MotoGP 2023 – Não haverá quinta moto KTM para Pedro Acosta

Carmelo Ezpeleta reforça que uma quinta moto da KTM para Pedro Acosta nunca foi uma possibilidade em MotoGP.

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A KTM Factory Racing não terá vida facilita em 2024, tendo em conta a situação contratual dos seus vários pilotos para competir em MotoGP. A marca austríaca terá, na próxima temporada, nada menos do que cinco pilotos sob contrato, e tendo apenas quatro motos em pista, as duas da equipa de fábrica Red Bull KTM Factory e as duas da GasGas Factory Tech3, isso significa que há um piloto que tem de ficar de fora.

Pese embora algumas informações ou garantias por parte de vários responsáveis da KTM, incluindo Stefan Pierer ou Pit Beirer, apontem para que a situação será resolvida e todos os cinco pilotos estarão em pista, a verdade é que sem a entrada de uma quinta moto da KTM, não é fácil perceber como é que todos vão poder competir.

Com Brad Binder e Jack Miller seguros na equipa de fábrica, com Pol Espargaró a garantir que pretende continuar a competir e com contrato para 2024 com a GasGas Factory Tech3, e com Augusto Fernandez a ter uma temporada de estreia em MotoGP inserido na Tech3 em que tem mostrado o seu valor, Pedro Acosta, que já garantiu que estará em MotoGP no próximo ano, não tem lugar em nenhum das equipas.

A possibilidade para resolver a situação passaria por se formar uma nova equipa, situação que rapidamente ficou colocada de lado, pois equipas como a LCR ou a RNF têm acordo válidos com os seus atuais fabricantes, respetivamente Honda e Aprilia. Mais recentemente, a KTM terá tentado avançar para a possibilidade de inscrever uma quinta moto KTM, que seria usada então por Pedro Acosta.

motogpCom a MSMA e a Dorna a tentarem encontrar soluções para ajudar os fabricantes japoneses a sair da situação difícil em que se encontram na categoria rainha, a KTM poderia estar a pressionar as negociações, oferecendo a sua concordância com nova ou mais concessões disponibilizadas à Yamaha e Honda em troca da desejada quinta moto para Acosta.

Porém, Carmelo Ezpeleta, CEO da Dorna Sports, num momento da temporada em que muitas negociações e conversas estão a decorrer no paddock sobre vários assuntos, decidiu clarificar o que se vai passar com a KTM em 2024.

Para o principal responsável da organização que tem a seu cargo a gestão do Mundial de Velocidade, a KTM terá de encontrar uma outra solução que não passará por colocar mais uma moto em pista.

Aliás, Ezpeleta, em declarações ao jornal espanhol Marca, garante que essa hipótese nunca esteve sequer em “cima da mesa”, adiantando, no entanto, que haverá algumas modificações aos regulamentos de “wild card” que poderão ajudar a marca austríaca:

“Vamos ser claros. Nunca houve uma quinta moto KTM nem haverá! OK? Não sei onde é que vão buscar isso, pois eu disse a toda a gente que me perguntou: não há mais motos porque o sistema que temos agora funciona muito bem. As equipas independentes têm direitos e valor que não teriam se todos os que querem entrar tivessem uma moto”, numa clara referência às ajudas financeiras dadas pela Dorna Sports às equipas independentes, uma ajuda que teria de ser dividida por mais uma equipa / piloto caso entrasse uma quinta KTM para Pedro Acosta.

Então, como é que poderá ser resolvida a situação de Pedro Acosta e da KTM? Mais uma vez, Carmelo Ezpeleta dá a resposta:

“Isso não será um problema. É a mesma coisa que se o Barcelona agora tivesse 12 jogadores e perguntasse: O que fazemos? Bom, um fica no banco de suplentes. É o mesmo que se passa aqui. Eles (KTM) têm quatro lugares e cinco pilotos. Penso que terem cinco pilotos, num campeonato tão longo como temos agora, ter cinco pilotos preparados para saltar para a moto, é uma boa solução”.

O que na verdade Ezpeleta quer dizer, é que haverá hipótese para o quinto piloto, o que não tiver espaço para competir a tempo inteiro em MotoGP, participar em muitas corridas ao longo da temporada.

Tudo porque haverá, de acordo com o responsável espanhol, uma proposta de alterações às regras dos “wild cards”, nomeadamente o número de vezes que um piloto pode competir como “wild card”.

Esta mudança nas regras não será uma concessão específica para a KTM, mas sim, será válida para todos os fabricantes. Neste caso beneficiaria mais a KTM pois poderia ter o quinto piloto em pista mais vezes do que as permitidas nas regras atuais de “wild card”.

Por outro lado, e tal como temos visto esta temporada, com o dobro das corridas devido à introdução das corridas MotoGP Sprint, e com muitos pilotos a lesionarem-se sendo substituídos por outros pilotos (veja-se o caso de Alex Rins que voltará este fim de semana de GP da Catalunha a ser substituído por Iker Lecuona, que vai cumprir o 5º GP do ano), a KTM poderá assim dar tempo de competição ao quinto piloto.

motogpEntre o maior número de participações enquanto “wild card” e participações enquanto piloto de substituição, o quinto piloto KTM poderá passar mais de meia temporada de MotoGP a competir, sendo essa uma ideia que Carmelo Ezpeleta considera como positiva tendo em conta a situação em que se encontra a KTM e as vagas disponíveis.

Caso isto se confirme, falta saber qual dos pilotos ficará de fora da lista de pilotos oficiais que competem em MotoGP em 2024: Brad Binder renovou recentemente contrato e não será o escolhido. Restam por isso Jack Miller, Pol Espargaró, muito ligado a uma passagem à função de piloto de testes ao lado de Dani Pedrosa, Augusto Fernandez e ainda Pedro Acosta. Um deles ficaria de fora.

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