Dois dias de testes oficiais, os últimos relativos à temporada 2022 de MotoGP, permitiram a Miguel Oliveira preparar da melhor forma as seis corridas que ainda falta disputar até final do campeonato. O piloto português, que já sabíamos que não iria ter material novo para testar, não perdeu tempo e rodou o mais que conseguiu com a sua KTM RC16.
No final de 113 voltas realizadas ao circuito de Misano – 86 no primeiro dia e 27 no segundo –, Miguel Oliveira fechou os testes de MotoGP com o 8º melhor registo. A sua volta em 1m31.585s ficou a pouco mais de meio segundo do piloto mais rápido dos testes, o campeão Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha).
Francesco Guidotti, diretor de equipa da Red Bull KTM Factory, referiu no final do teste em Misano que o objetivo delineado para os dois dias de testes do piloto português era de confirmar dados do que foi feito até agora, tendo em vista uma melhoria do setup da KTM RC16 #88 para o que falta do calendário.
Nesse sentido, a missão definida para a equipa técnica dedicada ao piloto português parece ter sido cumprida.
Miguel Oliveira refere que “Trabalhámos nas afinações e aproveitámos as boas condições de Misano. Encontrámos algumas pequenas coisas que devem ajudar-nos noutras pistas. Estou feliz com o que conseguimos fazer. Mantivemos as coisas simples, mesmo que nunca seja tão simples! O nosso foco estará no pacote competitivo que temos agora, algumas escolhas de pneus e trabalhámos na estabilidade para a entrada em curva. Priorizámos essa área e também encontrámos algumas pequenas coisas para a saída de curva”.
E enquanto Miguel Oliveira (tal como Remy Gardner e Raul Fernandez) se focou na afinação da sua moto para este ano, a KTM, através de Brad Binder e do piloto de testes da marca, Dani Pedrosa, trabalhou em novos componentes já a pensar em 2023.
Guidotti também não esconde esta situação habitual em casos de pilotos que mudam de equipa / marca, e refere que “O Miguel é inteligente o suficiente para entender isto e nem sequer perguntou, porque todas estas partes não estarão disponíveis para a restante temporada. É óbvio que ele nos ajuda a trabalhar com o que podemos usar esta época”.
Quanto aos testes, e com todos os fabricantes em pista a apresentarem muito material novo – motor, chassis, braços oscilantes, pacotes aerodinâmicos, apenas para dar alguns exemplos – o mais rápido em pista, e como referimos anteriormente, foi Fabio Quartararo.
O campeão de MotoGP, depois de voltar a perder pontos para Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team) no passado domingo, deu o melhor uso à potência superior do novo motor quatro em linha da sua Yamaha M1 e rodou em 1m31.054s, ou seja, Quartararo conseguiu rodar abaixo do recorde da “pole position” do circuito de Misano.
O segundo mais rápido foi Francesco Bagnaia, enquanto Maverick Viñales (Aprilia Racing) fechou o “top 3” da tabela de tempos, sendo de realçar que no caso de uma sessão de testes oficiais de MotoGP os tempos por volta são o que menos conta, pois as equipas aproveitam estes dias para testar novas soluções e afinações.
Destaque ainda para Marc Márquez (Repsol Honda). Depois de um primeiro dia em que regressou à ação após 100 dias fora de uma MotoGP, o piloto espanhol mostra o porquê da sua importância para o projeto do HRC. O oito vezes campeão do mundo rodou em 1m31.642s, melhorando o seu tempo do primeiro dia, e foi mesmo a melhor Honda em pista com a 13ª volta mais rápida dos testes.
Caso regresse em Aragão, parece que Marc Márquez poderá voltar a ser um dos destaques de MotoGP. Resta saber se conseguirá o espanhol aguentar o ritmo da categoria rainha ao longo da distância de corrida, e depois de dois dias de treinos e qualificações.
Em breve saberemos se Márquez vai voltar à competição. O que é certo é que apenas a possibilidade do piloto espanhol regressar fez aumentar exponencialmente as vendas de bilhetes para o GP de Aragão!
Agora os pilotos e equipas de MotoGP terão alguns dias de descanso antes de viajarem para o circuito Motorland Aragón, em Espanha, onde de 16 a 18 de setembro se realiza o Grande Prémio de Aragão.