Terminaram em Buriram os testes de MotoGP, e neste último dia foi Dani Pedrosa quem estabeleceu o melhor tempo. Ontem alguns pilotos ficaram com a sensação de conseguir baixar para 1’29 como Marquez tinha feito ontem, e foi o que fizeram hoje também Dani Pedrosa e Johann Zarco.
Dani Pedrosa começou a última hora de testes na 7.ª posição, mas foi aumentando o ritmo e fechou o dia a rodar em 1’29.781, terminando com uma vantagem de apenas 0,086 s sobre Zarco, que estava nessa altura na liderança. Zarco foi o melhor piloto Yamaha: os pilotos oficiais, Maverick Viñales e Valentino Rossi, ficaram em 10.º e 12.º, respectivamente, no último dia.
Na última hora Marc Marquez acabou por cair: o piloto espanhol bem tentou uma das suas miraculosas recuperações, mas desta vez acabou mesmo por não conseguir evitar a queda, sem ter largado a moto. Com a queda Marquez não conseguiu melhorar o seu tempo de ontem.
O espanhol disse no final que não estava à procura de um tempo e não estava sequer a rodar no limite, e apesar de tudo estava muit satisfeito no final do dia, depois de ter completado mais de 200 voltas em três dias.
Honda, a mais competitiva das MotoGP?
Cal Crutchlow, que tinha sido o mais rápido do primeiro dia – e um dos que estava confiante de conseguir chegar ao 1’29 no Chang International Circuit – terminou com o 4.º melhor tempo, a 0,283 s de Pedrosa.
Com Pedrosa, Marquez e Crutchlow entre os quatro primeiros – e com os pilotos muito sorridentes no final do dia -, a Honda termina os testes parecendo uma moto muito competitiva. Em Buriram continuaram a testar muitas coisas, incluíndo o novo motor, nova carenagem – que Pedrosa testou hoje e não gostou – e um braço oscilante em fibra de carbono que o HRC tem levado os seus pilotos a testar desde Valência, mas ninguém deu por isso!
Menos satisfeitos estavam os pilotos da Movistar Yamaha, ainda a tentar resolver problemas, terminando estes testes um pouco desapontados, ambos reconhecendo que foram testes difíceis. Rossi diz que têm que continuar a trabalhar na electrónica, e que tem estado a falar com os engenheiros japoneses, que parece ter percebido o problema, mas não deram ainda com uma solução.
Dovi contente, Lorenzo nem por isso
Semblantes opostos tinham os dois pilotos da equipa oficial Ducati no final dos testes: enquanto que Andrea Dovizioso estava satisfeito, Jorge Lorenzo nem por isso, tndo mesmo sido batido neste último dia por Hafizh Syahrin. O espanhol revelou que nunca se sentiu confortável ao longo destes três dias de testes, tendo regressado à hoje à moto do ano passado para comparação. Fez uma simulação de corrida, na qual fez a sua melhor volta do dia, a quase dois segundos de Pedrosa, e chegou à conclusão que ambas as motos têm pontos fortes e fracos, e que a deste ano não é melhor que a do ano passado, mas tem mais potencial. Para além disso, Lorenzo nunca teve confiança no trem dianteiro neste novo circuito.
Muito satisfeito estava também Alex Rins, ao colocar a Suzuki no 5.º lugar, bem à frente do seu companheiro de equipa Andrea Iannone que terminou os testes em 15.º
Todos os construtores testaram novas soluções aerodinâmicas, e a KTM não foi excepção. Bradley Smith lamentava não ter a presença do seu companheiro de equipa Pol Espargaró (lesionado nos testes de Sepang e ainda a recuperar), mas elogiando o trabalho que Mika Kallio continua a fazer como piloto de testes da marca austríaca.
Muito trabalho até ao Qatar
Quem espera também ainda alguma evolução antes do primeiro GP do ano é Aleix Espargaró, que encontrou dificuldades imprevistas em Buriram. O motor mais potente que o piloto espanhol deseja só deverá surgir no GP do Qatar. Espargaró diz que a velocidade máxima não é problema e que a Aprilia RS-GP é muito boa em 5.ª e 6.ª velocidades, mas em contrapartida falta-lhe algo de 1.ª a 3.ª, o que tornas as zonas ‘stop&go’ da pista mais complicadas.
Alguns pilotos das equipas independentes, para além de Johann Zarco, deixaram boas indicações, como foi o caso de Jack Miller ou o rookie Takaaki Nakagami, que foi consistentemente o melhor dos estreantes.
Alguma equipas tiveram que planear muito bem o último dia testes, já que começaram a ficar sem pneus e algumas também sem combustível suficiente para que os pilotos pudessem completar o mesmo número de voltas dos dias anteriores
Apesar das temperaturas e dos muitos slicks que os pilotos testaram, é muito provável que o GP da Tailândia, em Outubro, seja realizado com piso molhado, porque será a época das chuvas nesta região do globo.
Os próximos testes serão os do Qatar, entre 1 e 3 de Março e serão os últimos da pré-temporada, com o campeonato a começar em Losail no fim-de-semana de 16 a 18 de Março.
1. Dani Pedrosa – Repsol Honda Team (78 voltas, 1’29.781)
«Deixamos a Tailândia com sensações positivas. Os testes foram duros, porque as temperaturas foram sempre elevadas, e trabalhámos muito ao longo dos três dias. NO final já não tínhamos muitos pneus, por isso tivemos que os gerir cuidadosamente para continuar o trabalho planeado. Trabalhámos em muitos aspectos da moto, e a poujco e pouco fomos melhorando a nossa velocidade e ritmo. Entre outras coisas, testámos um braço oscilante de fibra de carbono e essa é uma área nova para nós, por isso estamos ainda no processo de aprender e perceber as sensações. Estou muito contente com o trabalho que a minha equipa está a fazer na pista, e com o que os engenheiros estão a fazer no Japão. Estão realmente a ajudar-nos a melhorar, e isso é bom e dá-nos grande confiança. Esperançosamente seremos capaz de continuar com esta tendência nos testes finais no Qatar, o que será interessante porque as condições serão diferentes.»
2. Johann Zarco – Monster Yamaha Tech 3 (47 voltas, 1’29,867)
«Tivemos um excelente terceiro dia, com bons pneus para usar e tinha planeado fazer um melhor tempo hoje, por isso cumprimos os objectivos. Parei mais cedo porque já tínhamos realizado um grande trabalho e tínhamos informação suficiente nesta pista. Estou contente, fui capaz de controlar melhor a moto a cada volta e foi uma sensação incrível. Compreendo os pneus e percebemos o que acontece quando fazemos alterações na moto. Tudo está muito bem, estou satisfeito e tenho a certeza de que poderemos preparar muito bem a corrida aqui em Outubro, mesmo com pneus diferentes. Comparando com a Malásia, terminei o teste aqui na Tailândia com um bom ritmo, o que é um sinal fantástico para o Qatar.»
3. Cal Crutchlow – LCR Honda Castrol (81 voltas, 1’30.064)
«Hoje foi um dia suficientemente bom, estamos satisfeitos com o nosso ritmo. Tivemos sorte em conseguir um dia inteiro de testes e prosseguir com o nosso plano. No final do dia quisemos fazer uma volta rápida, mas eu tinha o pneu mias macio montado, puxei demasiado e acabei por sair de pista. Fiquei em cima da moto, mas teria conseguido um bom tempo e teria sido uma injecção de moral. Mas na verdade não interessa, porque fomos sempre consistentes ao longo do dia. Fiz o meu melhor tempo com o pneu médio atrás e um duro usado à frente, o que é positivo. Fizémos umas boas sequências ao longo do dia, e como equipa trabalhámos muito bem e estou satisfeito pelo modo como o meu companheiro de equipa Taka está a pilotar. Ele mostrou a muita gente e a muitos outros pilotos o que ele pode fazer em MotoGP.»
4. Marc Marquez – Repsol Honda Team (96 voltas, 1’30.143)
«Estou muito, muito contente com o que fizemos hoje, já que completámos muitas voltas e fomos capazes de melhorar a moto em várias áreas. Os nossos tempos por volta hoje foram mais lentos que os de ontem, mas trabalhámos de forma diferente e não procurei uma volta rápida. Completámos uma simulação de corrida de 20 voltas com um bom ritmo, e também me senti bem do ponto de vista físico, o que foi muito bom. Hoje trabalhámos nalgumas coisas novas, incluíndo um braço oscilante de carbono que na verdade já tínhamos testado anteriormente, e fizemos testes de comparação. Estamos a começar a trabalhar nisto, por isso ainda estamos na fase em que há pontos positivos e negativos, e precisamos de compreender tudo melhor. A nova aerodinâmica foi bastante positiva, hoje gostei. Exige um estilo de pilotagem um pouco diferente, mas consegui ser consistente com pneus usados, por isso estou também contente com isso.»
5. Alex Rins – Team Suzuki Ecstar (66 voltas, 1’30.178)
«Bem, se tivesse que me avaliar nestes três dias na Tailândia, daria um 8 ou 8,5, porque trabalhámos muito e testámos muitas coisas novas. Foi positivo porque agora tenho a certeza de que temos uma boa base para 2018. Na Malásia eu tinha 80% de certeza de que este conjunto era bom e indicado para mim, mas agora vou para casa 100% seguro de que este conjunto tem um forte potencial. Vamos manter esta nova carenagem aerodinâmica porque me ajuda imenso em termos de evitar cavalinhos, o que ajuda a ter mais potência porque evita a intervenção da electrónica. Provavelmente vamos ajustá-la um pouco, mas estamos a trabalhar na direcção certa. Durante estes testes de Inverno o objectivo era tentar ser competitivo, e criar uma boa moto, para esperançadamente lutar pelas posições de topo esta temporada.»
6. Jack Miller – Alma Pramac Racing (50 voltas, 1’30.190)
«Estou realmente satisfeito com o que fizemos nestes testes. As sensações são realmente boas. Sempre que saí para a pista senti-me mais confortável e volta após volta tive a sensação de ser cada vez mais rápido. Cometi um erro esta manhã na primeira volta da simulação de corrida. Lamento pela equipa, porque podíamos ter terminado o nosso trabalho esta manhã. Regressamos a casa com grande confiança e estou ansioso pelo Qatar.»
7. Andrea Dovizioso – Ducati Team (58 voltas, 1’30.192)
«Foram três dias muito úteis, nos quais conseguimos realizar muito trabalho e testar novas carenagens, quadro e outro material que a Ducati trouxe para a Tailândia. Não foi um trabalho fácil porque estava muito calor e esta pista é um pouco estranha, mas recolhemos muita informação e confirmámos que a GP18 é uma moto muito competitiva. Para ter uma ideia melhor da forma dos nossos rivais, temos que também que ver com que pneus eles conseguiram os seus melhores tempos, mas na minha opinião aqui em Buriram estamos em boa forma, como na Malásia. Regresso a casa muito contente e preparado para voltar a sair dentro de duas semanas para o Qatar, onde me quero preparar bem para a primeira ronda do campeonato.»
8. Takaaki Nakagami – LCR Honda Idemitsu (78 voltas
«Estou realmente contente com estes três dias, quer em termos de tempo por volta quer em termos de posição final. Conseguimos muitas melhorias, na moto e na equipa, e ficámos a conhecer-nos melhor. Quero agradecer à LCR Honda Idemitsu porque estou muito contente com o nosso progresso ao longo destes dias. Terminar entre os 10 primeiros pela primeira vez foi realmente bom, mas ainda precisamos de trabalhar muito no Qatar quando lá chegarmos. Vamos ver o que acontece, mas espero que possamos continuar deste modo e tenho a certeza que será um bom teste antes do início da temporada.»
9. Tito Rabat – Reale Avintia Racing (52 voltas, 1’30.476)
«Estou muito contente porque os três dias foram muito positivos e conseguimos ser mais conmpetitivos. Desde o primeiro teste, no ano passado, tínhamos um problema com a frente da moto que não me deixava puxar ao máximo e eu estava a cair nas curvas rápidas ao perder a frente. Mas a pouco e pouco fomos melhorando e pelo menos agora já não caio. No entanto, temos que continuar a trabalhar para ganharmos maior confiança nas curvas rápidas e, com a ajuda da Ducati, no Qatar espero dar mais um passo em frente e continuar a ganhar confiança. A equipa fez um trabalho fantástico mais uma vez e ajudou-me a melhorar. Agora é tempo de recarregar baterias para o último teste de pré-temporada.»
10. Valentino Rossi – Movistar Yamaha MotoGP (69 voltas, 1’30.511)
«Acho que melhorámos hoje. Rodei em 1’30.5, mas infelizmente cometi um erro no final da minha melhor volta, senão podia ter chegado ao 1’32, e estamos todos muito próximos. Como no ano passado, é difícil perceber onde estamos. Muitas pessoas estavam fortes na Malásia e aqui tiveram dificuldades, e o oposto também aconteceu. Nós temos que melhorar, porque não progredimos muito face ao ano passado, especialmente no que diz respeito à electrónica. Temos muito trabalho para fazer e este é o momento para o fazer. Mas isto foi hoje, talvez no Qatar as coisas sejam melhores.»