Motos sem carenagens, derivadas das superdesportivas, e equipadas com motores extremamente potentes. Estes são os três “condimentos” básicos das chamadas supernaked, motos que primam pela potência, mas que colocam essa performance ao alcance do motociclista comum.
As supernaked têm vindo a apresentar uma evolução fantástica a vários níveis, e atualmente encontramos no mercado nacional uma série de opções que tornam a escolha de comprar uma destas motos extremamente difícil.
Se antigamente olhávamos para performances em torno dos 150 cv de potência e pensávamos que já estávamos a atingir o limite, a verdade é que os novos motores, cada vez mais evoluídos em termos técnicos e tecnológicos, apresentam performances de deixar as superdesportivas em apuros!
Para 2023 tudo aponta para que seja um ano “vintage” para os fãs das supernaked. A chegada de propostas mais potentes ao segmento intensificou a batalha pelo trono. Hoje em dia uma supernaked que queira batalhar pelo título de “rainha do segmento” tem de apontar aos 200 cv. No mínimo!
Atualmente encontramos no mercado diversos modelos com mais de 200 cv de potência.
Se seguirmos uma ordem alfabética, encontramos como primeira opção a mais recente de todas, e que a Revista MotoJornal já testou. O teste à BMW M 1000 R está publicado na edição #1549 que pode adquirir aqui.
A poderosa naked alemã é a primeira da marca de Munique a integrar a gama M, que já inclui a superdesportiva especial de homologação M 1000 RR. No caso da supernaked de Munique estamos perante uma moto com motor de quatro cilindros em linha com 999 cc e tecnologia ShiftCam, uma unidade motriz que é um enorme passo em frente em comparação com a “normal” S 1000 R. Neste caso o ganho em potência pura é de 45 cv!
A BMW M 1000 R apresenta números incríveis: 210 cv totalmente disponíveis às 13.750 rpm, sendo que o limite máximo de rotações é agora de 14.600 rpm. Por outro lado, o binário de 113 Nm às 11.000 rpm significa que a S 1000 R ganha neste particular, pois tem 114 Nm e que ficam disponíveis logo às 9.250 rpm.
Quanto a preço, a BMW Motorrad anuncia um PVP desde 23.633€.
Os 210 cv da M 1000 R destronaram a italiana Ducati Streetfighter V4 do topo do segmento supernaked em termos de potência. A proposta italiana opta por utilizar um motor Desmosedici Stradale de 1103 cc, uma unidade motriz de arquitetura V4 que entrega uns bastante saudáveis 208 cv às 13.000 rpm, enquanto o binário máximo é de 123 Nm que são atingidos às 9.500 rpm.
A Ducati disponibiliza três versões da Streetfighter V4, com preço que começa nos 23.495€ para a versão base, valor que sobe para os 34.795€ no caso da variante exótica e de produção limitada que é a Streetfighter V4 SP2.
Continuando a seguir a já referida ordem alfabética, a nossa lista de supernaked com 200 ou mais cavalos continua com a Kawasaki Z H2. Porém, a moto de Akashi apresenta-se como um conceito algo diferenciado. Tudo por causa do seu motor!
Enquanto as rivais do segmento apostam em motores naturalmente aspirados, ou seja, sem sobrealimentação do motor com recurso a turbo, por exemplo, a Kawasaki Z H2 conta com um compressor volumétrico acoplado ao motor quatro cilindros em linha de 998 cc. Este compressor foi desenvolvido pela Kawasaki Heavy Industries Lta., recorrendo ao “know how” do grupo japonês noutros ramos da indústria onde a Kawasaki é uma força reconhecida mundialmente.
A ficha técnica da supernaked da Kawasaki anuncia 200 cv às 11.000 rpm, e um binário de 137 Nm às 8.500 rpm. O compressor volumétrico faz desta supernaked Z H2 uma das propostas mais excitantes e com uma sonoridade bastante particular.
E qual é o preço a pagar para ter uma destas Kawasaki na sua garagem? A versão base Z H2 custa 19.790€, enquanto a versão com melhor nível de equipamento Z H2 SE Performance custa 23.990€.
A nossa viagem exploratória pelo mundo das naked de alta performance com potências acima dos 200 cv continua com mais uma supernaked italiana. Neste caso a MV Agusta Brutale 1000. Os motociclistas ávidos de adrenalina e exotismo podem optar por uma de três versões: RS, RR e Nurburgring, em honra do “Inferno Verde” que é o fantástico circuito Nurburgring Nordschleife na Alemanha.
Qualquer uma das variantes da Brutale 1000 de quatro cilindros em linha e 998 cc apresenta como destaque na ficha técnica uma potência de 208 cv às 13.000 rpm, e um binário máximo de 116,5 Nm às 11.000 rpm. A diferença poderá ser encontrada nas decorações e, claro, no nível de equipamento que acompanha cada versão.
Claro que os preços também são diferentes: a Brutale 1000 RS custa desde 27.100€, a Brutale 1000 RR custa desde 34.200€, e por fim a Brutale 1000 Nurburgring custa desde 40.300€.
Refira-se ainda que na atual gama da MV Agusta, e que podemos considerar como sendo uma abordagem ainda mais exótica ao tema das supernaked, encontramos a esbelta Rush, que equipa o mesmo motor das Brutale 1000, oferece a mesma performance, e tem um PVP desde 39.100€. Uma opção para quem pretende algo que verdadeiramente se destaca na estrada.
Estas são as atuais supernaked com 200 cv, ou mais, que podemos comprar hoje em dia nos concessionários portugueses. Porém, tudo indica que em breve o grupo será alargado com a chegada de novidades de Itália e Japão!
A primeira novidade que começa a ganhar forma, é uma nova Aprilia Tuono V4. Sim, o motor V4 de Noale não se pode considerar “fraco”. Na verdade, a Tuono V4, na sua versão mais recente, conta com o motor V4 de 1077 cc, capaz de disponibilizar nada menos do que 175 cv às 11.000 rpm e um binário de 121 Nm às 9.000 rpm. Números bem interessantes, mas que atualmente ficam longe dos valores considerados “normais” para uma supernaked.
Daí que, de acordo com alguns rumores vindos de Itália, a Aprilia esteja já a pensar no futuro e neste caso a Tuono V4 poderá receber como transplante praticamente direto a unidade motriz, também um V4, que atualmente encontramos na superdesportiva RSV4. Neste caso estamos perante um motor que sendo aplicado à Tuono V4 elevaria, e muito, a performance da supernaked italiana, pois estaremos a falar em potência na ordem dos 217 cv!
Obviamente que as características do motor teriam de ser modificadas de forma a garantir que toda a performance será mais fácil de explorar em estrada do que acontece na RSV4. Mas mesmo assim uma nova Tuono V4 deverá apresentar uma potência superior a 200 cv.
Refira-se que a Aprilia disponibiliza atualmente duas variantes desta moto: a Tuono V4, uma moto mais pensada para uma utilização mais normal, e com preço de 16.999€, enquanto a Tuono V4 Factory sobe para os 19.700€, sendo que esta será a versão que mais apela aos motociclistas que preferem uma condução desportiva.
Outra novidade que muito se tem falado nestes últimos dias do ano é a aguardada Honda CB 1000 RR.
No Japão a imprensa especializada, normalmente bem posicionada para nos dar os primeiros detalhes de novidades das marcas do país do Sol Nascente, indica que no final de 2023 poderemos ver uma supernaked da Honda, verdadeiramente supernaked, pois a atual CB 1000 R é uma naked que se enquadra num registo mais “dócil”, embora apresente uma potência de 145 cv.
O design será mais agressivo, divergindo claramente das linhas mais orgânicas e até neo-retro da CB1000R. Já o motor, mantém a arquitetura quatro cilindros em linha, mas derivando da mais recente geração da CBR 1000 RR-R Fireblade, que anuncia 217 cv, esperamos que a potência da suposta CB 1000 RR atinja pelo menos os 200 cv para ser efetivamente uma supernaked de pleno direito.
Refira-se que a atual CB1000R está anunciada pela Honda com um PVP de 13.900€.
E quais são as outras opções no segmento supernaked que podemos comprar?
A KTM 1290 Super Duke R Evo é uma delas. A agressiva e diferenciada supernaked da casa de Mattighofen é a única que aposta numa configuração de dois cilindros em V. O bicilíndrico da KTM é um “monstro”, em que os 180 cv são um dos destaques, mas a verdade é que são os seus 140 Nm de binário que impressionam os motociclistas que a exploram no limite.
O preço da KTM 1290 Super Duke R Evo em Portugal é de 22.566€.
A nossa lista continua então para a Suzuki e a GSX-S1000. A naked japonesa, na sua mais recente geração, adotou um design inconfundível e irreverente
No seu coração encontramos o motor quatro cilindros em linha que deriva da superdesportiva GSX-R1000, que no caso da supernaked de Hamamatsu disponibiliza 152cv às 11.000 rpm e o binário de 106 Nm às 9.250 rpm.
A Suzuki coloca a GSX-S1000 na sua garagem se pagar um preço de 13.499€.
Continuamos a nossa viagem pelo mundo das supernaked com mais uma proposta com motorização diferenciada, e bastante elogiada! A Triumph Speed Triple 1200 RS conta com um exuberante motor tricilíndrico de 1160 cc.
Esta proposta britânica consegue entregar uma potência de 180 cv às 10.750 rpm, enquanto o binário de 125 Nm às 9.000 rpm coloca-a como uma das supernaked mais engraçadas de conduzir em estrada.
A Triumph Speed Triple 1200 RS tem um PVP desde 19.245€.
Por último, temos para si a Yamaha MT-10. A supernaked de Iwata é já um “clássico” no segmento das naked desportivas de alta performance, e aparece renovada recentemente para continuar a deslumbrar pelas suas características, abraçando cada vez mais o “lado negro” do Japão!
A Yamaha MT-10 conta com um motor quatro cilindros em linha com tecnologia Crossplane (planos cruzados), o que lhe garante um caráter bastante especial e viciante, para além de uma sonoridade sem rival ao nível dos motores tetracilíndricos em linha. Com 998 cc este motor deriva da superdesportiva YZF-R1, e entrega 166 cv às 11.500 rpm e um binário de 112 Nm às 9.000 rpm.
Quanto a preço, a Yamaha comercializa duas variantes: a versão base MT-10 tem um PVP de 15.000€, enquanto a variante com mais e melhor equipamento, a MT-10SP, tem um PVP de 17.750€.
Agora que já passámos em revista todas as supernaked que podemos (ou vamos poder) comprar em Portugal, esperamos que no ano de 2023 possa finalmente comprar aquela que mais gosta e que melhor se adapta às suas necessidades.
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