A invasão da Ucrânia e a guerra iniciada pela Rússia desde 25 de fevereiro continuam a ter implicações no mundo das duas rodas. Depois da Honda ter confirmado a suspensão das vendas em território russo, e com o empresário russo e CEO da MV Agusta, Timur Sardarov, a mostrar-se revoltado com o que está a acontecer, chega a vez da americana Harley-Davidson anunciar a suspensão dos negócios que detém naquele país.
Um curto comunicado foi suficiente para a casa de Milwaukee confirmar a decisão de parar a venda de motos H-D na Rússia:
“À luz da crise na Ucrânia, a Harley-Davidson decidiu suspender os negócios na Rússia e o transporte de motos para o país. Os nossos pensamentos continuam pela segurança das pessoas na Ucrânia e aqueles que estão a sofrer com esta crise”.
Esta não deixa de ser uma decisão importante.
Por um lado, estamos perante uma marca americana icónica, e sabemos da luta de poder existente entre os Estados Unidos e a Rússia, que demonstra assim qual o lado do conflito que apoia.
Mas por outro lado, é uma decisão relevante em termos de negócios pois embora a Harley-Davidson não revele habitualmente os dados de vendas de motos na Rússia, a verdade é que essas vendas contribuem claramente para os resultados operacionais da marca americana na Europa, Médio Oriente e Ásia.
As vendas de motos H-D na Europa, Médio Oriente e Ásia representam cerca de 31% das vendas totais anuais da Harley. Daí que a suspensão dos negócios num mercado de enormes dimensões como é o russo não seja uma decisão tomada de ânimo leve.
