Giacpomo Guidotti tem vários anos de experiência no Mundial de Velocidade, e nas duas últimas temporadas trabalhou com Dani Pedrosa, nos últimos anos da carreira do espanhol. Agora trabalha com Takaaki Nakagami, e conta como foi trabalhar na equipa oficial.
O que significa trabalhar na box da Repsol Honda e com uma fábrica como a Honda e com o seu departamento de competição, o HRC?
Foram anos muito intensos, nos quais tivemos altos e baixos no que diz respeito a resultados, mas que foram importantes do ponto de vista profissional. Tive que aprender a forma de trabalhar do HRC e para além disso gerir Dani Pedrosa na box, num momento particular da sua carreira. Considero que essa etapa foi um passo em frente muito grande no meu crescimento pessoal.
Que sistema de trabalho encontraste ao chegar à equipa Repsol Honda?
A equipa Repsol Honda é o máximo a que um técnico pode aspirar, e nem é necessário explicar porquê. No entanto tive que aprender rapidamente a forma diferente de encarar a gestão de componentes e sistemas bem distintos aos que tinha usado anteriormente. Aproveitei toda a informação e tive um apoio muito grande por parte da fábrica para chegar a um bom nível em pouco tempo, estudando no Japão e fazendo muitas horas de prática, sobretudo passando muito tempo no circuito.
Ter na mesma box um piloto como Marc Marquez acrescentava pressão ou era uma ajuda que te permitia ver onde era possível melhorar?
Basicamente, os companheiros de equipa estudam-se um ao outro e melhoram graças à sua rivalidade. O HRC desenvolveu a RC213V comparando os pedidos de todos os pilotos, tanto em 2017 como em 2018. Dani e Marc tinham resultados diferentes, mas ambos eram necessários para ter êxito. Pessoalmente, interessou-me muito partilhar a box com Marc e a sua equipa; temos uma relação excelente.
Que crês que é necessário para aspirar à vitória com a Honda?
Como em qualquer ambiente, são precisas capacidades e vontade. E de certeza que encontras isso na Honda. Embora ganhar seja sempre difícil e as outras fábricas e pilotos são muito competitivos. O actual regulamento favorece as corridas em grupo.
Com as limitações técnicas actuais – a mesma central electrónica, os mesmos pneus – qual acreditas que é a chave para marcar a diferença na categoria rainha?
Não se deve passar nada por alto e tudo deve ajustar-se ao mínimo pormenor. Os pneus e a electrónica são as principais áreas que influenciam o resultado. As diferenças nas motos não são muito grandes e os pilotos continuam a ser importantes nas corridas de motos, como também toda a equipa, para dar a confiança necessária.
Como vez a evolução de Jorge Lorenzo com a Honda?
Jorge é um grande talento e um piloto fabuloso; gosto da sua forma de pilotar há muito tempo, e tenho a certeza que em breve estará no topo. Teve demasiado azar no final da temporada passada, e ainda está a recuperar. Ainda tem que adaptar-se completamente para utilizar todo o potencial.
Como achas que que se desenrolará o que resta do Mundial?
Ainda falta muito campeonato e tudo pode mudar; fazer previsões não é o meu estilo. Claro que será um desafio e vou esforçar-me para conseguir o melhor resultado possível com o Taka, para além de trabalhar arduamente com o HRC para contribuir para uma temporada bem sucedida.
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