Como em tantas outras ocasiões nesta sua ligação à KTM em MotoGP, que terminará, recordamos, após o Grande Prémio de Valência de 4 a 6 de novembro, Miguel Oliveira voltou a demonstrar excelente capacidade de recuperação nos momentos iniciais, antes de sofrer uma quebra de rendimento na performance da sua KTM RC16.
Desta feita no Grande Prémio da Malásia – clique aqui para ler a crónica completa desta corrida de MotoGP, em que saiu da grelha de partida na 18ª posição, Miguel Oliveira atacou forte na primeira metade da corrida malaia, chegando a rodar entre os dez melhores. Mas a partir desse ponto intermédio da corrida de 20 voltas, o piloto português iniciou uma corrida para trás.
Embora tenha tentado conter os danos, e como explicou depois da corrida à Sport TV numa primeira reação ao que aconteceu hoje, Miguel Oliveira confirma que a equipa já identificou os problemas da RC16, que novamente se fizeram notar hoje em Sepang, e que os problemas acabaram por significar a impossibilidade de lutar por melhor resultado do que o 13º lugar com que terminou o GP da Malásia.
“Foi uma corrida sem dúvida bastante frustrante, já tive corridas destas este ano. O início é bom, mas a limitação, de alguma forma, depois vai chegando. Circuitos com nível de aderência bastante baixo parece que sofremos um pouco mais do que o normal. A minha corrida foi em marcha-atrás a partir da 11ª ou 12ª volta. Não tinha absolutamente nada para me defender, perdia nas acelerações, perdia na extremidade do pneu muita estabilidade para poder virar a moto, e depois quando perdemos a aderência atrás sobrecarregamos o pneu da frente para parar a moto. É frustrante ver esta diferença tão grande, e fisicamente com a pilotagem não conseguia fazer nada de diferente que ultrapasse estas dificuldades”.
Será que os problemas sentidos a partir de metade da corrida se devem ao desgaste exagerado do pneu traseiro? Mais uma vez Miguel Oliveira explica em maior detalhe o que levou a isso:
“Sabíamos que ia ser uma corrida onde sem dúvida que o pneu ia desgastar bastante. Não tinha condições à partida, estrategicamente, para salvar o pneu, para fazer qualquer tipo de gestão porque tinha de ir ao ataque. E foi isso que eu fiz. Era a única estratégia que tinha para recuperar posições. E as limitações fora mais ou menos aquelas que encontrei em qualificação. Comuniquei tudo isso à equipa, fizemos o melhor que pudemos de ontem para hoje, mas não foi suficiente”.
E agora que estamos a fechar uma longa temporada, falta apenas disputar o 20º GP do ano. Em Valência o piloto português faz a sua despedida da KTM, mas também com objetivo de lutar pelo oitavo lugar do campeonato que agora se encontra a uma distância de dez pontos. Miguel Oliveira aproveitou este fim de GP da Malásia para fazer a sua antevisão do próximo e último GP aos comandos da KTM RC16:
“De alguma forma desejoso de acabar, motivado para o que aí vem. Acho que vai ser um virar de página importante para mim. Obviamente que não sei o que esperar de Valência, mas para mim é ir à procura do oitavo lugar que agora está a 10 pontos de diferença, que ainda são alguns, mas ainda é possível e é nisso que me vou focar em Valência. No mínimo manter esta nona posição no campeonato já seria um resultado positivo”, conclui o Miguel Oliveira, que ainda se mostrou agradecido ao cofundador da Red Bull, Dietrich Mateschitz, que hoje faleceu vítima de doença prolongada, e com o piloto português a referir a sua importância nas mais diferentes modalidades do desporto motorizado, mas principalmente no motociclismo.
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