Miguel Oliveira pode estar perto de anunciar o “divórcio” com a KTM Factory Racing a partir do final de 2022 – Gresini Racing ou RNF Aprilia são as hipóteses mais fortes –, mas isso não significa que a marca austríaca descarte as opiniões e experiência do piloto português no desenvolvimento das suas motos. E isso ficou bem patente no dia de teste oficial de MotoGP realizado após o Grande Prémio da Catalunha.
Um dia depois de ter conseguido um merecido 9º lugar na corrida, Miguel Oliveira voltou à pista catalã para participar no teste oficial juntamente com a Red Bull KTM Factory e restantes pilotos e equipas da categoria rainha.
E se existiam dúvidas que a KTM continua a contar, e muito, com o “feedback” do piloto português, este teste no circuito Barcelona-Catalunha serviu para desfazer por completo essas dúvidas e mostrar que Miguel Oliveira é mesmo uma peça fundamental no projeto de MotoGP da casa de Mattighofen, permitindo ao piloto de Almada testar novidades na sua KTM RC16 para validar a sua utilização e comparar resultados com outros pilotos da marca, nomeadamente com Brad Binder.
Miguel Oliveira realizou mais uma verdadeira maratona no traçado espanhol. Ao todo cumpriu 66 voltas completas e o seu melhor registo aconteceu à 40ª volta, parando o cronómetro em 1m40.088s, pouco mais de seis décimas do tempo mais rápido que foi assinado por Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha).
Este tempo permitiu a Miguel Oliveira fechar o teste oficial após o GP da Catalunha na 14ª posição.
Embora satisfeito com o seu registo pessoal, referindo que “Fizemos a nossa melhor volta com condições mesmo muito quentes e com um pneu traseiro médio, e isso não é assim tão mau”, Miguel Oliveira mostra-se particularmente otimista com aquilo que a KTM lhe deu para testar.
O português teve à disposição três KTM RC16 com diferentes configurações, onde se destaca precisamente a utilização de um novo braço oscilante. O objetivo deste novo componente é de maximizar a tração gerada pelo motor V4 austríaco e que, de acordo com o que temos visto em pista e ouvido dos pilotos KTM, tem sido um dos grandes problemas esta temporada, mais ainda em circuitos onde o asfalto é demasiado escorregadio como acontece na Catalunha.
Este novo braço oscilante da KTM é do agrado de Miguel Oliveira que refere que “Foi tudo positivo, especialmente numa pista de baixa aderência e era nisso que nos queríamos focar”.
Francesco Guidotti, diretor desportivo da Red Bull KTM Factory, adianta que do ponto de vista do programa de testes fizeram parte ainda testes a novidades nas suspensões, no pacote eletrónico e pequenos ajustes no quadro. Já Sebastian Risse, diretor técnico da KTM em MotoGP, destaca ainda os testes às mais recentes atualizações do pacote aerodinâmico e quais novidades poderão ser utilizadas em cenário de competição agora que a temporada entra numa fase decisiva ao chegarmos à sua metade.
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