Contacto Yamaha MT-125 e MT-03

Estreada em 2013, com a apresentação da MT-09, a família Hyper Naked da Yamaha acabou por assumir tal protagonismo, que hoje é responsável por uma das fatias de vendas mais importantes para a Yamaha na Europa. Para 2020 a Yamaha apresenta uma MT-125 completamente nova e a MT-03 revista ao nível estético.

Texto Domingos Janeiro • Fotos Yamaha

Nova ofensiva

Foi em 2013 que começou a história da família MT, primeiro com a apresentação da 09, depois a 07, 125, 10 e a 03. Desde cedo se percebeu que estávamos perante uma aposta ganha da Yamaha, que soube aproveitar o momento de recuperação e “reinvenção” do próprio mercado para introduzir na gama estes modelos que romperam com todas as convenções estabelecidas até em então no sector.

Motos com estética futurista e agressiva, prestações desportivas mas aproveitáveis até pelos recém-chegados ao mundo das duas rodas, preços acessíveis e consumos contidos e despesas de manutenção mais em conta. A par destes novos conceitos, a família foi crescendo ao longo dos anos, ao ponto de agora conseguir cobrir praticamente todas as cilindradas. Isto é, quem entra para a família MT tem opcções para continuar a progredir na cadeia evolutiva das cilindradas até ao topo que é a MT-10 SP.

Com o sucesso comprovado e com o crescente interesse tanto dos novos motociclistas, como dos mais experientes pela gama MT, a Yamaha termina a renovação da família, precisamente com os modelos de entrada de gama, a 125 cc e a 300 cc.

MT-125

Apresentada em 2014, passou a ser uma das referências do segmento, que se pauta pela grande concorrência. No entanto, sempre se destacou da concorrência por ser um dos modelos com melhores prestações, quer de motor como ao nível da ciclística e um dos mais apelativos no que a estética diz respeito. Passados cinco anos, eis que a Yamaha opta por fazer uma profunda renovação à sua oitavo-de-litro, aproveitando a mais recente actualização à irmã desportiva, responsável por estrear o novo motor de sistema de válvulas variável.

Mas no que à ciclística diz respeito, também o quadro é novo, embora se mantenha um Deltabox, foi profundamente revisto, conseguindo uma posição de condução ligeiramente diferente da anterior, com uma zona mais estreita na zona do depósito de combustível, comprimento da moto mais curto, embora mantenha a mesma distância entre eixos.

As luzes passam a ser todas em LED, com a óptica a apresentar dois conjuntos de LED para as luzes de presença e, por baixo, um farol também em LED para os médios e máximos. O painel de instrumentos passa a ser igual ao da desportiva YZF R 125, com toda a informação necessária, incluindo média de consumo ou mudança engrenada.

O motor, embora mantenha a mesma configuração, foi revisto para conseguir um melhor desempenho, principalmente no que diz respeito à entrega de potência, uma vez que a anterior geração já tinha os 15 cv de potência máxima admitidos para esta cilindrada. O desenho da admissão de ar foi revisto, o sistema de injecção foi melhorado, conseguiu-se reduzir o desgaste por fricção nos elementos mais expostos, a embraiagem deslizante ajuda a melhorar o conforto e o desempenho e, claro, o sistema de válvulas variáveis que melhora a entrega de potência, principalmente dos médios para os altos regimes, uma vez que actua a partir das 7400 rpm.

A caixa do filtro de ar cresceu e no sentido oposto, o radiador está 26% mais pequeno e leve. Já no capítulo das suspensões, a MT-125 passa a contar com uma forquilha dianteira de 41 mm na frente, sem ajuste e mantém a configuração do amortecedor traseiro, com ajuste na pré-carga da mola.

O peso final manteve-me dentro dos mesmos valores, pesando agora 140 kg em ordem de marcha com líquidos e combustível incluídos. O depósito de combustível perdeu quase dois litros de capacidade, estando agora nos 10 litros. Como já referimos anteriormente, a postura de condução foi revista, passando a estar mais direita em relação à anterior versão, oferecendo assim maior conforto, principalmente em cidade.

O assento foi melhorado, além de mais confortável está mais estreito no arco das pernas, com uma altura muito acessível ao solo de 810 mm.

MT-03

Aquela que será o passo mais lógico para os jovens que pretendem evoluir da pequena oitavo- de-litro, foi revista, principalmente no que à estética diz respeito. Esta evolução foi quase obrigatória, não só para acompanhar a tendência da restante família, mas porque o segmento das 300 cc é cada vez mais importante para o mercado e a concorrência é cada vez mais feroz. Apontando ao público entre os 20 e os 30 anos e aos detentores da licença A2, apresenta agora uma imagem mais moderna, agressiva e desportiva, mais enquadrada com a restante gama.

O motor de dois cilindros com 42 cv mantém a mesma configuração que a sua antecessora, passando a estar integrado numa nova posição de condução, mantendo o mesmo quadro como base, mas passa a contar com uma nova forquilha dianteira, agora invertida. Embora o depósito de combustível mantenha a mesma capacidade, 14 litros, está mais esguio e mais estreito na zona dos joelhos.

O conjunto das luzes reflete bem a diferença para o anterior modelo e tal como na 125 cc, deixou-se “apanhar” pela moda dos LED, que lhe dão vida desde dos faróis até aos piscas. O painel de instrumentos é um TFT totalmente digital, com toda a informação necessária, desde os consumos, quilómetros, autonomia, mudança engrenada, relógio e por aí fora, de fácil leitura e com navegação intuitiva.

O assento de apenas 780 mm de altura mostra-se muito amigável para os menos experientes, que beneficiam de uma boa distribuição de peso e um baixo centro de gravidade.

Diversão XL

Podem ser “pequenas” mas o suficiente para nos permitirem grandes doses de diversão! Para apresentar os mais recentes membros da família MT, a Yamaha levou a imprensa internacional até ao Sul de Espanha, até Málaga, zona reconhecida pelas suas belas estradas reviradas espalhadas um pouco por toda a região. Começámos o dia aos comandos da MT-03, numa manhã muito fria e com o asfalto muito húmido, resquícios de um dia anterior com alguma chuva e de uma noite bastante húmida.

Acompanhados de um “uau” pela nova estética, sentamo-nos e sentimo-nos bastante confortáveis, com uma posição de condução direita e confortável. Arrancamos e relembramos a alegria do bloco de dois cilindros, que prefere manter-se acima das 6000 rpm onde ganha alma de rebelde e procura desviar-nos por caminhos revirados.

Acedemos ao convite e deixamo-nos levar, embalados por um conjunto leve, ágil e descomplicado, notando a actuação da nova forquilha dianteira que se nos apresenta de forma equilibrada, nem muito dura, nem muito mole, um bom equilíbrio para uma moto que se quer confortável e segura tanto em cidade como numa qualquer estrada de montanha.

O estilo “Alien” das linhas atrai atenções e o conforto geral deixa-nos confiantes para devorar quilómetros atrás de quilómetros, em cidade ou fora dela, sem vibrações nefastas. Começamos a ganhar ritmo e confiança nas estradas com curvas rápidas e encadeadas e passamos a exigir mais aos pneus Dunlop Sportmax GPR 300. Surpreendentemente acompanham-nos de forma segura, mas quando estão a atingir os limites, somos avisados de forma mais repentina.

O motor mostra-se sempre disponível, desde que na mudança certa e, para responder de forma clara e imediata temos que o levar acima das 6000 rpm. A caixa de seis velocidades está bem escalonada e conseguimos engrenar a sexta num curto espaço, mas se rodarmos o punho, a baixa rotação, temos que lhe dar espaço e tempo para ganhar vigor.

A travagem, com disco de 298 mm na frente e um de 220 mm atrás, mostra-se potente e equilibrada, com bom tacto, mas com o ABS a mostrar-se mais interventivo do que seria desejável. No que diz respeito a consumo, fez-nos uma média de 4,1 litros aos 100 km numa toada bastante animada.

Rendidos

Depois de rodarmos com a 300 cc, foi-nos concedida a oportunidade de assumirmos os comandos da pequena 125 cc, que não era de todo o cenário que idealizamos, pois preferíamos começar pela mais pequena e terminar na maior. Mas, acabou por não ser tão penalizador quanto isso, primeiro porque foi a seguir ao almoço, onde a preguiça aperta mais e depois, porque o traçado que fizemos estava mais pensado para estes modelos, com curvas mais lentas e apertadas onde não era necessário puxar tanto o motor. Notámos o conjunto mais rijo, a transmitir mais vibrações quer nas mãos como nos pés, mas nada que cause grande desconforto.

A posição de condução é mais desportiva, com os pés mais recuados e a agilidade mais evidente. O motor, já era nosso conhecido aquando da estreia na versão desportiva e na altura ficámos com a sensação de que estávamos perante um dos melhores blocos de um cilindro a 4T com 125 cc e agora tivemos a certeza, este “mono” está realmente no topo das prestações.

Embora mantenha a potência que a anterior versão já tinha, os 15 cv que são o máximo admitido neste segmento, ganha agora uma nova “vida” com o sistema de Actuação Variável das Válvulas (VVA), que assegura um binário mais forte em toda a faixa de rotação, com o sistema agora a intervir a partir das 7400 rpm. A par disso, temos uma velocidade de ponta que é uma das mais elevadas do segmento, deixando-nos já expostos a algumas multas por excesso de velocidade.

O tacto das suspensões assume-se mais para o rijo, principalmente depois de descermos da 03, sem regulação na frente e ajustável apenas na pré-carga da mola atrás. A travagem, conta com dois discos, um de 292 mm na frente e um de 220 mm atrás, com ABS, menos potente em relação à MT-03, mas com melhor tacto e mais fácil de dosear. Os consumos deixaram-nos com um sorriso no rosto, pois 2,6 litros é uma cifra muito interessante, atendendo ao ritmo a que a submetemos nas belas estradas espanholas.

Preços, cores e disponibilidade

Ambos os modelos já se encontram disponíveis nos concessionários da Yamaha, com a MT-125 a apresentar um preço de 5125€ e a MT-03 5630€. Quanto a cores, ambas apresentam a mesma paleta, Ice Fluo, e Icon Blue, com o preto a ser “Tech” na mais pequena e “Midnight” na maior. A gama de acessórios disponíveis é vasta e ampla para ambos os modelos.

Ficha Técnica

YAMAHA MT-125 E MT-03
PREÇO  5125€/5630€
MOTOR TIPO  um/dois cilindros, 4T, refrigerado por líquido
DISTRIBUIÇÃO  duas árvores de cames à cabeça, 4 válvulas
DIÂMETRO X CURSO  52 x 58,6/68 x 44.1 mm
CILINDRADA  124/321 cc
ALIMENTAÇÃO  injecção electrónica
IGNIÇÃO  electrónica digital
ARRANQUE  eléctrico
CAIXA  6 velocidades
FINAL  por corrente
POTÊNCIA MÁXIMA  15/42 cv/1000/107500 rpm
BINÁRIO MÁXIMO  11,5/29,6 Nm/8000/9000 rpm
QUADRO  Deltabox em aço/ tipo diamante em tubos de aço
DIMENSÕES (C/L/A)  1960/800/1065-2090/755/1070 mm
DISTÂNCIA ENTRE EIXOS  1325/1380 mm
ALTURA DO ASSENTO  810/780 mm
SUSPENSÃO DIANTEIRA  forquilha invertida, Ø41/37 mm, curso 130 mm
SUSPENSÃO TRASEIRA  mono-amortecedor, ajustável na pré-carga da mola, curso 114/125 mm
PNEU DIANTEIRO  110/80-17”/110/70-17”
PNEU TRASEIRO  140/70-17
TRAVÃO DIANTEIRO  dois discos de Ø292 mm/disco de Ø298 mm, pinças 2 êmbolos, ABS
TRAVÃO TRASEIRO  disco, Ø220 mm, pinça de êmbolo simples, ABS
DEP. DE COMBUSTÍVEL  10/14 litros
PESO (A SECO)  140/168 kg
CORES  Ice Fluo, Icon Blue e preto
GARANTIA  2 anos
IMPORTADOR  Yamaha Motor Portugal

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