TEXTO ALAN CATHCART • FOTOS KEL EDGE
Quão excepcional?
Bem, que tal uma velocidade máxima de 302 km/h, numa moto naked que podemos conduzir para o trabalho todos os dias? Isso graças aos 208 cv produzidos às 13 450 rpm à cambota pelo novo motor de quatro cilindros da F4 Superbike substancialmente revisto – com 115 Nm de binário máximo às 9300 rpm, ou seja, com uma diferença de 4000 rpm entre o pico do binário e o da potência, promete ser uma moto também fácil de usar. Existe um escape RC-Project de titânio que o faz chegar aos 212 cv às 13 600 rpm, mas não tem homologação Euro 4.
Estes números impressionantes são cortesia do que é essencialmente um novo motor que chega seguramente ao limitador às 14 200 rpm. Junte-se a isto um peso declarado de 186 kg a seco, e no papel a Brutale 1000 de 2020 ameaça ser a nova referência na categoria das naked roadsters. Como tal, desafia o actual domínio da Aprilia Tuono V4 1100, de 184 kg, que com 120 Nm às 9000 rpm bate por pouco a MV Agusta, mas fica atrás em termos de potência, com ‘apenas’ 175 cv às 11 000 rpm. Bem, tudo é relativo…
Paradoxalmente, no entanto, numa altura em que outros construtores aumentam a capacidade dos seus motores para fazerem face às regulações como o Euro 4, a MV Agusta caminha na direcção oposta, baixando dos 1078 cc da anterior Brutale 1090RR, cuja produção terminou há um par de anos por não ter homologação Euro 4. «Podemos obter mais potência com uma de duas maneiras: ou aumentar a cilindrada, ou conseguir mais rotações», diz Brian Gillen. «Mas teríamos que ir acima dos 1078 cc se quiséssemos chegar aonde queríamos em termos de prestações. Em vez disso, escolhemos uma cilindrada mais baixa, mas com um motor que faz mais rotações, e o resultado é termos consideravelmente mais potência».