A segunda operação a que Marc Marquez foi sujeito na passada segunda-feira, 13 dias após a primeira, foi uma surpresa. Xavier Mir, o médico que o operou, explicou após a segunda cirurgia que «a primeira operação foi bem sucedida, o que não se esperava era que a placa fosse insuficiente. Uma acumulação de stress na zona operada causou alguns danos na placa, por isso hoje a placa foi retirada e substituída por uma nova fixação».
Pouco dias após a primeira operação Marc rodou nos treinos para o GP da Andaluzia, e especulava-se que teria sido esse esforço a obrigar a uma nova intervenção. Mas hoje em Brno Alberto Puig, Team Manager da Repsol Honda revelou hoje que a placa se partiu em consequência de um «acidente doméstico, ao abrir uma janela muito grande, aliás, uma janela não, uma porta muito grande, que lhe causou grande dor e partiu a placa. Foi isso que eles viram após o acidente, ele sentiu uma grande dor e a placa estava partida», explicou Puig em entrevista ao site motogp.com.
Stress acumulado
«Provavelmente deveu-se a todo o stress durante todo este tempo. Mas aconteceu após o GP [da Andaluzia]. O Marc tenta sempre seguir as indicações dos médicos e as sensações do seu corpo, e foi para Jerez com o consenso de todos os médicos. Os médicos não esperavam que esta placa se pudesse partir, e foi isso que disseram e informaram o piloto, porque caso contrário Marc não teria tentado rodar, nem a Honda nem a equipa o teriam deixado experimentar a moto» afirmou Puig.
«De qualquer modo as coisas acontecem e isto aconteceu; felizmente, o ponto positivo é que isto aconteceu em sua casa, e não aqui em Brno ou na Áustria, porque isso poderia ter consequências massivas para ele. Daqui para a frente o Marc vai continuar o seu processo de reabilitação e a cura do osso, e o tempo dirá quando é que ele se sentirá bem e como é que vai evoluir após este incidente».
Regresso adiado
Nesta altura é impossível saber quando será possível o regresso do piloto espanhol às corridas, mas não deverá acontecer antes de Misano. Isso significa que falhará as três próximas corridas – República Checa, Áustria e Estíria – e se voltar em Misano, contará na altura com cinco zeros na tabela de pontos.
Não é a primeira vez que um piloto tem problemas físicos por causa de acidentes domésticos. Em Fevereiro de 2009 Valentino Rossi embrulhou-se num cortinado em casa, pisou uma mesa de vidro que ‘explodiu’ e teve que levar pontos no dedo anelar da mão esquerda e no pé esquerdo. Isto aconteceu na véspera de viajar para a Malásia para os primeiros testes de pré-temporada.
Outro exemplo é Cal Crutchlow. O britânico teve que ser operado depois no início de Setembro de 2017 após ter sofrido uma lesão com alguma gravidade no tendão do dedo indicador da mão esquerda. A causa? Estava em Itália, na base de treinos da LCR, antes do GP de São Marinoi, a preparar um lanche; a faca do parmesão resvalou do queijo que estava a tentar cortar e entrou pelo dedo adentro…