Maxsym TL.
Esta é uma scooter com um desenho bem distinto da maior 600, mais refinado e com objectivos diferentes. É uma scooter desenhada para oferecer um maior prazer de condução, com prestações e comportamento mais próximo de uma moto. Adopta um motor de 465 cc capaz de gerar 40,8 cv de potência, um valor respeitável, mas que a coloca atrás das duas adversárias desta ocasião.
Tal como todas as adversárias, a Sym adoptou a solução de ter o motor central fixo no quadro, com uma suspensão traseira independente deste. Com um motor mais pequeno em cilindrada e com menos potência, a Maxsym é a que tem menores prestações do lote, mas isso não a limita em nada. Fora esta comparação directa, o motor é excelente, com prestações suficientes para nos transportar de forma célere e descontraída, mesmo em distâncias longas.
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O sistema de transmissão final é baseado numa corrente de elos, como numa moto convencional, uma solução nada usual numa scooter deste segmento. Este obriga a alguma manutenção, além de aumentar o ruído de rolamento. Outro aspecto desafiante da transmissão é a resposta muito directa a baixa velocidade que faz com que seja algo brusco quando se acelera e desacelera. Dá-nos uma maior sensação de ligeireza na condução.
As suas suspensões são boas, mas não apresentam a precisão de funcionamento da Kymco nem o conforto da Yamaha. O sistema de travagem é demasiado progressivo e obriga a alguma força nas manetes para se lhe extrair o melhor.
Com um preço de venda ao público de 8.499 euros, a Sym Maxsym TL está disponível nas cores Preto, azul e branco.
Yamaha TMAX 560 Tech Max
Se no comparativo que fizemos há cerca de 3 anos, a versão 530 do motor fazia com que a Yamaha ficasse ligeiramente aquém das prestações da Kymco, com este aumento de cilindrada e acerto na transmissão essa diferença desapareceu praticamente por completo. Tem agora uma potência máxima de 47 cv e o binário subiu 6%, para 55,7 Nm, tudo isto já cumprindo a norma Euro5.
Numa utilização normal de quotidiano é difícil apontar qual das duas é realmente a mais
eficaz, com a nipónica a disfarçar bem a sua menor potência, com um empurrar muito linear a qualquer velocidade. O controlo do seu acelerador é muito preciso e controlável, beneficiando ainda da opção de se escolherem diferentes sensibilidades. Pode ser muito imediato e direto na resposta, perfeito para quando se quer ter uma condução mais animada, ou mais suave, uma boa escolha para situações de piso molhado. Nesta versão mais equipada, Tech Max, a TMax aburguesou-se.
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Tem o “pisar” mais macio das três, o que lhe dá um nível de conforto superior, sem perder nenhuma da sua compostura. Continua a ser uma scooter que nos preenche todas as necessidades, quer de dia-a-dia, como em momentos de lazer. A travagem é boa, mas não tem a mordacidade nem o tacto do sistema da Kymco, que continua a ser uma referência neste segmento.
Em cidade perde em agilidade para a mais compacta Maxsym, mas, assim que o percurso “abre”, em especial se estivermos a percorrer uma estrada com boas curvas, todas as suas qualidades revelam-se.
Nesta nova geração ganha um desenho estético revisto, com uma frente mais “limpa” e com um grupo óptico traseiro que volta a ter uma maior ligeireza visual, muito bem-vinda. A escolha de cores é algo limitada e escura, em preto e o cinzento esverdeado da unidade que aqui usamos. Esta Yamaha TMAX 560 Tech Max 13.760 euros.
Ndr: Por efeitos da pandemia, não foi possível juntarmos a BMW C 650 Sport por indisponibilidade de unidades de teste aquando da realização deste comparativo.
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