O Speedway pode não ser muito conhecido no sul da Europa, mas nalguns países é mesmo muito popular, enchendo estádios e com os pilotos a serem verdadeiras estrelas. É especialmente no norte e centro da Europa que este é um desporto motorizado muito popular. As provas do Mundial de Speedway em Torun ou Gorzow, por exemplo, são verdadeiros acontecimentos nacionais. Na Grã-Bretanha o Speedway também goza de grande sucesso, assim como do outro lado do mundo, na Austrália.
As pistas são ovais, e têm que ter entre 260 a 425 metros de comprimento medido a 1 metro do perímetro anterior, e devem ter uma largura mínima de 10 metros nas rectas e 14 nas curvas. As motos percorrem a pista no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio.
Nalguns países onde o desporto é mais popular as pistas são permanentes, enquanto noutros são usados outros recintos desportivos adaptados para o efeito. O piso das pistas de speedway é feito por camadas compactadas, a última das quais é geralmente de granulado de xisto, granito ou até fragmentos de tijolos, ou ainda uma mistura das várias hipóteses, sendo que as regras ditam que os grânulos do produto final não devem ultrapassar os 7 mm.
Ao longo de um evento, a pista pode ser regada, alisada ou até reparada, se for necessário. As pistas de Speedway não têm escapatórias, e em todo o seu perímetro exterior têm barreiras de protecção, que no caso das competições internacionais são insufláveis.
Quanto às motos usadas, devem ser as mais básicas de todo o desporto motorizado em duas rodas: motores monocilíndricos a quatro tempos, refrigerados por ar, alimentados por carburador, e não há caixa de velocidades, travões ou suspensões (na verdade a forquilha dianteira tem um ligeiro amortecimento), nem é permitido o uso de materiais nobres como o titânio, nem de qualquer tipo de electrónica ou telemetria.
Os motores têm uma capacidade máxima de 500 cc e são alimentados a metanol, o que permite elevadas taxas de compressão, conseguindo por isso superar os 80 cv de potência máxima, a pouco mais de 11 000 rpm, gastando mais de 50 l/100 km/h. Mas como as corridas são pequenas, apenas quatro voltas – ou seja, menos de 2 km nos circuitos mais longos -, os depósitos de combustível são minúsculos.
A embraiagem, a seco, serve apenas para os arranques, e a única alteração possível na transmissão é a relação final: consoante o tipo de piso, o tamanho da pista e o raio das curvas, os pilotos montam nas suas motos uma roda de coroa com o número de dentes a condizer, e podem ir trocando ao longo do evento – à medida que as condições da pista se alteram, ou tendo falhado na opção inicial -, porque demoram menos de três minutos a fazê-lo.
Com um peso mínimo regulamentar de 77 kg, estas motos fazem dos 0 aos 100 km/h em menos de 3 s, e atingem cerca de 130 km/h de velocidade máxima, e os pilotos mais rápidos fazem uma velocidade média por volta de cerca de 80 km/h.
Não tendo travões, os pilotos têm que abordar as curvas fazendo a traseira escorregar e descrevendo a curva com a moto totalmente atravessada e em contra-brecagem, por vezes com a direcção a 90°, e usando o corpo para ajudar a controlar a trajectória.
O formato de uma prova do campeonato do Mundo de Speedway envolve 20 mangas, com quatro pilotos em cada, com todos os 16 pilotos a terem oportunidade de enfrentarem todos os oponentes; em que mangas cada um participa e as posições da grelha de partida são sorteadas no dia anterior ao da prova. O vencedor de uma manga ganha 3 pontos, o segundo 2, o terceiro 1 e o quarto nada. No final das 20 mangas, os oito melhores avançam para as meias-finais, onde os dois melhores de cada uma chegam à final.
Para além do Campeonato do Mundo e da Taça do Mundo (disputada por países), existem várias e importantes ligas nacionais e onde alguns mundialistas continuam a correr, defendendo as cores dos clubes que os contrataram. É o caso da Dinamarca, Suécia, Polónia, Reino Unido ou Austrália.
Para além do Speedway, há outras modalidades muito semelhantes: Ice Racing, que é o Speepway realizado em pistas de gelo, havendo também uma competição mundial, o Ice Gladiators. As regras são basicamente as mesmas, mas as motos têm pequenas diferenças: usam motores com cilindros verticais (no Speedway os cilindros estão inclinados para a frente), têm suspensões e os pneus têm pregos, permitindo ângulos de inclinação em curva inacreditáveis.
Mas há mais: o Grasstrack, que não passa de Speedway em pistas relvadas e ainda o Sidecar Speedway, cujas corridas percorrem a pista ao contrário, no sentido dos ponteiros do relógio.