MotoGP 2022 – Suzuki abandona no final da temporada?

Ao que tudo indica, a Suzuki vai abandonar o MotoGP no final desta temporada, uma decisão que foi comunicada hoje a toda a equipa, em Jerez.

Campeões do mundo de pilotos e equipas em 2020, a Suzuki Ecstar deverá anunciar o abandono do MotoGP no final da atual temporada, lançando assim uma verdadeira bomba no paddock do Mundial de Velocidade. Ainda não existe confirmação oficial ou reação da equipa japonesa a este rumor, mas os elementos da equipa e pilotos já foram informados desta decisão surpreendente e que terá uma motivação financeira.

O rumor foi iniciado por diversos websites ao longo das últimas horas do dia de testes oficial que aconteceu hoje no circuito de Jerez Ángel Nieto. A surpreendente decisão da casa de Hamamatsu apanhou todos de surpresa, em particular os técnicos e pilotos da Suzuki Ecstar, que sabem agora que no final de 2022 deixam de ter emprego.

SuzukiPara além de ser uma autêntica bomba, a Suzuki abandona pela segunda vez de forma abrupta a categoria rainha. Recordamos que em 2011 os responsáveis da marca japonesa citaram dificuldades financeiras para deixar de competir em MotoGP. Mas demoraram apenas o tempo suficiente para reorganizar o seu departamento de competição e em 2015 regressaram a tempo inteiro ao campeonato.

Atualmente a Suzuki Ecstar lidera a classificação de equipas da categoria MotoGP após seis rondas cumpridas.

Ainda que nada tenha sido oficializado, a informação parece ser mesmo credível, a julgar pelos semblantes carregados dos membros da equipa da Suzuki junto dos camiões e boxes no Circuito Jerez Ángel Nieto, onde decorreu hoje a sessão de testes prevista no calendário oficial da temporada do MotoGP 2022, depois de encerradas as contas do GP de Espanha deste fim de semana.

A confirmação do abandono da Suzuki deverá ser oficializada nas próximas horas ou início de terça-feira 3 de maio, e nem mesmo o recém-nomeado diretor de equipa, Livio Suppo, parece conseguir disfarçar o momento.

Quando questionado durante o dia de teste de MotoGP em Jerez, Suppo simplesmente respondeu, visivelmente agastado: “Não faço comentários. Espero que entendam a minha situação. Boa tarde”, disse o dirigente italiano.

Convém também ter em conta que ainda recentemente a Suzuki assinou novo contrato com a Dorna, onde se comprometeu a participar em MotoGP até final de 2026. Sair agora será uma enorme quebra de contrato, o que poderia levar a compensações financeiras elevadas num desporto onde este tipo de acordos envolve muitos milhões de euros.

O que irá acontecer às duas vagas criadas pelo abandono da Suzuki?

A Aprilia Racing pode ver aqui a oportunidade ideal de formar uma parceria para ter uma segunda equipa em MotoGP. Romano Albesiano e Massimo Rivola já referiram que gostariam de ter uma equipa satélite para complementar o esforço de desenvolvimento da RS-GP. Mas isso implica um investimento avultado em termos financeiros, mas também ao nível da disponibilidade de material, com o relativamente pequeno departamento de competição da marca de Noale a ter de construir mais do que as motos para a equipa de fábrica.

Quem também poderia ficar com a vaga da Suzuki é a KTM. Temos visto a marca austríaca investir muito no seu projeto em MotoGP, e, por exemplo, na categoria Moto3 vemos várias marcas do grupo utilizarem a mesma moto, mas inscritas por fabricantes diferentes: KTM, Husqvarna, GasGas e até a CFMoto.

Poderia a KTM sentir-se tentada em transpor para o MotoGP esta estratégia de mostrar o seu poderia em termos de grupo e das suas marcas ao criar uma nova equipa satélite?

Por outro lado, temos ainda a situação dos dois pilotos espanhóis da Suzuki Ecstar.

Tanto Joan Mir como Alex Rins terminam os seus contratos no final deste ano e estão a negociar com várias marcas o seu futuro. Tudo parecia estar definido para que o campeão de 2020 mudasse de equipa e assinasse pela Repsol Honda, com Joan Mir então a ocupar o lugar de Pol Espargaró a partir de 2023. Se essa era uma hipótese em cima da mesa, Mir, à luz do abandono da Suzuki, certamente não vai querer perder muito mais tempo a chegar a acordo com a Honda.

Já Alex Rins tem o seu futuro mais indefinido. Tem sido o piloto mais consistente em termos de resultados e encontra-se na quarta posição do campeonato a 20 pontos de Fabio Quartararo que é líder. Tudo parecia estar encaminhado para a renovação de contrato com a Suzuki, mas Rins pode agora, se se confirmar este rumor, ser mais um piloto a baralhar ainda mais a “silly season” de MotoGP.

Fique atento a www.motojornal.pt pois iremos acompanhar em permanência esta situação surpreendente e que terá um enorme impacto no futuro do MotoGP e até dos contratos dos pilotos.