Um fim de semana que começou mal, parecia que iria terminar de forma que podemos considerar positiva, mas acabou mesmo da pior forma com zero pontos somados. Miguel Oliveira (Red Bull KTM Factory) não conseguiu terminar a corrida de MotoGP a contar para o Grande Prémio de França, depois de cair a poucas voltas do fim da corrida em Le Mans.
Depois de arrancar de 17º para aquela que foi a sétima ronda do ano, Miguel Oliveira rapidamente ascendeu na classificação da corrida de MotoGP. Uma prestação em crescendo e que com o passar das voltas deixava o piloto português da KTM dentro de um lugar no “top 10”.
Porém, a três voltas do final, a roda da frente da KTM RC16 #88 não aguentou a pressão e perdeu a aderência, com Miguel Oliveira a terminar a sua prova nesse momento, sem qualquer hipótese de recuperar desse “low side”.
A reação de Miguel Oliveira ao que aconteceu no fim de semana explica bem aquilo que acabámos por assistir:
“O fim de semana não começou bem, não sabia o que esperar depois de TL2, mas penso que foi também um daqueles onde mais melhorámos. A corrida foi dura, tal como esperávamos, mas lutámos e conseguimos ganhar posições. Estávamos entre os dez primeiros, mas caí na curva 3 e sinceramente não consigo explicar o que aconteceu porque não fiz nada de diferente face às voltas anteriores. É uma grande deceção não terminar uma corrida quando estamos tão perto do final e em especial quando estamos perto de um bom resultado. Temos que ir para Mugello com mentalidade positiva e dar o nosso melhor”, começou por analisar o piloto luso.
Já em declarações ao MotoGP.com , Miguel Oliveira explicou um pouco mais do que foram as opções para a corrida, nomeadamente a escolha por pneu dianteiro duro:
“Estávamos a dar a volta ao fim de semana na corrida com um potencial top 10. Apostámos no dianteiro duro, um pneu que estava um pouco sensível no lado esquerdo. É realmente difícil explicar a queda. Mas nós estivemos bastante bem, a dar a volta às coisas, criando uma moto que durante a corrida estava competitiva. E isso é positivo. São esses pontos positivos que temos de levar do fim de semana. Certamente teria sido importante terminar aqui com um resultado de top 10”.
Neste momento todos os pilotos KTM parecem estar em dificuldades para extrair da moto austríaca o seu potencial. Quando levam a moto ao limite na procura das décimas de segundo que fazem a diferença em MotoGP, acabam por muitas vezes cair.
Mais uma vez Miguel Oliveira confirma essa situação dos pilotos KTM serem obrigados a pilotar acima do limite, mas promete que continuará a trabalhar para melhorar:
“Sim, os pilotos KTM têm de arriscar mais para conseguir bons resultados. É claro que se quisermos simplesmente chegar ao fim das corridas conseguimos rodar sem grandes riscos, mas passaríamos a depender do azar de terceiros para ganhar lugares na grelha, mas não é essa a nossa filosofia em termos competitivos. Temos de correr riscos acrescidos e é complicado…temos de pilotar para lá das possibilidades da moto para sermos velozes, competitivos e conseguirmos batalhar por posições decentes. Neste momento é a única opção que temos. vamos continuar a dar feedback o melhor que conseguimos para melhorarmos. Vamos continuar a dar no duro independentemente dos resultados na qualificação, seja um 17.º ou um quinto lugar, não interessa. Esta é a abordagem que temos de ter”, conclui o piloto português.
Agora o paddock do Mundial de Velocidade descansa por um fim de semana enquanto tudo será preparado para enfrentar o Grande Prémio de Itália no circuito de Mugello, um traçado de boas memórias para Miguel Oliveira nas várias categorias.