Foram 12 horas de corrida no Circuito do Estoril que tiveram um final de suspense total. A equipa da FCC TSR Honda França levou a melhor e venceu a segunda prova do Campeonato do Mundo de Endurance, realizada este Sábado no Estoril.
Às ‘portas de Cascais’, foram 31 as equipas que iniciaram a competição poucos segundos depois das nove horas da manhã. Calor intenso era aguardado, tal como na manhã de sexta-feira, aquando da qualificação que confirmou a ‘pole’ para os homens da YART com novo recorde de pista para Karel Hanika, aos comandos da Yamaha R1 oficial.
O trio da FCC TSR Honda França subiu ao degrau mais alto do pódio depois de uma corrida isenta de erros por parte dos seus pilotos e também com uma eficaz estratégia que revelou mais uma vez o menor ‘apetite’ do quatro cilindros japonês e permitiu menos uma paragem para reabastecimento no final das 12 horas de corridas. Sem erros Josh Hook, Yuki Takahashi e Mike di Meglio receberam a bandeira de xadrêz após 417 voltas aos 4.182 metros do circuito.
Na segunda posição terminaram os homens da Webyke SRC Kawasaki França Trickstar com Jérémy Guarnoni, Erwan Nigon e David Checa, estes com menos de um segundo de vantagem sobre os velozes pilotos da BMW (Xavi Forés, Markus Reiterberger e Kenny Foray. Um resultado que colocou os homens da Kawasaki na frente do campeonato.
Intensidade total
Após a bandeira portuguesa ter dado ordem de arranque para a corrida – com Gregg Black a assegurar o ‘holeshot’ com a Suzuki oficial – de imediato se iniciou uma intensa e frenética luta que envolveu Mike di Meglio com a Honda e Xavi Forés com a BMW. Os homens da ‘pole’ voltaram a arrancar mal mas Marvin Fritz conseguia recuperar e depois de assinar a melhor volta em corrida (1m39.384s) juntou-se ao grupo e fechou mesmo o seu primeiro turno na frente.
Mas ainda antes do primeiro terço de corrida ser concluído a ordem sofria uma reviravolta inesperada quando a BMW M1000 RR caiu na Curva 3 e teve que parar na boxe para uma rápida recuperação que naturalmente ‘afundou’ a moto alemã na classificação quando estávamos ainda com pouco mais de duas horas e meia de corrida realizadas. Na frente estavam agora os YART, que procuravam reeditar a vitória do passado mês de Outubro quando fecharam no Estoril o mundial 2020 com uma vitória.
Ao mesmo tempo que a temperatura subia, o ritmo também aumentava e a os turnos de cerca de 60 minutos para cada piloto eram sempre cumpridos em ritmo muito intenso, o que acabou por provocar vitimas no pelotão. As quedas começaram a chegar e pouco depois da BMW era a Suzuki que caia e deixava a YART isolada na frente da Kawasaki e da Honda.
Mas a ‘razia’ entre as equipas da frente continuou quando a Yamaha R1 da YART sofreu também ela uma queda que atirou a equipa para a segunda meta da tabela, num momento em que a recuperação era palavra de ordem para a BMW e os homens da Suzuki estavam fora de corrida depois de um embate da GSXR1000RR na traseira da Kawasaki do Tati Team ter forçado ao abandono dos primeiros e colocado a ZX 10RR fora da corrida para o pódio.
A vitória parecia estar nas mãos da equipa da Kawasaki mas quando faltavam cerca de 90 minutos para a bandeira de xadrêz colocar um ponto final na prova mais um ‘golpe inesperado’ na ordem estabelecida quando a moto japonesa ficou sem gasolina. A liderança estava entregue agora aos homens da Honda que não mais a largaram até final, deixando intenso duelo nas suas costas. A Kawasaki atacava a fundo com Jérémy Guarnoni aos comandos da mesma, passava para o segundo posto por troca com Florian Marino que pilotava a Yamaha da VRD Igol Expériences e este tinha mesmo que se preocupar com a BMW que continuava a recuperar, agora com Markus Reiterberger aos comandos da mesma.
A pressão imposta pelo ex-campeão europeu Superstock 1000 era intensa e a duas voltas do final Marino falhou a entrada na Curva 2, saiu para a gravilha e entregou o degrau mais baixo do pódio aos alemães. Em final igualmente intenso também os homens da Moto Ain (Randy de Puniet, Robin Mulhauser e Roberto Rolfo fecharam a corrida num brilhante quinto posto após uma qualificação difícil.
A primeira moto Superstock foi a da BMRT 3D Maxxess Nevers na sexta posição, a National Motos foi segunda – depois de ter ficado sem gasolina quando estava ‘pegada’ com a Kawasaki dos vencedores – ao concluir na nona posição e o terceiro lugar foi para o trio do Team 18 Sapeurs Pompiers CMS Motostore, também eles em modo recuperação depois de uma pequena queda de Matthieu Lussiana na saída da variante numa fase intermédia da corrida.
Morgan Berchet foi o vencedor do Troféu Anthony Delhalle pelo gesto de preocupação para com Xavier Simeon aquando do acidente que levou ao abandono da Suzuki e ao afundar na classificação da Kawasaki da Tati.
Com estes resultados o campeonato é agora liderado pela Webyke SRC Kawasaki França Trickstar com sete pontos a separem as três primeiras equipas antes da próxima ronda, a terceira do ano, a realizar em Setembro no circuito francês de Paul Ricard.
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