A BMW Motorrad venceu um prémio de inovação atribuído pelo JEC, da categoria de Lazer e Deporto. O galardão deveu-se ao desenvolvimento e fabrico de um braço oscilante em fibra de carbono.
O Grupo JEC é é uma organização formada por várias empresas especializadas em materiais compósitos; os seus prémios de inovação são atribuídos a 30 empresas divididas em 10 categorias.
Depois de usar a fibra de carbono nos seus automóveis, a BMW levou o material para as motos também. Em 2017 apresentou a sua HP4 Race com quadro em fibra de carbono fabricado pelo processo RTM (resin transfer molding). Isto abriu para a marca alemã uma nova era na utilização deste material no fabrico de motos. O processo permite combinar excelentes qualidades técnicas, com qualidade e uniformidade de fabrico; ao mesmo tempo é viável do ponto de vista económico.
Se a HP4 Race tem quadro de fibra de carbono, o seu braço oscilante é ainda de alumínio. Agora a BMW deu um novo passo em frente com o desenvolvimento deste braço oscilante que pode ser produzido industrialmente.
Elmar Jäger é o líder de projecto deste componente premiado e explica o seu conceito. «Escolhemos componentes do chassis sob carga contínua uma vez que os requerimentos envolvidos são especialmente exigentes. Enquanto nos automóveis esses componentes estão escondidos, o visível braço oscilante de uma moto era o ideal para o nosso projecto, uma vez que as forças em questão são imediatamente evidentes. A nossa técnica de produção usa CFP [carbon fiber reinforced plastic] na forma de fibras de alta resistência sem fim onde estas são requeridas pelos padrões de esforço, enquanto que peças de molde de injeção com fibras curtas de reciclagem CFP são usadas onde os níveis de esforço não são tão altos.»
Diminuindo os custos, componentes em fibra de carbono poderão tornar-se mais comuns
Este tipo de processo tem também influência no aspecto financeiro, uma vez que permite baixar os custos de produção.
«Assim desenvolvemos um design eficiente do ponto de vista económico. Pode ser dimensionado de acordo com as exigências inserindo na mesma ferramenta fibras sem fim com variados níveis de resistência. Foram estes pontos que impressionaram o júri internacional. O conhecimento que ganhámos é igualmente valioso do ponto de vista do desenvolvimento automóvel, podendo neles ser aplicado de acordo.»
Para receber o prémio da JEC em Paris esteve Joachim Starke, em representação da equipa de desenvolvimento. O engenheiro alemão, especialista em fibra de carbono, esteve profundamente envolvido no desenvolvimento do quadro e jantes da HP4 Race. Diz Starke: «Para além dos benefícios do peso e na poupança significativa de custos, também conseguimos desenvolver uma tecnologia que permite a configuração precisa das propriedades dos componentes, usando várias inserções compósitas e metálicas».
Essa escalabilidade significa que uma única ferramenta pode ser usada para produzir uma ampla gama de diferentes componentes em ciclos de menos de um minuto. A resistência pode ser ajustada com diferentes painéis CFP que podem ser unidos termoplasticamente. Este projecto também envolveu testes bem sucedidos com robots de soldagem. «Tudo isto tem um impacto significante na economia dos custos dos componentes, assim como nas suas propriedades, como resistência e rigidez», conlui Starke.
Com o desenvolvimento destes novos processos de fabrico, a BMW deu mais um passo em frente para a possível uma utilização mais frequente da fibra de carbono nas suas motos, não apenas em componentes secundários, mas em elementos estruturais.