Dicas para comprar moto usada

O ‘distanciamento social’ imposto pelo coronavírus, quando o ritmo diário começar a voltar à normalidade, vai ser difícil de cumprir nos transportes públicos. Por isso prevê-se que muita gente regresse ao seu meio de transporte pessoal. O melhor de todos – em termos de mobilidade e distanciamento social – será uma moto. Uma usada será uma possibilidade mais em conta.

Usada, mas bem cuidada

No negócio das usadas há duas forças imensas que se opõem: de um lado está o vendedor, que tem a melhor moto do mundo e que só vende por uma pequena fortuna. Do outro lado está o comprador, que quer a melhor e mais exclusiva moto do mundo, mais imaculada que a Virgem Maria, com praticamente zero quilómetros pela qual não quer pagar mais do que meia dúzia de euros. No meio disto tudo há um equilíbrio. Ou seja, motos em bom estado, vendidas a um preço justo. Mas para não se comprar gato por lebre, é preciso estar atento.

Decididos a comprar uma moto? É verdade que a compra de uma moto é habitualmente mais emocional do que racional; ou seja, compramos a moto que gostamos, em vez daquela de que precisamos, ou mais se adequa à nossa utilização/necessidades.

Por isso é preciso estabelecer um primeiro critério: para que queremos a moto? Utilização diária para evitar o autocarro e metro? Apenas isso e umas voltinhas ao fim-de-semana? A solo ou com pendura? Ao fazê-lo estão a criar um filtro antes de iniciar a busca no mercado de usados.

Segundo critério: quanto estão dispostos a pagar? Estabeleçam um valor máximo que querem/podem pagar, e será mais fácil também na fase de negociação: têm este valor e não o vão ultrapassar.

No local, ainda antes de olhar para moto, confirmem a legalidade da mesma: os documentos conferem (matrícula, número de quadro, etc.)? Atenção às motos com contratos de leasing, renting, etc..

O importante a ter conta numa usada é tentar perceber a sua utilização prévia e manutenção. O tradicional ‘livro de revisões’ não é uma garantia absoluta, mas é uma ajuda.

Atentem no aspecto geral da moto. Punhos e borrachas dos pousa-pés desgastadas, por exemplo, mostram que a moto não terá apenas 4 ou 5 mil quilómetros. Por outro lado, se houver alguns destes componentes novos numa moto com alguns anos, pode ser mau sinal.

Por isso, ter também em atenção a material novo numa moto ‘velha’: pode ter sido montado apenas como ‘upgrade’ ou porque o dono queria algo diferente, mas também pode ter sido substituído na sequência de um acidente.

 

Não comprem uma moto sem a experimentar. Alguns danos são apenas detectáveis através de um teste dinâmico ao comportamento da moto.

Naqueles achados tipo, moto com 15 anos e 10 000 km, que nunca caiu, parada na garagem desde 2010, reservem orçamento para uma revisão geral que vai incluir a substituição de todos os fluídos, e todas as borrachas, desde tubos do sistema de refrigeração aos pneus, bateria, etc.. A atitude do vendedor não vos transmite segurança e confiança? Em caso de dúvida, não avancem com o negócio. Há mais marés que marinheiros…

Devem formalizar tudo de forma clara: o pagamento deve ser feito de modo a poder ser comprovado (evitem pagar em numerário, por muito barata que seja a moto) e, simultaneamente devem tratar da transferência de propriedade, bem como do seguro.

Boas compras!

O trabalho sobre dicas para comprar moto usada encontra-se na edição Nº 1482 da Motojornal em https://fast-lane.pt/produto/motojornal-1482/

MOTOJORNAL CATÁLOGO 2020

MOTOJORNAL ESPECIAL 125 CC