As motos de aventura continuam a ser uma importante fonte de atração no mundo das duas rodas. E, por isso, é com naturalidade que as marcas queiram reforçar a sua posição apresentando novos modelos. No caso da Royal Enfield, a trail Himalayan há já vários anos que tem vindo a ser o “porta estandarte” da marca indiana em termos de aventura.
Fácil de conduzir, simples de manter, construída de forma a suportar as exigências de uma condução on e off road, a Himalayan conseguiu tornar-se numa moto admirada pela sua simplicidade e capacidades.
Porém, num mundo moderno e em que os motociclistas aventureiros procuram sempre algo mais para poderem partir em viagem pelos “quatro cantos” do Planeta, a Royal Enfield sentiu que a geração anterior da Himalayan já ficava um pouco abaixo das expectativas, e por isso para 2024 a marca indiana optou por realizar uma renovação mais profunda à sua trail.
Conforme tínhamos aqui adiantado, a nova Himalayan acabou mesmo por ser oficialmente revelada ao mundo durante o Salão de Milão EICMA, onde pudemos então confirmar as suas características técnicas que já aqui tínhamos abordado em primeira mão, após uma fuga de informações ter permitido conhecer a moto de forma antecipada.
A nova Himalayan é a primeira moto da marca a dar uso ao novo motor denominado Sherpa 450. Na verdade, o monocilíndrico tem 452 cc, tendo sido trabalhado de forma a manter o mesmo caráter de sempre: entrega generosa de binário a baixas rotações. Ainda assim, esta nova geração da trail conta com uma potência de 40 cv às 8.000 rpm, uma clara melhoria em comparação com a versão anterior.
O motor inclui um design de cárter semisseco para maximizar a distância ao solo e permitir um design compacto. Sendo o primeiro motor refrigerado por líquido da Royal Enfield, utiliza uma bomba de água integrada e uma configuração de radiador de passagem dupla para uma refrigeração ideal, crucial ao conduzir em terreno técnico.
Está acoplado a uma nova caixa de seis velocidades o que se traduz numa maior flexibilidade de relações de caixa e viagens mais confortáveis em autoestrada. O acionamento da caixa ocorre através de uma nova embraiagem Slip and Assist, acionada por cabo, proporcionando uma ação mais leve da embraiagem e uma vida mais longa da mesma.
Por outro lado, a estreia numa Royal Enfield de um acelerador eletrónico permite ao condutor da nova Himalayan desfrutar de uma entrega de binário precisa a qualquer rotação.
O foco foi garantir que os 40 Nm de binário são atingidos a médios regimes, nomeadamente às 5.500 rpm, mas a verdade é que logo às 3.000 rpm o motor Sherpa 450 entrega 90% do binário máximo. Isto permitirá conduzir em pisos mais escorregadios fora de estrada encontrando mais facilmente tração necessária para seguir em frente, sem obrigar o condutor da Himalayan a acelerar em excesso para movimentar a moto.
Refira-se que os motociclistas podem escolher entre os modos de condução Performance e Eco, alterando a resposta do acelerador através da parametrização do “ride-by-wire”. O ABS traseiro pode ser desativado para uma experiência de condução todo-o-terreno mais envolvente.
A nova Himalayan tem uma maior distância ao solo e um longo curso da suspensão que permite enfrentar mais terreno técnico sem bater com o chassis no solo.
Um novo quadro tipo dupla trave em aço foi concebido para resistir às exigências de uma condução em estrada e fora dela, sem tornar a Himalayan demasiado alta ou intimidante. A nova estrutura é mais rígida e forte, o que deverá significar uma melhoria ao nível do desempenho em curvas e também na estabilidade.
O chassis inclui uma nova forquilha Showa invertida, concebida, através das suas afinações de fábrica, para trabalhar numa grande variedade de condições, de estradas suaves a leitos de rios rochosos, permitindo que o condutor desta trail consiga concentrar-se no percurso ideal sem receio de esgotar as capacidades da suspensão.
A Himalayan mantém a combinação de roda frontal de 21” e traseira de 17”, com jantes de raios recém-desenvolvidas e pneus personalizados em específico para esta moto, de forma a garantir uma maior aderência e um manuseamento e estabilidade superiores, mesmo em condições de condução extrema fora de estrada.
Além disso, o pneu traseiro é agora de 140/80, mais largo do que na geração anterior, o que permitirá ao condutor da Himalayan encontrar tração mais facilmente, usufruindo de maior confiança nos momentos de condução mais dinâmica em pisos de asfalto.
Com o novo chassis e motor compacto, a Royal Enfield teve também a oportunidade de melhorar a ergonomia, particularmente quando o motociclista tem necessidade de conduzir em pé.
A novo Himalayan é mais estreita entre as pernas, permitindo um melhor controlo ao colocar-se em pé e facilitando quando coloca os pés no chão ao sentar-se. A secção traseira do novo depósito de combustível de 17 litros foi desenhada de forma mais estreita para proporcionar uma posição mais confortável dos joelhos durante a condução.
O assento do condutor e pendura está dividido, e no caso do assento do condutor será possível ajustar a altura em 20 mm. Além do assento de série, existe uma opção de assento baixo. Entre o assento de série e o assento baixo opcional, a nova Himalayan disponibiliza uma amplitude que vai dos 805 mm até uma altura de 845 mm do assento, permitindo que motociclistas das mais diversas estaturas encontrem a opção ideal e mais confortável.
Para além disto, e numa moto que mantém uma certa ligação à aparência da geração original da Himalayan, mas que agora se apresenta mais musculada, mais robusta, mais agressiva até, a Royal Enfield estreia na nova geração da trail um novo painel de instrumentos denominado de TripperDash.
Apesar de manter uma aparência clássica de formato redondo, na verdade estamos perante um painel de instrumentos totalmente digital.
Dispões de várias funcionalidades, com opções para mudar de um estilo analógico tradicional para uma disposição digital. O novo painel TripperDash oferece a primeira navegação de mapa completo no mundo num ecrã redondo equipado com Google Maps e orientação por áudio em mais de 130 idiomas.
O joystick no comutador esquerdo permite controlar o painel de instrumentos assim como a música, chamadas e mensagens como parte da conectividade móvel incluída de série.
Quanto a disponibilidade, a Royal Enfield ainda não comunicou ao certo quando é que a nova Himalayan estará disponível nos diversos mercados europeus. Sabemos que as primeiras unidades serão reservadas ao mercado indiano e entregues aos clientes até final do ano, seguindo-se então outros mercados ao longo dos primeiros meses de 2024.
O preço para Portugal também não está ainda definido.
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