Foram nada menos do que sete temporadas de ligação à KTM, mas tudo na vida, e mais ainda na carreira de um piloto de alta competição, acaba por mudar. Miguel Oliveira terminou hoje a sua ligação à marca austríaca, embora o seu contrato só termine oficialmente no final do ano civil. Nesta derradeira corrida da temporada 2022 de MotoGP, o piloto português cruzou a linha de meta em 5º.
Foi, mais uma vez, um resultado melhor do que aquele que se previa depois das dificuldades sentidas na qualificação. Mas Miguel Oliveira já nos habituou a grandes corridas em recuperação, e no Grande Prémio de Valência, partindo de 14º na grelha de partida, o piloto luso chegou ao fim das 27 voltas num fantástico 5º lugar.
Mais uma enorme recuperação que fecha, pelo menos para já, a ligação à KTM.
Depois da corrida valenciana, e em declarações concedidas à Sport TV, Miguel Oliveira fez questão de destacar tudo aquilo que sente neste momento de fim de temporada:
“É um momento emotivo porque é uma despedida depois de vários anos de ligação com a KTM, muitas conquistas, muitas emoções partilhadas, boas e más, mas o nosso desporto é feito disso mesmo, qualquer vida desportiva é feita de altos e baixos, mas como eu disse ontem não deixei nenhuma gota de suor dentro do corpo por gastar. Estou orgulhoso do percurso que fiz com a KTM, muitas das vezes fiquei aquém daquilo que sou capaz de fazer, tal como hoje, mas saindo de 14º não podia esperar muito mais”, começa por referir.
E agora que se despede da KTM, Miguel Oliveira pode agora fazer um primeiro balanço do que foram os muitos anos a competir aos comandos das motos “laranja”:
“É difícil de dizer. Mas 10º no campeonato, neste grupo tão de elite de pilotos que temos no mundial, com a nossa moto com todos os altos e baixos que tive este ano, sair com o décimo lugar não é mau de todo. É positivo”, adicionando ainda em declarações divulgadas pela própria KTM que “O 10º lugar no campeonato não era o objetivo e podíamos ter conseguido o 8º”, revelando então algum desapontamento por ter falhado o objetivo que tinha traçado para este fim de temporada de MotoGP.
E em relação à corrida do GP de Valência, um 5º lugar partindo de uma posição bastante complicada na grelha de partida, acaba por saber a pouco, mas é ainda assim um resultado que Miguel Oliveira consegue explicar da seguinte forma:
“O 5º lugar hoje dá aquela sensação que já sabíamos que íamos ter potencial para mais. Andei até oito voltas do fim com pressão demasiado alta no pneu dianteiro. É praticamente impossível ultrapassar assim. Estive perto de cair várias vezes, mas o que importa é que chegámos ao final, e ainda consegui atacar o Mir, e isso é que é importante. Terminar esta última corrida com um top 5 é positivo”.
E embora a partir de terça-feira 8 de novembro comece uma nova vida com a RNF Aprilia, Miguel Oliveira parece estar já a deixar muitas saudades no seio da família KTM. O piloto português já tinha referido ao longo do GP de Valência que foi abordado pelos responsáveis máximos da equipa e da marca austríaca. Mas será que isso poderá levar a um eventual regresso no futuro?
“Isso (regresso) é o que os chefes estão todos a dizer, que em breve vais voltar. Não sei se é a emoção do momento ou se é mesmo genuíno, mas a sensação que fica é que eles querem que eu volte rápido, mas para já, hoje a partir da meia-noite o meu foco muda e estou muito entusiasmado com o que aí vem”.
Agora o piloto português já está quase de férias. Na próxima terça-feira terá a oportunidade de testar pela primeira vez a Aprilia RS-GP da equipa RNF MotoGP Team, de Razlan Razali. Miguel Oliveira será um dos destaques desse derradeiro teste de 2022, e que serve de preparação para a temporada 2023.
Fique atento a www.motojornal.pt pois iremos acompanhar de perto os resultados do teste de Miguel Oliveira com a Aprilia que vai decorrer em Valência.
