Tal como prometido, Marc Márquez está de regresso à box da Repsol Honda neste fim de semana de Grande Prémio da Áustria – clique aqui para ver os horários completos do fim de semana. Infelizmente ainda não é o momento para o oito vezes campeão do mundo regressar às pistas de MotoGP em cima da sua Honda RC213V, mas é a primeira vez que Márquez se junta fisicamente à sua equipa e ao HRC depois da quarta operação ao braço direito.
Aproveitando o dia anterior ao início da ação no circuito Red Bull Ring, Marc Márquez conversou com a imprensa, e não recusou responder a qualquer pergunta que lhe foi dirigida.
Obviamente que o grande foco neste momento é saber quando é que o espanhol de Cervera regressará à pista para pilotar de forma competitiva a sua Honda de MotoGP. Sempre positivo na forma como respondeu às perguntas, Márquez confessa que não tem ainda uma data fixa para o seu regresso.
Tal como já tinha referido na entrevista que concedeu à Repsol Honda e que a revista MotoJornal destaca aqui, o piloto espanhol acredita que poderá disputar pelo menos um Grande Prémio antes do final da temporada, o de Valência. Mas apenas saberá se o poderá fazer se a recuperação continuar conforme está a decorrer, bem, e se os resultados dos exames que vai realizar na próxima semana mostrarem que o osso e braço direito estão a consolidar de forma correta.
Neste momento, Marc Márquez acredita numa recuperação a 100%, afirma estar já a conseguir fazer movimentos que antes não conseguia, e afasta um cenário de possível fim de carreira.
Outro ponto que é fundamental nesta presença de Marc Márquez na Áustria é a sua ligação à Repsol Honda e mais precisamente ao departamento de competição HRC.
O piloto espanhol mostra-se claramente preocupado com a evolução da Honda RC213V para 2023, até porque o protótipo atual está a revelar-se difícil para qualquer piloto da marca japonesa. Aliás, mesmo estando ausente das pistas há tanto tempo, Márquez continua a ser o piloto Honda com mais pontos no campeonato!
Por isso, o oito vezes campeão afirma que o problema com a RC213V não é apenas um “pequeno” problema, mas sim algo mais profundo, mais complicado de resolver. Para Marc não se trata de fazer com que a moto do próximo ano seja mais parecida com aquela que lhe deu os últimos títulos de MotoGP, em que o espanhol usava uma geometria muito específica de chassis para abusar da frente da moto na entrada em curva, mas sim entender todo o conceito de uma forma mais abrangente.
E para o conseguir, Márquez deseja que a Honda, enquanto empresa, mas particularmente o HRC consiga entender a necessidade de existir uma maior e melhor coordenação entre os membros da equipa.
Mais do que alterar pessoas, é necessário, do ponto de vista do piloto espanhol, mudar a forma de comunicar e trabalhar. Porque mais do que um problema da moto, para o piloto está claro que é um problema de organização.
Talvez trabalhar de uma forma mais europeia?
“Não quero dizer que a Honda tem de trabalhar ao estilo europeu. Porque o método japonês tem funcionado muitas vezes. Mas o mundo tem mudado muito. É importante num momento difícil como este não entrar em pânico. O mais importante é analisar a situação, e acredito totalmente neles. Para atingir os objetivos é preciso que todos trabalhem da mesma forma”, responde Marc Márquez.
Com uma ligação agora mais direta com os membros da equipa Repsol Honda e do HRC, e continuando a mostrar sinais positivos no seu processo de recuperação da operação ao braço direito, falta agora saber se o piloto espanhol consegue ajudar a marca japonesa a implementar as alterações necessárias para voltar a colocar a Honda RC213V no topo da categoria MotoGP.
Curiosamente, este encontro com os jornalistas terminou de forma surpreendente, quando a hospitality da Repsol Honda (e todo o paddock do circuito Red Bull Ring) foi “atacada” por uma intensa tempestade que deixou o traçado austríaco, palco do Grande Prémio da Áustria este fim de semana de 19 a 21 de agosto, completamente alagado.
De momento, Marc Márquez estará em pista com a equipa, mas fora da ação em pista para tentar dar a volta à situação muito complicada em que se encontra a Honda.
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