GP da Áustria: ‘bombas’, trovoada e treinos livres

O Red Bull Ring recebeu o primeiro dia de treinos do GP da Áustria, mas foi fora da pista que esteve a 'ação' mais interessante.

Depois de uma sessão a seco e outra molhada, mas com o asfalto a secar, foram as notícias fora da pista que estiveram em destaque no primeiro dia de treinos do GP da Áustria.

A primeira surgiu ontem, com a Yamaha a anunciar a suspensão de Maverick Viñales e a retirar a sua inscrição deste GP.

A Monster Energy Yamaha justifica a suspensão do piloto espanhol com a «operação inexplicavelmente irregular da moto pelo piloto durante a corrida do GP da Estíria». O que Viñales fez nas últimas voltas da corrida do fim de semana passado foi, segundo testemunhos de alguns fotógrafos e outros elementos à beira da pista, não engrenar a sexta velocidade da M1 nas rápidas retas de Spielberg, obrigando o motor a funcionar repetidamente no limitador. Depois acelerou várias vezes ‘a seco’ a caminho das boxes, sem fazer a última volta da corrida.

A Yamaha apoiou-se nos dados da telemetria da moto de Viñales para tomar esta decisão, considerando a que as ações do piloto «podiam potencialmente causar danos significativos no motor da sua YZR-M1, o que poderia originar sérios riscos para o próprio piloto e possivelmente representar perigo para os outros pilotos na corrida». Para além disso, é fácil comprovar pelas folhas de tempos oficiais, como os tempos por volta de Maverick Viñales foram tão diferentes nas últimas três voltas, assim como a sua velocidade máxima.

Rota de colisão e futuro incerto

Viñales, que há muito tinha entrado em rota de colisão com a Yamaha, ao ponto de ter anunciado a sua saída no final deste ano, antes de cumprir o segundo ano de contrato, tem agora o futuro imediato incerto. O piloto hoje voltou ao circuito, ainda com o ‘uniforme’ da equipa, mas sem ir às boxes. Maverick disse no Instagram que dará uma explicação para o sucedido. O futuro de Viñales parecia estar na Aprilia, mas estes acontecimentos podem virar-se contra o piloto espanhol.

Outra ‘bomba’ é a iminente saída da Petronas como patrocinadora da Sepang Racing Team. Os rumores que correm no paddock apontam para que, a acontecer, isto possa originar o fim da presença da formação malaia nas categorias de Moto3 e Moto2. Para além disso, a equipa de MotoGP passaria a contar com duas motos de especificação B e não semelhantes às da equipa oficial Yamaha. E os pilotos? Se a equipa deixar de participar em Moto2 e Moto3, John McPhee, Jake Dixon e Xavi Vierge terão que procurar outras paragens; Darryn Binder poderá continuar na equipa, sendo transferido para MotoGP.

Zarco no topo

Em pista, as sessões de treinos foram lideradas por Johann Zarco. O francês foi o mais rápido na sessão da manhã, a seco. Apesar da alta temperatura, a chegar aos 30°C, a sessão da tarde ficou marcada por uma trovoada que trouxe chuva e granizo. Depois parou ainda antes do arranque da sessão, mas ficou bastante molhada e a obrigar à utilização de pneus de chuva.

Depois começou a secar e Iker Lecuona, que tinha sido um dos mais rápidos em molhado, arriscou montar slicks e foi assim que registou o melhor tempo no final da sessão. Jack Miller também montou slicks, mas terminou em quinto, mas com toda a gente a rodar mais lentamente que na sessão anterior.

No final do dia, foi Zarco que ficou no topo da tabela combinada, seguido de Joan Mir e Alex Rins.

Miguel Oliveira, que aproveitou os dias anteriores para recuperar do pulso, não chegou a experimentar o pneu dianteiro mais duro que a Michelin trouxe para este fim de semana. Depois do problema que Oliveira sofreu na corrida anterior, a Michelin alterou o lote pde pneus para o Red Bull Ring; substituiu o problemático slick assimétrico – o que tal que condicionou a prestação de Miguel Oliveira (e outros) no início da temporada – duro por um simétrico.

Mas o piloto português rodou na primeira sessão sempre com slicks médios (os mesmos para toda a sessão); na segunda sessão rodou com pneus de chuva.

Oliveira terminou do dia em 15.º e, se o tempo permitir, tentará uma posição entre os 10 primeiros na terceira sessão, como aconteceu na semana anterior.

A previsão meteorológica tem sido um pouco incerta para a região, mas há alguma possibilidade de chuva quer para sábado, quer para domingo.

Ogura em Moto2 e Binder em Moto3

Em Moto2 foi Ai Ogura que registou o melhor tempo do dia, na primeira sessão. Quando os pilotos sairam para a segunda sessão a pista já estava praticamente seca, o suficiente para usar slicks. Mas a sessão foi mais lenta e ninguém conseguiu bater o tempo do piloto japonês da Honda Team Asia. Augusto Fernandez e Remy Gardner terminaram nas posições seguintes.

Em Moto3 o melhor tempo foi para Darryn Binder, que realizou a melhor volta do dia na primeira sessão de treinos. Na segunda esperava-se uma luta contra o cronómetro nos últimos momentos, mas a chuva chegou quando faltavam 12 minutos para a bandeirada. Os pilotos recolheram às boxes e não voltaram à pista.

Atrás de Binder terminaram Romano Fenati e Pedro Acosta.

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