A par do Campeonato Nacional de Velocidade (CNV Moto), também os Troféus de Naked Bikes (TNB) marcaram presença no passado fim de semana no Circuito do Estoril, para aquela que foi a penúltima ronda da temporada 2023 e a terceira visita do ano ao traçado que tem a Serra de Sintra.
Como esperado, a animação foi muita, quer nas boxes reservadas aos TNB, quer depois nas diversas sessões em pista, onde os pilotos dos troféus Tuono Cup e S 1000 R Cup, e ainda das classes TNB 1 e TNB 2 puderam mostrar o que valem em animados despiques.
Nesta penúltima ronda da temporada podíamos ter desde já um novo vencedor final das S 1000 R Cup, pois João Curva (#54) podia sagrar-se vencedor da competição monomarca.
Com um tempo fantástico para o período do ano que vivemos, os TNB voltaram a ser a categoria nacional mais participada do CNV Moto, apesar da ausência das S 1000 R de Nuno Farias (#21) e Marco Perez (#49), a que se juntou a Aprilia Tuono V4 de António Reis (#88). Mais uma vez, em conjunto com o TLC, troféu com quem os TNB repartem a pista, conseguiram a maior grelha do fim de semana ao juntar 21 motos!
Enquanto por cá a pausa de verão amoleceu pilotos nacionais, os franceses da “french connection”, que é como se intitulam os três franceses que correm nos TNB com as Triumph Street Triple 765, foram fazer quilómetros em pista no circuito Paul Ricard no Bol d’Argent, onde só participam motos do tipo naked, uma prova de resistência com duração de 3 horas e que antecede as 24h do Bol d’Or do FIM EWC.
De realçar que a equipa formada por Frédèric Bottoglieri (#11) e Romain Bérton (#83) conseguiram o terceiro lugar, conforme a Revista MotoJornal já aqui tinha dado conta em tempo oportuno, entre as 66 equipas presentes, depois de terem liderado por algumas voltas, tendo Cyrille Schertenleib (#74), conseguido um excelente sexto posto.
Estes três pilotos vinham algo cansados, mas ainda “quentes” e cheios de ritmo, como vamos ver.
As Triumph Street Triple, agora equipadas com a linha completa de escape da Ixil, geravam então forte expectativa tal como o regresso da BMW S 1000 R de Duarte Amaral (#10), pois este piloto sempre que marcou presença nas corridas do Estoril lutou sempre pela vitória no troféu e à geral.
A somar a estas expectativas, estava a possibilidade de João Curva vencer já, por antecipação, o troféu S 1000 R Cup, bastando para tal ficar na frente de Ricardo Almeida (#31) numa das corridas e ficar logo atrás dele na corrida seguinte.
Motivos de interesse não faltaram e animaram por isso os fãs que fazem questão de apoiar os pilotos dos TNB em cada ronda, sendo de destacar ainda um novo motivo de interesse: a estreia em pista da BMW F 900 R, uma moto que se encontra em preparação para algo que irá acontecer em 2024 (um troféu específico).
TNB Estoril III – Treinos Cronometrados
A demonstrar que as expectativas não eram infundadas, a S 1000 R de Amaral fica com a “pole position” e é a única a rodar no segundo 47, seguido da Street Triple 765 RS de Bottoglieri (a primeira das TNB2) e da S 1000 R de Curva, ficando assim os favoritos às vitórias a ocuparem todas as posições da linha da frente.
Na linha seguinte, a BMW M 1000 R de Paulo Vicente (#62), já distante dos da frente, lidera a segunda linha da grelha de partida, com a S 1000 R de Ricardo Almeida a fechar a mesma atrás da TLC de Raul Felgueiras que fez uma excelente qualificação.
Na terceira linha, as Tuono V4 de Luis Franco (#22) – já vencedor confirmado da Tuono Cup em 2023 e que conta com vitórias em todas as corridas disputadas à exceção de uma em que ficou em 2º – e Miguel Sousa (#5) “ensanduicharam” a TLC de Rodrigo Amaral.
Na quarta linha, a Suzuki GSX-S1000 de Ricardo Pires (#14) liderou na frente da Triumph Street Triple de Bérton e da Kawasaki Z900 de Marcos Leal (#73). Seguiram-se a Street Triple de Schertenleib e a Tuono de Anselmo Vilardebó (#12), enquanto na linha 6 ficou qualificada a Z900 de Daniel Coelho (#40), por entre algumas motos do TLC.
A fechar a grelha de partida ficam os veteranos Luis Metello (#6), com a sua S 1000 R, e Fernando Mercier numa moto do TLC.
Com os 21 pilotos alinhados na grelha de partida, os semáforos apagam-se e é a BMW M 1000 R de Paulo Vicente que faz o “holeshot” na frente da Street Triple de Bottoglieri e da S 1000 R de Amaral.
Vicente ainda lidera as duas primeiras voltas, com Bottoglieri a tentar por duas vezes passá-lo à saída da longa parabólica do circuito do Estoril, até que, na 3ª volta, Amaral passa-o na travagem para a curva 1 e depois na curva 2 é a vez de Bottoglieri, conseguindo Curva fazer o mesmo na “variante”, imediatamente antes de um enorme highside protagonizado pela Street Triple de Bottoglieri quando este ia na peugada de Amaral.
O piloto francês bate com violência no chão, fica algo atordoado, e, com a impossibilidade de o retirar do local sem o apoio da ambulância, a Direção de Corrida opta, e bem, por interromper a prova de forma a garantir a assistência médica adequada ao piloto.
Felizmente, Bottoglieri não apresentou nenhuma lesão de maior e a corrida foi retomada minutos depois, mas reduzida a somente 6 voltas.
Nesse segundo arranque, é Amaral quem faz o “holeshot”, seguido pela Street Triple de Bérton. Este foi perdendo posições para as motos mais potentes, ficando a vitória da corrida a ser discutida pelas S 1000 R de Amaral e Curva, sem que algum outro piloto os conseguisse ameaçar ou sequer acompanhar.
Entretanto a Tuono de Luis Franco sobe à terceira posição da geral, levando na sua peugada a TLC do Rodrigo Amaral. A S 1000 R de Almeida termina num solitário 5º posto, mas 2º da S 1000 R Cup, aumentando assim as hipóteses de Curva sagrar-se vencedor do troféu por antecipação.
A M 1000 R de Vicente sofre um contratempo técnico nesta segunda partida, sem impedir o piloto de terminar a corrida, mas já sob a pressão da Tuono de Sousa, que, entretanto, tinha superado a Street Triple de Bérton, piloto francês que por sua vez ganha a luta com a Suzuki de Pires e a TLC de Felgueiras, numa batalha bem animada em pista.
A Kawasaki Z900 de Marcos Leal ganha a luta com a Street Triple de Schertenleib, para o segundo lugar do pódio na classe dedicada às TNB 2 e a Aprilia Tuono de Vilardebó, a Z900 de Coelho e a S 1000 R de Metello terminam mais atrás depois de umas disputas com várias motos que integram o TLC, repartindo com estas os 7 últimos lugares.
Incrivelmente, bastou uma noite a descansar para Frederic Bottoglieri não só recuperar-se a si próprio, como também a moto! Assim, com o regresso do piloto, ainda algo combalido, a grelha de partida para a corrida 2 do fim de semana da ronda Estoril III não sofreu alterações, apenas de realçar a ausência da Aprilia Tuono de Vilardebó.
A estrear a transmissão “live streaming” com que a Federação de Motociclismo de Portugal brindou o CNV Moto neste dia, e que pôde (e pode) ser visto no canal YouTube da FMP, apagados os semáforos é novamente a BMW M 1000 R de Paulo Vicente a garantir a liderança antes da chegada à primeira curva, seguido pela Street Triple de Bottoglieri.
Vicente ainda mantém a liderança até ser ultrapassado pelas S 1000 R de Amaral e Curva. Enquanto Amaral e Vicente se fixam no segundo 49 até ao final da corrida, João Curva, com a glória no troféu S 1000 R Cup ao seu alcance, aplica-se, baixa ao segundo 48 e mesmo ao 47, alcançando a Bottoglieri que, entretanto, tinha conseguido amealhar uma pequena vantagem para os perseguidores lá na frente.
Curva ainda o passa, mas este responde imediatamente, o que leva Curva a preferir assegurar a vitória no troféu S 1000 R Cup e na classe TNB 1, terminando em 2º à geral atrás de Bottoglieri. Este, ao vencer a corrida à geral, leva à vitória uma naked da classe TNB 2 pela primeira vez no Estoril.
Atrás destes quatro, Bérton, que arrancou bem, não consegue rodar ao mesmo ritmo e vai cometendo erros que o levam inclusive a cair na penúltima volta, conseguindo, no entanto, ainda regressar à pista e terminar na frente das restantes TNB 2, de Marcos Leal e Schertenleib, que lutavam pelos lugares no pódio.
Menos sorte teve Ricardo Almeida ao sofrer uma pequena queda na curva 3 à quarta volta, mas de onde conseguiu sair e regressar à corrida para terminar em 3º da S 1000 R Cup, numa demonstração de resiliência.
Em 5º da geral, chega a Tuono de Luis Franco depois de recuperar de um mau arranque que o relegou para a cauda do pelotão logo na primeira volta. Atrás deste chegou um satisfeito Ricardo Pires com a sua GSX-S1000, pois a batalha que teve em pista não só foi animada, como o levou a bater o seu recorde pessoal, ao rodar em 1m49.974s. A Aprilia Tuono de Sousa corta a meta a seguir.
A S 1000 R de Metello chega depois da de Almeida, conseguindo não ser dobrado. O mesmo já não pôde dizer Daniel Coelho que, depois de uma ligeira queda na variante do Estoril, consegue ainda assim terminar a corrida na frente da TLC de Fernando Mercier, mas já dobrado pelos 3 primeiros.
Após esta ronda Estoril III, temos então João Curva a juntar-se a Luis Franco como vencedor de um dos troféus monomarca. Neste caso Curva sagra-se vencedor antecipado da S 1000 R Cup, enquanto Luis Franco já tinha assegurado a vitória maior na Tuono Cup.
Todas as restantes classificações – geral, TNB 1 e TNB 2 – encontram-se ainda por definir os vencedores, algo que irá acontecer durante a ronda final, também no Estoril, no fim de semana de 28 e 29 de outubro.
TNB – Classificação Geral
1 – João Curva – BMW S 1000 R – 238 pontos
2 – Frederic Bottoglieri – Triumph Street Triple 765 – 213 pontos
3 – Paulo Vicente – BMW M 1000 R – 190 pontos
4 – Luis Franco – Aprilia Tuono – 155 pontos
5 – Ricardo Almeida – BMW S 1000 R – 124 pontos
TNB 1 – Classificação
1 – João Curva – 265 pontos
2 – Paulo Vicente – 226 pontos
3 – Luis Franco – 175 pontos
TNB 2 – Classificação
1 – Frederic Bottoglieri – 250 pontos
2 – Romain Bérton – 237 pontos
3 – Marcos Leal – 186 pontos
S 1000 R Cup – Classificação
1 – João Curva – 286 pontos
2 – Ricardo Almeida – 216 pontos
3 – Nuno Farias – 135 pontos
Tuono Cup – Classificação
1 – Luis Franco – 295 pontos
2 – Miguel Sousa – 165 pontos
3 – António Reis – 120 pontos
Fique atento a www.motojornal.pt para estar sempre a par de todas as novidades do desporto em duas rodas. A não perder!