As peças do puzzle de pilotos de MotoGP a negociar contratos para 2023 e anos seguintes continuam a movimentar-se. Talvez o anúncio de Fabio Quartararo ter renovado contrato com a Monster Energy Yamaha tenha ajudado a precipitar uma série de negociações, algumas que se prolongam há várias semanas. E uma das que mais tem dado que falar é a do contrato de Miguel Oliveira.
O piloto português está numa trajetória de “choque” com os responsáveis da KTM, nomeadamente Pit Beirer. Tudo porque quiseram colocar Miguel Oliveira na formação satélite Tech3, precisamente a equipa com a qual o piloto luso conseguiu duas vitórias em MotoGP e se estreou na categoria rainha. Mas a vontade do Miguel Oliveira não passa, dito pelo próprio, por regressar à Tech3, mas sim encontrar futuro aos comandos de uma moto boa.
E o futuro do piloto português está perto de ser anunciado.
Pelo menos tendo em conta as informações avançadas pela Sport TV, mas também com a divulgação por parte de Simon Patterson, figura habitual no paddock do Mundial de Velocidade, de uma fotografia na sua página de Twitter em que podemos ver Miguel Oliveira e o seu pai, Paulo Oliveira, que é também o seu manager, a deslocarem-se no meio dos camiões da Gresini Racing e acompanhados por Paolo Ciabatti, diretor desportivo da Ducati Corse.
Well well well, the things you see in the paddock. Miguel Oliveira, his father/manager Paulo, and Paolo Ciabatti walking into the Gresini Racing garage…. ? pic.twitter.com/afbJQl6W4O
— Simon Patterson (@denkmit) June 4, 2022
Com esta foto e com as informações que dão conta que Enea Bastianini estará a caminho da Ducati de fábrica para o lugar de Jack Miller, que por sua vez terá já assinado com a KTM para ser companheiro de equipa de Brad Binder a partir de 2023, tudo parece encaixar na teoria que coloca Miguel Oliveira na estrutura satélite da marca de Borgo Panigale e liderada por Nadia Padovani, viúva da Fausto Gresini, e que tem liderado a sua estrutura a resultados extremamente positivos nesta temporada em que competem com motos da Ducati.
No momento seguinte à foto terá decorrido uma reunião entre Miguel Oliveira, Paulo Oliveira, Paolo Ciabatti e ainda Nadia Padovani, na qual se terão acertado alguns detalhes do contrato que muitos dizem ser certo, mas que falta ainda ser oficializado.
Na Gresini Racing, Miguel Oliveira, a confirmar-se tudo isto, terá a seu lado na box o italiano Fabio di Giannantonio. Dizemos “terá”, pois embora ninguém esteja a planear que o “rookie” não tenha lugar na equipa em 2023, a verdade é que ainda não está confirmado que Fabio di Giannantonio renovou com a Gresini.
Falta também saber qual o nível de apoio que a Ducati Corse liderada por Paolo Ciabatti pode garantir à Gresini Racing e aos seus pilotos, nomeadamente a Miguel Oliveira, que apesar de estar numa equipa satélite quer uma boa moto.
Atualmente, Enea Bastianini corre aos comandos de uma Desmosedici GP21 que foi usada pelos pilotos de fábrica na temporada passada, com algumas atualizações. Di Giannantonio compete com uma moto um pouco mais desatualizada.
Mas isso não tem impedido Bastianini de vencer – já o fez por três vezes este ano – e Di Diannantonio de obter “pole position”, como fez em Mugello no Grande Prémio de Itália.
Ainda que este ano a Ducati Corse esteja a dar material mais recente à Pramac Racing, isso não significa que tendo Miguel Oliveira vestido de “vermelho” Borgo Panigale, a Ducati não esteja disposta a entregar à Gresini Racing pelo menos uma Desmosedici mais atual, oferecendo ao piloto português uma moto que será mais competitiva.
Por outro lado, a chegada de Miguel Oliveira à Gresini Racing é também um momento interessante para um dos patrocinadores da equipa italiana: a OLI.
A empresa portuguesa que ultimamente se tem destacado nas carenagens das motos da equipa, tem reforçado o seu apoio à estrutura de Nadia Padovani. António Ricardo Oliveira, administrador da OLI, numa recente entrevista concedida à Rádio Renascença, assume que se Miguel Oliveira chegasse à equipa seria positivo, mas que isso a acontecer não seria por interferência da OLI pois “Somos patrocinadores e não diretores desportivos”.
Ficamos agora a aguardar com expectativa mais desenvolvimentos desta cada vez mais provável assinatura de contrato de Miguel Oliveira com a Gresini Racing, e com a Ducati.