Está terminada a temporada 2022 e, ao mesmo tempo, iniciada a temporada 2023 de MotoGP. Dois dias depois da última corrida do calendário e que entregou a Francesco Bagnaia o título da categoria rainha, o circuito Ricardo Tormo em Valência voltou a animar com a presença dos pilotos e protótipos para um longo dia de testes que servem de preparação para a próxima temporada e com destaque para Miguel Oliveira.
Apesar das muitas novidades que se esperavam ver em pista, a verdade é que as nossas atenções estiveram centradas em Miguel Oliveira, que depois de muitos anos ligado à KTM, iniciou hoje a sua ligação à Aprilia em MotoGP, integrando a equipa RNF Aprilia de Razlan Razali e que recentemente foi adquirida pelos romenos da CryptoData.
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Neste primeiro dia de contacto com o protótipo RS-GP, Miguel Oliveira saiu várias vezes para a pista, aproveitando da melhor forma todas as vezes que rodou com a moto italiana para se habituar às características da moto, mas também para demonstrar que a sua reconhecida capacidade de desenvolver motos é um trunfo que a Aprilia não deverá desperdiçar.
Prova disso, foi a presença constante de elementos técnicos da Aprilia Racing na box do piloto português, com especial destaque para Massimo Rivola, CEO da Aprilia Racing, mas também de Romano Albesiano, responsável técnico do departamento de competição da casa de Noale.
Outra visita regular a Miguel Oliveira foi Aleix Espargaró. O espanhol, único piloto até ao momento a vencer com a Aprilia em MotoGP, passou largos minutos à conversa com o português, provavelmente a tentar perceber as diferenças da RS-GP em relação à KTM RC16 que Miguel Oliveira pilotou até há bem pouco tempo.
Cumprindo um total de 75 voltas, Miguel Oliveira terminou este dia de teste em Valência com o 4º tempo. A sua 71ª volta foi mesmo a mais rápida de hoje, com um registo de 1m30.367s, que o deixou a pouco mais de três décimas do piloto mais veloz, Luca Marini (Mooney VR46).
Foi um dia final de trabalho marcado por muitas voltas ao circuito valenciano, sempre a melhorar os seus tempos por volta, adaptando a Aprilia RS-GP ao seu estilo, e um dia marcado por zero incidentes.
Refira-se que o piloto português contou também com diversas novidades na sua moto, nomeadamente ao nível da aerodinâmica, com a Aprilia Racing a disponibilizar, por exemplo, a quilha inferior “gorda”, uma solução encontrada pela marca italiana para gerar o denominado efeito solo, que permite percorrer uma curva com a moto inclinada e a maior velocidade graças a esse mesmo efeito aerodinâmico.
Miguel Oliveira fecha também o teste como melhor piloto entre todos aqueles que se estrearam em novas equipas e motos. Um dia positivo e que deixará o piloto português entusiasmado e, certamente, ansioso por voltar a sentar-se aos comandos da sua Aprilia RS-GP #88 após as férias de inverno.
Infelizmente, e devido a questões contratuais, não é possível obter qualquer declaração de Miguel Oliveira relativamente ao que testou e aconteceu durante este primeiro teste com a RNF Aprilia. Teremos de aguardar por 2023 para podermos ouvir o piloto português falar mais profundamente sobre esta mudança de marca em MotoGP.
Quanto ao mais rápido em pista, e num dia em que se registaram poucos incidentes, o mais “grave”, se assim podemos definir, terá sido a queda de Enea Bastianini (Ducati Lenovo Team), sem grandes consequências a não ser alguns danos na Desmosedici GP, acabou por ser mesmo o italiano Luca Marini a saltar para o topo da tabela de tempos com uma volta em 1m30.032s.
Maverick Viñales (Aprilia Racing), que durante grande parte do dia esteve na liderança da tabela de tempos, fecha este teste de MotoGP com o segundo melhor tempo, ele que completou quase 90 voltas, enquanto a segunda moto da Mooney VR46, pilotada por Marco Bezzecchi, o melhor “rookie” de 2022, fecha o dia com o terceiro tempo.
O piloto que mais voltas realizou foi mesmo Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha), cumprindo um total de 92 voltas, sendo que o seu companheiro de equipa, Franco Morbidelli, passou também bastante tempo em pista ao realizar um total de 88 voltas.
Uma clara indicação que os pilotos Yamaha têm uma longa lista de componentes para testar, começando pelo motor, continuando na aerodinâmica (com uma frente totalmente redesenhada), e terminando ainda no novo quadro.
Fique atento a www.motojornal.pt pois em breve iremos fazer uma análise mais técnica a todas as novidades que foram testadas em MotoGP neste derradeiro dia em pista antes do final do ano. Agora, pilotos em pista e todos juntos, apenas durante os testes de pré-temporada que vão acontecer em fevereiro no circuito de Sepang.