Depois de rumores e informações cada vez mais intensas, confirmou-se hoje aquilo que há muito se dizia no paddock de MotoGP: Jack Miller e a Red Bull KTM Factory confirmaram um contrato que levará o australiano de 27 anos a regressar à família austríaca. Recorde-se que Miller foi vice-campeão do mundo de Moto3 com a KTM, antes de saltar diretamente para a categoria rainha MotoGP.
Para Jack Miller o reencontro não será apenas com a KTM, mas também com Francesco Guidotti, diretor desportivo da equipa de fábrica da marca austríaca. Os dois cruzaram-se no período de três anos na Pramac Racing, antes de Miller passar a ser piloto de fábrica.
Neste momento em que o contrato atual de Jack Miller com a Ducati Lenovo Team ainda está em vigor, o piloto não pode tecer ainda grandes comentários sobre a mudança para a Red Bull KTM Factory. Ainda assim, e numa nota divulgada no comunicado da equipa italiana a dar conta do “divórcio”, Miller afirmou o seguinte:
“Foram cinco anos importantes para mim com a Ducati. Em conjunto atingimos vários pódios, incluindo duas vitórias que eu nunca esquecerei. Terminei em quarto lugar no campeonato do ano passado e esse foi o meu melhor resultado de sempre em MotoGP. Com a Pramac Ducati e a Ducati Lenovo Team cresci como piloto temporada após temporada, sempre me senti como a melhor versão de mim. No próximo ano terei um novo desafio. Mas agora quero terminar a temporada com a minha equipa da melhor forma possível”.
E enquanto a Ducati Lenovo Team se despede de Jack Miller, a Red Bull KTM Factory abre os braços para receber um piloto que já fez parte da marca em 2014 nas Moto3.
E quem não perdeu a oportunidade para se mostrar satisfeito com esta confirmação foi Francesco Guidotti. O diretor desportivo da Red Bull KTM Factory refere que “Ter o Jack ao lado do Brad significa que teremos outro ativo forte. Conheço-o bem, sei como ele gosta de trabalhar e o que pode trazer para a box. Tal como o Brad, o Jack é um piloto nato, ele vai à procura dos limites e o máximo em qualquer condição, e com qualquer pacote, e ainda assim vai ao ataque para conseguir o resultado e isso é uma qualidade muito rara. As próximas duas temporadas serão interessantes”.
Tendo em conta as dificuldades reveladas pela KTM em desenvolver um protótipo competitivo este ano, e a não ser que alguma coisa se altere radicalmente na equipa, provavelmente Jack Miller terá mesmo de dar o “tudo por tudo” em todos os momentos, característica que Guidotti tanto aprecia.
Desta forma temos mais uma peça do puzzle de MotoGP, e nomeadamente dos pilotos que vão mudar de equipa em 2023, “encaixada” no seu sítio.
Por outro lado, com Jack Miller finalmente confirmado na equipa de fábrica da KTM, fecha-se – se é que já não estava totalmente fechada – a porta para Miguel Oliveira continuar a pilotar uma RC16 da equipa de fábrica, pois o português disse que não iria regressar à Tech3 e agora a equipa de fábrica da KTM já tem os seus dois pilotos encontrados.
Recordamos também que Miguel Oliveira tem em cima da mesa algumas propostas, nomeadamente da Gresini Racing, tendo o português confirmado ao MotoGP.com a realização de uma “pequena reunião” que serviu para ficar a conhecer a equipa liderada por Nadia Padovani e o seu projeto. Mas também poderá ter em cima da mesa uma proposta para se mudar para a nova equipa RNF Aprilia, que fará a sua estreia como equipa satélite da Aprilia no próximo ano, e é liderada por Razlan Razali.
Veremos agora quanto tempo mais teremos de aguardar para saber oficialmente qual será o futuro do português Miguel Oliveira em MotoGP.