Apesar da entrada na fase de desconfinamento em Maio, o mercado manteve a tendência negativa dos meses anteriores (ver números de Março e Abril). Com a passagem do Estado de Alerta ao Estado de Calamidade a 4 de Maio, os concessionários voltaram a poder receber os clientes. Mas mesmo assim, as vendas de motociclos com mais de 125 cc em Maio caíram 35,1% face ao mesmo mês do ano passado; a categoria rainha do mercado nacional, as 125 cc, perderam 21,8% face a Maio do ano passado; os ciclomotores caíram 25,8% em igual período. No acumulado, de Janeiro a Maio, a queda foi de 25,9% para os motociclos (28% para as >125 cc, 23,7% para as 125 cc) e 29,3% para os ciclomotores.
No computo geral, incluíndo triciclos e quadriciclos (que registaram uma queda mais acentuada do que nas duas rodas), o mercado caiu 26,2% entre Janeiro e Maio face a igual período do ano passado.
Resumo dos primeiros cinco meses do 2020
A descida não foi uma surpresa, tendo em conta a conjuntura do país, e o sector está apostado em recuperar, mostrando essa intenção. Quer individualmente, com novas campanhas de promoção a surgirem todos os dias, quer em conjunto, com a campanha ‘Vai de Moto’, e o clima é de alguma confiança. O sector quer mostrar como a moto faz parte da solução de mobilidade especialmente nos tempos que correm, e com isso tentar também recuperar das perdas dos últimos três meses.
Analisando os números por segmentos e marcas, nos ciclomotores a SYM continua a ser líder, apesar das perdas dentro da média no acumulado Janeiro-Maio.
Nas 125 cc, é a Honda quem continua a ocupar o topo da tabela, apesar de ter perdido cerca de 3% de quota no segmento. Apesar da tendência negativa, Yamaha e Keeway, com perdas menores que a Honda, conseguiram aumentar a sua quota de mercado nas 125 cc; mas apesar da conquista, estão ainda longe da líder.
Algo semelhante aconteceu nos motociclos acima de 125 cc. A Honda lidera com 1838 unidades registadas, que representam 26,2% do total do segmento, mas perdeu quota para a Yamaha e BMW; estas duas marcas, no acumulado dos cinco primeiros meses do ano registaram perdas menores que outras marcas; 17% e 4,2%, respectivamente, contra uma queda de 38,3% da Honda.
Na tabela que mostra o total de motociclos (todos acima de 50 cc, ou seja, a soma das duas tabelas anteriores), está patente a perda de 3013 unidades face aos primeiros cinco meses do ano passado. É uma quebra de 25,9% em relação a 2019; mesmo perante esta tendência negativa algumas marcas conseguiram registar um crescimento, como é o caso da UM, Zontes ou Royal Enfield.